Publicado originalmente em inglês em 22/02/2021
As varejistas do setor de reforma e decoração Home Depot (NYSE:HD) (SA:HOME34) e Lowe’s (NYSE:LOW) (SA:LOWC34) viram suas vendas disparar durante a pandemia. Com a decretação de bloqueios econômicos e do distanciamento social, muitos americanos destinaram suas economias para reformar suas residências, como renovação de jardim, construção de home offices e readequação de porão.
Essa tendência deve continuar quando as melhores empresas de reforma, construção e decoração dos EUA divulgarem seus resultados do quarto trimestre nesta semana. De fato, em vista da alta dos preços das casas e dos juros extremamente baixos, tudo indica que essa tendência positiva continuará pelo resto do ano.
Apesar do elevado número de desemprego e falências em setores castigados pelo distanciamento social, as vendas de casas estão com tudo nos EUA, na medida em que as famílias se mudam para os subúrbios em busca de mais espaço para suas atividades de teletrabalho, educação remota e confinamento. Essa mudança é promissora para ambas as varejistas, já que os proprietários tendem a gastar mais com reformas do que os inquilinos.
A Home Depot divulgará seu balanço amanhã, terça-feira, 23 de fevereiro, antes da abertura do mercado. Os analistas esperam um LPA de US$ 2,61 sobre vendas de US$ 30,54 bilhões.
A Lowe’s apresentará seu balanço na quarta-feira, 24 de fevereiro, antes da abertura do mercado. A projeção de vendas é de US$ 19,37 bilhões para um LPA US$ 1,2.
As vendas nas mesmas lojas, importante métrica de varejo, saltaram quase 25% para a Home Depot durante os trimestres encerrados em agosto e novembro. A Lowe’s, enquanto isso, registrou crescimento de 30% e 23% em vendas no mesmo período.
Com esse forte desempenho, os investidores estão mais atentos aos gastos de cada uma dessas varejistas, o que pode prejudicar as margens apesar das vendas em expansão. Para a HD, o custo das vendas subiu 24% em relação ao ano anterior no 3º tri, já que a varejista de Atlanta gastou mais com equipamentos de proteção aos colaboradores e com a limpeza das suas unidades.
A Lowe’s também disse aos investidores em novembro que sua receita operacional ajustada como porcentagem das vendas – ou sua margem de lucro – deve ficar estável no 4º tri, devido ao investimento em cadeia de fornecimento e despesas relacionadas à pandemia.
Divergência nas ações
Com o aumento das pressões de custo, os investidores parecem mais confiantes com as ações da Lowe’s do que com sua concorrente Home Depot. Nos últimos três meses, os papéis da Lowe’s dispararam mais de 18%, enquanto a HD se valorizou um pouco mais de 3% no mesmo período.
Uma possível razão para o melhor desempenho da Lowe’s é sua maior exposição a clientes profissionais, como empreiteiras e empresas de reforma e decoração, o que pode beneficiar mais suas vendas após a contenção da pandemia e os clientes se sentirem mais à vontade para deixar esses profissionais ingressarem em suas residências para realizar as renovações.
Em resposta, no trimestre passado, a HD anunciou que estava adquirindo a distribuidora de produtos de construção HD Supply Holdings (NASDAQ:HDS), fazendo novamente a fusão entre as duas companhias após sua separação há uma década.
De acordo com o CEO, Craig Menear, a aquisição permitirá que a empresa se consolide no mercado altamente fragmentado de manutenção e reparos que, segundo ele, movimenta hoje US$ 55 bilhões.
Resumo
Quando o assunto é crescimento de capital, está claro que a LOW se saiu muito melhor do que a HD nos últimos cinco anos. A Home Depot, por outro lado, é um caso mais atraente neste momento, com seu dividend yield de 3% contra 1,39% da Lowe’s, além do seu melhor posicionamento em mercados urbanos, que devem se recuperar forte no mundo pós-pandemia.