Sempre que Ginni Rometty, CEO da International Business Machines (NYSE:IBM), se manifesta, ela procura destacar os grandes esforços que sua empresa centenária vem empreendendo para tentar se recuperar.
A executiva está apostando na tecnologia de nuvem híbrida para reverter a constante queda nas vendas, depois que a empresa gastou US$ 34 bilhões para adquirir a Red Hat no ano passado. Ela afirma que esse negócio elevará as margens das ofertas de software da IBM (NYSE:IBM), em um momento em que os grandes clientes da companhia estão deixando de lado seus hardwares para armazenar seus dados em serviços de nuvem de empresas concorrentes, como Microsoft Corporation (NASDAQ:MSFT) e Amazon.com Inc (NASDAQ:AMZN).
“Esta empresa já teve que se reinventar muitas vezes”, afirmou Rometty em uma entrevista à Bloomberg Television no mês passado. “É algo que várias outras empresas ainda precisam enfrentar. Lançar produtos é uma coisa, ter sua atividade principal atacada em um ambiente competitivo e precisar desenvolver um novo modelo é algo totalmente diferente”.
“Trabalho em andamento”
Mas, indo mais a fundo, essa recuperação ainda é um trabalho em andamento, em sua maior parte. No período encerrado em 30 de junho, as vendas da IBM (NYSE:IBM) caíram pelo quarto trimestre consecutivo. A receita da divisão de serviços de TI da companhia teve um declínio de 6,7% ano a ano no segundo trimestre, ao mesmo tempo em que as vendas da unidade que abriga os negócios de mainframe da IBM apresentaram uma queda de quase 20%.
Quando a empresa divulgar seus resultados para o terceiro trimestre amanhã, Rometty precisará provar que o otimismo dos investidores com sua recuperação é justificado e que a companhia está no caminho certo para superar as expectativas do mercado de forma consistente.
Se a Big Blue conseguir mostrar que a sua recuperação está ganhando força, o poderoso rali deste ano — que colocou as ações da empresa entre as blue chips com melhor desempenho no Dow Jones — deve continuar.
Os papéis dessa antiga gigante da tecnologia, que dominou as primeiras décadas da computação com invenções como o mainframe e depois o disquete, fecharam o pregão de segunda-feira cotados a US$ 142,04 – uma alta de cerca de 25% neste ano.
Com essa disparada na ação, os investidores querem ver se a Red Hat melhorou significativamente as vendas e o faturamento da companhia. Cerca de 85% de todas as empresas devem adotar uma estratégia de nuvem híbrida, na qual a maioria utilizará uma combinação de serviços de nuvem pública, como Amazon Web Services (NASDAQ:AMZN), em conjunto com suas redes de nuvem privada, de acordo com uma previsão da Jefferies & Co.
Conclusão
No curto e médio prazo, a IBM (NYSE:IBM) continuará sendo impactada pelos obstáculos estruturais que estão prejudicando suas vendas e sua rentabilidade. Para investidores de longo prazo, cujo objetivo é ter uma fonte de renda constante, faz bastante sentido ter ações da IBM.
Apesar do recente rali, suas ações ainda rendem 4,6% — mais do que o dobro da média de 1,85% do S&P 500 — graças a proventos anuais de US$ 6,48. A companhia elevou seus dividendos cinco vezes nos últimos cinco anos. Acreditamos que o potencial de alta continua forte, se a companhia conseguir mostrar que sua aquisição da Red Hat começou a dar resultados.