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IPO do Uber: o Evento Mais Aguardado do Mercado em 2019 Está Chegando

Publicado 16.04.2019, 05:16
Atualizado 02.09.2020, 03:05

Após anos de expectativa e intermináveis especulações, finalmente a mais aguardada oferta inicial de ações (IPO, em inglês) deste ano está a caminho. Com a divulgação do registro S-1 da Uber na última sexta-feira, as ações da empresa, que oferece serviços de motoristas particulares e está sediada em São Francisco, devem começar a ser negociadas em algum momento do próximo mês. A expectativa é que seja um dos maiores IPOs dos últimos tempos.

Nos últimos anos, a Uber (NYSE:UBER) virou pelo avesso o mercado de transporte convencional, ao permitir que qualquer pessoa interessada se tornasse um motorista de taxi, simplesmente se cadastrando no site ou no aplicativo da companhia. O empreendimento ganhou popularidade entre os usuários – tanto motoristas quanto passageiros – mas colocou o Vale do Silício em chamas, de onde recebeu bilhões em financiamento e capital temporário voltado a startups.

De acordo com a Reuters, a Uber deseja arrecadar cerca de US$ 10 bilhões com o IPO. Quando fizer isso, a empresa terá a honra de ter feito o sétimo maior IPO de todos os tempos nos Estados Unidos. Se tudo sair conforme o plano, a gigante do compartilhamento de corridas deve valer cerca de US$ 100 bilhões – uma capitalização de mercado inédita em IPOs desde a estreia do Alibaba (NYSE:BABA) em 2014.

Principais métricas

Embora o registro S-1 da Uber ultrapasse as 200 páginas, surpreendentemente ele contém pouca informação sobre as métricas da companhia. Para seu importantíssimo número de “usuários”, a Uber fornece algo chamado “consumidores mensalmente ativos na plataforma”, ou MAPCs na sigla em inglês.

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Uber MAPCs 2016-2018

No 4T18, o número mensal de usuários cresceu 35% na comparação anual, passando de 68 milhões para 91 milhões. Durante o ano passado, no entanto, o crescimento de MAPCs da Uber foi mais robusto, subindo 51%. Sem dúvida, não é justo esperar a continuidade de uma expansão de 50% ao ano, mas, se a Uber conseguir manter sua taxa de crescimento anual em 30% ou mais, os investidores ficariam mais do que satisfeitos.

O problema com essa versão da sua métrica de usuários é que, como a Uber opera em 63 países, não há qualquer indicação da porcentagem de usuários nos EUA em comparação com os clientes internacionais. Os usuários nos EUA são mais significativos para o resultado da companhia, pois uma corrida no país é muito mais lucrativa do que uma transação similar na Índia, por exemplo.

Isso vale para outra métrica-chave também: viagens.

Uber Trips 2016-2018

No 4T18, os clientes da Uber fizeram quase 1,5 bilhão de viagens, em comparação com 1,08 bilhão no 4T17, ou seja, um ganho de 37%. Mas também falta clareza quanto aos detalhes que a Uber fornece sobre suas viagens mensais por MAPC.

Depois de anos conseguindo aumentar o número de viagens de cada usuário, a Uber parece ter atingido o limite nessa métrica:

Uber: Monthly Trips per MAPC

Mas, aqui, novamente, falta clareza nas informações. A Uber define “viagem” em seu sentido mais amplo, incluindo uma corrida de carro, um aluguel de e-scooter e até mesmo as entregadas do Uber Eats, sua divisão de entrega de comidas. Ao agregar a atividade de todos os seus três segmentos em um único número, a Uber não nos permite fazer uma análise completa ou precisa do potencial de crescimento da empresa. Como é possível ver abaixo, nem todos os segmentos da companhia são criados de maneira igual.

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Segmentos e receita

A Uber opera em três segmentos distintos: contratação de corridas – que inclui veículos, bicicletas, barcos e até mesmo aviões; Uber Eats – serviço de entrega de comidas; e Outros – que abrange atividades como o programa de aluguel de veículos que a companhia está encerrando e um serviço de frete que ainda está em fase de testes. Combinados, o serviço de corridas e o Uber Eats compõem 95% da receita da Uber.

Não é de surpreender que o serviço de corrida corresponda à maior parte do negócio. Em 2018, ele gerou US$ 9,1 bilhões, ou 81% da receita total da companhia. Esse segmento cresceu 33% desde o ano passado, quando gerou US$ 6,8 bilhões. O Uber Eats teve um ano de 2018 mais espetacular, crescendo de US$ 587 milhões em receita para US$ 1,4 bilhão, ou +149%.

Em 2018, a receita total da Uber foi de US$ 11,2 bilhões, um crescimento de 42% em relação aos US$ 7,9 bilhões gerados em 2017. No ano passado, o crescimento de receita da Uber teve uma desaceleração significativa, depois de ter crescido 106% em 2017, saltando de US$ 3,8 bilhões para US$ 7,9 bilhões.

A Uber apresenta um crescimento de receita forte, mas que está em desaceleração, e o crescimento da sua receita bruta não se traduz, infelizmente, em aumento do lucro líquido. A Uber está perdendo muito dinheiro.

Sua concorrente no serviço de corridas, a Lyft (NASDAQ:LYFT), que analisamos em um artigo no mês passado antes do seu IPO, teve prejuízo de US$ 688 milhões e US$ 911 milhões em 2017 e 2018, respectivamente. Esses números parecem pequenos em comparação com as perdas operacionais da Uber, que foram de US$ 4 bilhões e US$ 3 bilhões em 2017 e 2018, respectivamente.

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Evidentemente, é notável que, para a Uber, a proporção do prejuízo líquido em relação à receita tenha diminuído de 51% para 26% em 2018. Mesmo assim, a Uber é bastante clara em seu registro que a situação não deve melhorar no curto prazo:

“Nossa expectativa é que nossas despesas operacionais aumentem significativamente no futuro próximo, e pode ser que não alcancemos a lucratividade.”

Resumo

Infelizmente para a Uber, o recente IPO da Lyft não se saiu muito bem. Os papéis da Lyft começaram a ser negociados no final de março na NASDAQ, abrindo a US$ 87, e depois caíram mais de 35% até o valor atual de US$ 56,11 registrado no fechamento de ontem. Os investidores não parecem estar muito otimistas com o futuro do serviço de corridas, o que não é um bom presságio para a abertura de capital da Uber.

Mesmo assim, a Uber tem uma vantagem significativa sobre a Lyft, que só opera em dois países. A forte presença global da Uber inclui operações significativas na Europa, Rússia, Ásia e Oriente Médio. No mês passado, a companhia adquiriu a Careem, rival do Oriente Médio, por US$ 3,1 bilhões. O serviço de entregas de comidas da Uber também parece ter sido um importante motor de crescimento em 2018, além de oferecer alguma diversificação de receita.

Vale lembrar que a receita da Uber é mais que cinco vezes maior do que a da Lyft, para um prejuízo líquido proporcionalmente menor. Por isso, a empresa está em melhores condições do que a Lyft neste momento.

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Mas, se a Lyft é atualmente avaliada em US$ 17 bilhões, quanto vale realmente a Uber? Com base no que sabemos atualmente, a cifra de US$ 100 bilhões parece elevada demais para um ponto de entrada adequado.

Entretanto, no mercado de ações, empresas de alto crescimento sempre tiveram um preço premium. Mas os investidores sempre ficam insatisfeitos quando o crescimento começa a desacelerar e as perdas começam a se acumular. A Uber está perigosamente perto de atingir esses dois elementos simultaneamente.

Últimos comentários

vamos conseguir participar das negociações pela bolsa brasileira?
Uma aposta arriscada. Muito custo, baixo retorno, concorrência aumentando...
acho que se abrir barato, tem muita chance de crescimento.
Crescimento da cotação, mas não dos lucros.Bom pra traders ... mas o risco de liquidez pra se livrar depois é grande.
Muito prejuízo acumulado ... margem 0% e sem muitas perspectivas futuras ... difícil de comprar com pensamento de ser socio. No máximo especular e ganhar com a valorização.Mas é arriscado...
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