- A alta das taxas dos títulos dos EUA continua provocando a queda dos ativos de risco.
- Os gráficos dizem tudo o que você precisa saber: estamos em um “bear market” (mercado de baixa).
Após um bom início de semana, os principais índices dos EUA voltaram a cair, com o otimismo com os resultados corporativos sendo substituído por temores macro. Hoje, os índices futuros dos EUA apontavam para uma abertura em baixa em Wall Street.
Os investidores evitaram comprar ações neste ano, principalmente por conta de temores de um forte aperto da política monetária do Federal Reserve e de outros bancos centrais ao redor do mundo, em meio a um ambiente de alta inflação e crescimento baixo. Como o Fed ainda não mudou sua postura, os ativos que fornecem pouco rendimento, como as ações de tecnologia listadas na Nasdaq e o ouro devem continuar sendo preteridos, à medida que as taxas pagas pelos títulos americanos sobem.
Eu alertei para uma possível reversão na sexta-feira passada. Mas, se você não acompanha de perto dados macroeconômicos e fundamentalistas, lembre-se de que os gráficos refletem tudo o que se sabe. As mínimas e máximas descendentes indicam que a tendência predominante do mercado é para baixo. Não apenas isso, mas as médias móveis também estão todas apontando para baixo. Dê uma olhada no gráfico do Nasdaq abaixo, cujas médias móveis exponencial de 21 dias e simples de 200 dias estão acima do mercado, com uma inclinação para baixo.
As médias móveis talvez sejam a forma mais objetiva de identificar a tendência, sem qualquer subjetividade envolvida (o que pode acontecer com as ferramentas de desenho).
Anteriormente, as médias estavam apontando para cima, e os investidores costumavam aproveitar as quedas para comprar. No entanto, esses bons e velhos dias de “bull market” (mercado de alta) acabaram.
Neste momento, a inflação está alta em todo o mundo, aumentando o custo de vida da população. As empresas enfrentarão dificuldades para manter seu nível de vendas e lucro. A alta dos juros também significa que o financiamento da expansão está mais caro. Coletivamente, os investidores sabem de tudo isso, razão pela qual estamos em meio a um bear market.
Portanto, minha recomendação para os investidores é: não alimentem expectativas de alta até que os gráficos sinalizem o contrário.
O retorno do Nasdaq futuro à mínima de junho (11036), possivelmente abriu caminho para uma queda maior até uma nova mínima do ano nos próximos dias. Lembre-se de que os outros mercados estão fazendo a mesma coisa, basta ver o que está acontecendo na China, por exemplo.
Seja qual for o cenário macroeconômico ou de lucros, até que os principais índices comecem a registrar novamente máximas e mínimas ascendentes, minha expectativa é que o mercado continuará fraco, repleto de armadilhas para os compradores em repiques de curto prazo. Diante do aumento das taxas de juros, não vejo ambiente para um rali no mercado. Sem dúvida haverá correções ocasionais, mas dentro de uma tendência de baixa maior.
Dito isso, só um movimento acima da máxima mais recente a 11729 mudaria o cenário a favor dos compradores na perspectiva de curto prazo. No longo prazo, será necessário reparar os danos para retomar o controle. Meu cenário-base é que veremos novas mínimas antes que haja um sério movimento de alta.
Aviso: O autor atualmente não possui nenhum dos ativos mencionados neste artigo.