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Gráfico do Dia: Desacelaração da China Pressiona Minério, Petróleo e AUD

Publicado 01.06.2017, 14:04
Atualizado 02.09.2020, 03:05

Por Pinchas Cohen

Cenário Macro

De uma perspectiva econômica, a China está nas cordas há algum tempo. Mas é preciso ter confiança ainda: depois do crash em 2007-2008 a China foi a locomotiva econômica que empurrou o mundo livre para fora do abismo.

No entanto, o mercado financeiro global paralisou em 2015 com medo de que estava sendo criada uma bolha imobiliária chinesa, mas a economia do país seguiu avançando. Somente com as falas de Trump que o mercado de ações voltou de fato a subir.

E a promessa de crescimento nos EUA, e não na China, foi o que empurrou as ações para o nível recorde atual. Em 2016, a economia chinesa desacelerou para crescimento de 6,7%, o menor ritmo desde 1990.

Os esforços da China no início desse ano para estancar a fuga de capitais mexeram com seu sistema financeiro. Quebras e transações alavancadas criaram um fluxo de saída de capital, pesando ainda mais sobre a economia. A injeção contínua de liquidez para dar suporte aos preços das ações chinesas lembra muito o garoto que tenta parar um vazamento em uma barragem colocando o dedo na rachadura. Mas quando mais vazamentos surgem, a China pode ficar sem novos dedos.

O primeiro downgrade da China pela Moody’s em quase três décadas, ocorrido na semana passada, foi atribuído ao crescimento da dívida e pode ter sido o último prego no caixão do crescimento econômico do país. Os dados de hoje de PMI colhidos pela Caixin mostrou que o indicador caiu bem abaixo dos 50, que sinaliza que a atividade industrial passou de expansão para contração pela primeira vez em 11 meses.

Essa leitura representa um forte contraste com os dados oficiais do governo publicados ontem que mostrou um PMI estável. Ainda, os números de ontem de 51,2 superaram as expectativas e sugeriram que a recuperação da indústria estaria se espalhando para pequenas e médias unidades e o setor privado.

Esse poderia ser mais um exemplo de porque os investidores estão perdendo a confiança nos dados do governo chinês? Ou isso foi um acaso, resultado de uma amostra menor da Caixin do que os dados oficiais? Alguns acreditam que o levantamento privado pode mostrar mais cedo as evidências de uma contração na China, após um declínio nos preços dos metais sugerirem que os estímulos à indústria acabaram.

Comércio chinês desacelera

Então, a China está nas cordas. É o momento de ter uma postura defensiva ou ir para cima e conseguir o nocaute?

Na semana passada, nós publicamos um artigo sobre o corte da nota de crédito da China. No texto nós projetamos que o minério de ferro e o dólar australiano iriam desvalorizar, dado que a China é o maior parceiro comercial da Austrália. Essa previsão estava certa: o minério cedeu 11% desde a análise e o dólar australiano perdeu 1,333%.

Os desdobramentos econômicos e a dinâmica técnica de oferta e demanda sugerem mais perdas. Eles também indicam desvalorização no petróleo, dado que a China é o maior importador global.

Se a economia em contração deverá reduzir a demanda da China por minério de ferro – e a moeda do principal exportador, o dólar australiano – é razoável acreditar que também vai cair a demanda por petróleo. A Agência Internacional de Energia (IEA) estima que a demanda chinesa vai aumentar 400 mil barris de petróleo por dia para 12,3 milhões de barris por dia, o que corresponde a um terço do crescimento da demanda global projetada em 1,3 milhão de barris por dia.

No entanto, se a demanda chinesa contrair, a projeção do crescimento estará errada, o que vai afetar o preço do petróleo. Nós podemos agora já sentir o cheiro da fumaça de abril quando a demanda chinesa por gasolina caiu 6,3%, maior queda desde março de 2010.

O gráfico a seguir mostra a correlação positiva entre o dólar australiano, minério de ferro e petróleo neste ano. Uma desaceleração na demanda pode mudar consideravelmente esse cenário.

Petróleo vs AUD vs Minério de Ferro, em 2017

Minério de ferro

Entre janeiro e março deste ano, o preço do minério de ferro completou um ombro-cabeça-ombro negativo, com máxima em US$ 99,52, que mostrou que a tendência estava se revertendo.

Preço diário do minério de ferro em iuanes

Ele completou com sucesso o movimento de retorno em 30 março ao testar novamente a linha do pescoço, que passa a ser resistência, de US$ 84,33. O preço alvo do padrão implica em um movimento de US$ 16, altura da figura, que se materializou em 18 de abril, quando o preço tocou na mínima de US$ 67,42.

Contudo, nós acreditamos que a aposta de que economia chinesa tocou na máxima há um ano, assim como a mudança do momentum de oferta e demanda, sugere que os preços do ativo vão seguir cedendo. Desde que tocou no preço alvo do OCO, o minério de ferro tem sido negociado em um padrão de triângulo descendente, sugerindo que as vendas estão superando as compras.

Enquanto a compra inicialmente veio apenas a um nível de US$ 78,25 em 2 de maio, na segunda vez, os vendedores acertaram em um preço menor, de US$ 73 em 22 de maio.

Enquanto vendedores estão aceitando vender a preços menores, os compradores não parecem quererem comprar a preços mais altos, mostrando certo exagero dos vendedores. Quando preço finalmente fechou fora da mínima do triângulo em 31 de maio, com US$ 64,41, o padrão foi concluído. A altura do padrão de US$ 10, sugere preço-alvo de US$ 57.

A média móvel de 50 dias (verde) cruzou a linha de 100 dias (laranja) no dia 5 de maio – mostrando que a média de preços mais recentes está se enfraquecendo relativamente com a média mais longa, sugerindo que o momentum do preço está apontando para baixo e se aproximando da cruz da morte, se cortar a linha de 200 dias (vermelho).

AUD/USD

AUDUSD Diário

Como um companheiro leal ao minério de ferro, o AUD completou um topo duplo negativo no mesmo período que a commodity. Foi encerrado com um movimento decisivo para baixo, quando o preço desabou em 3 de maio para 0,7420 com fechamento apenas 3 pips acima, mostrando claramente que os ursos estavam no controle.

Veja que o RSI deu uma sinal quando caiu, em oposição ao segundo pico, que subiu, dando uma divergência negativa entre preço e momentum.

Entretanto, ao contrário do minério de ferro, o dólar australiano ainda precisa atingir o preço alvo de 240 pips, a altura do topo duplo, o que dá aos traders alguma oportunidade. A natureza negativa do padrão foi confirmada com um segundo retorno testou a linha do pescoço em três dias seguidos, entre 23 e 25 de maio, cada vez tocando a linha, mas sem conseguir superar.

Desde então, o preço do par cedeu para 0,7396, deixando apenas 1,7% para tocar no preço alvo de 0,7264. Entretanto, o suporte seria de 0,7200 porque, além de ser um número redondo – o que dá um suporte psicológico – esse nível também é o fundo de diversas ocasiões entre maio de 2016 e dezembro-janeiro.

Petróleo

Petróleo Diário

As esperanças dos traders de petróleo caíram quando a Opep rejeitou a proposta da Rússia de adicionar 3 meses à extensão do acordo, mas sumiram completamente quando o acordo frustrou ao não aprofundar os cortes, seguido de aviso do governo dos EUA de que o pacto não afetaria a sobreoferta global. O risco real, contudo, pode ser a contração da economia chinesa.

Depois de os preços do petróleo tocarem na máxima de US$ 55,24 em 12 de dezembro, a cotação não conseguiu manter a tendência de alta fazendo novos picos. Desde então, tem feito máximas e mínimas mais baixas, com o padrão ficando preso em um canal de queda, com oferta e demanda concordando em preços cada vez menores. Na semana passada, nosso artigo sobre o petróleo projetava uma queda de preços. A previsão estava correta: os preços cederam de US$ 50,55 para a mínima de USS 47,73 ontem, -5,62%.

A queda ficou abaixo das médias móveis de 50, 100 e 200 dias.

O RSI mostra que o viés do momentum tem sido de baixa, tanto com as mínimas dentro do canal estão em território de sobrevenda, quanto o avanço dos preços não entram em área de sobrecompra, um sinal de que onde está a pressão no equilíbrio de oferta e demanda. O RSI vem produzindo máximas e mínimas menores desde o último pico.

Ao mesmo tempo o MACD não conseguiu subir e tem cedido ao território de declínio enquanto dá sinal de venda, com a média móvel mais curta corta para baixo da mais longa, mostrando que os preços recentes têm ficado mais fracos. Se o canal de queda permanecer intacto, os preços devem testar novamente o nível de US$ 45, o que pode acontecer em breve.

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