Há pouco, o temor dos investidores era de que o Fed advogasse por elevações de juros que superassem os 0,5 pp, dada a leniência da autoridade monetária com a inflação que corre solta nos EUA.
Em seguida, com a ocorrência dos 0,75 pp e o “susto” do mercado, os indicadores econômicos mais recentes incrementaram os temores de que o nível atual não seria o suficiente, elevando a perspectiva de altas de 1,00 pp.
Agora, membros do Fed compreenderam o custo da comunicação truncada e vem à público para defender uma elevação igual à anterior, no melhor estilo “bode na sala” e tirando a maior elevação do escopo.
George, Waller, Bostic, Bulllard rechaçaram as expectativas mais pessimistas do mercado ao defenderem abertamente que os 100 bp passariam do limite, mesmo após a divulgação do CPI e PPI mais fortes no mês.
Além de evitar “estragar” a leitura das próximas semanas intensas em termos de agenda corporativa, os membros do Fed evitam também que o mercado tome as rédeas das curvas de juros como ocorreu por um tempo no Brasil, onde os investidores não mais precificavam os movimentos do BC e sim o exigiam.
Deste modo, o que poderia ser até recentemente considerado ruim, a elevação de 0,75 pp agora é vista como benéfica, ao se retirar o “velho fedorento bode” de 1,00 pp da sala e o mercado comemora como um todo.
Apesar dos indicadores mais pesados recentes, os EUA e algumas economias desenvolvidas não conseguem precificar o alívio que tem ocorrido em meio à uma série de itens que até recentemente geravam inflação, dada a liquidez ainda elevada.
Todavia, há sinais de que, apesar dos lockdowns, a China retomou os embarques de uma enorme serie de itens, reduzindo o peso do choque de oferta, enquanto as commodities entraram numa espiral negativa, que ainda não se refletiram totalmente nos preços ao varejo, portanto, há sinais de pico inflacionário também no exterior, assim como já ocorreu no Brasil e em outros emergentes.
Semana repleta de balanços corporativos e agenda macro focada na Europa, em decisões de juros e inflações, mercado imobiliário nos EUA, inflações semanais no Brasil, além da expectativa com a coleta de impostos, pelo BC e o CAGED, com mais um mês positivo na criação de postos de trabalho.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na expectativa por balanços de BofA (NYSE:BAC), Goldman Sachs (NYSE:GS) e IBM (NYSE:IBM).
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, puxados por Shanghai e apesar da maior inflação na Nova Zelândia em 32 anos, 7,3% aa.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao cobre, minério de ferro e paládio.
O petróleo abre em alta em Londres e alta em Nova York, após semanas de perdas.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 2,31%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,4079 / -0,31 %
Euro / Dólar : US$ 1,02 / 0,764%
Dólar / Yen : ¥ 138,27 / -0,224%
Libra / Dólar : US$ 1,20 / 1,054%
Dólar Fut. (1 m) : 5418,42 / -0,78 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 14,02 % aa (-0,19%)
DI - Janeiro 24: 13,76 % aa (-0,83%)
DI - Janeiro 26: 12,95 % aa (-0,54%)
DI - Janeiro 27: 12,95 % aa (-0,42%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,4475% / 96.551 pontos
Dow Jones: 2,1485% / 31.288 pontos
Nasdaq: 1,7885% / 11.452 pontos
Nikkei: 0,54% / 26.788 pontos
Hang Seng: 2,70% / 20.846 pontos
ASX 200: 1,23% / 6.687 pontos
ABERTURA
DAX: 1,283% / 13029,76 pontos
CAC 40: 1,375% / 6118,98 pontos
FTSE: 1,219% / 7246,29 pontos
Ibov. Fut.: 0,57% / 97580,00 pontos
S&P Fut.: 0,99% / 3903,25 pontos
Nasdaq Fut.: 1,178% / 12150,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 1,52% / 115,20 ptos
Petróleo WTI: 1,70% / $99,25
Petróleo Brent: 2,13% / $103,31
Ouro: 0,62% / $1.718,94
Minério de Ferro: 4,78% / $101,10
Soja: 1,14% / $1.482,75
Milho: 1,24% / $611,75
Café: 2,26% / $203,70
Açúcar: 0,68% / $19,37