Desde a derrocada percebida em dezembro de 2024, estávamos religiosamente alocados em quality de Bolsa brasileira, mas vínhamos também preconizando que 2025 seria um ano desafiador para ativos de risco domésticos.
A rigor, entrando mais em detalhes nas nuances de calendário, manifestávamos uma preocupação maior com o 1S25, dada sua ausência de triggers.
Para o 2S25, em tese, encontraríamos motivos de redenção, liderados pela virada de política monetária e por um certo adiantamento do novo ciclo eleitoral.
Contudo, a primeira metade do ano exigiria muita paciência e algum estômago.
Bem, quem diria?
Depois de lambermos a lona no início de janeiro, a realidade acabou se mostrando um pouco mais piedosa com o Kit Brasil: o real voltou a se valorizar frente ao dólar, nossa curva de juros arrefeceu e a Bolsa local (ex Vale (BVMF:VALE3) e Petro) sobe em média +15% desde o início do ano.
Ainda que sem os tais triggers domésticos, fomos beneficiados por tabela, atraindo um pedacinho do fluxo internacional que estava sobrecomprado em EUA.
Na guerra tarifária, sobrou para todo mundo, mas saímos relativamente ilesos e bem posicionados para costurar negociações bilaterais.
É claro que nada disso deve ser confundido com euforia em relação a Brasil. Afinal, tratou-se de um movimento estritamente marginal. Dinheiro gringo fez cócegas por aqui, e o institucional local sequer foi convidado para a festa.
Agora, a onda de verdade de reprecificação brasileira pode ser engatilhada logo mais, com participação efetiva e crescente de todos os tipos de investidores.
Piscamos, o mercado nos ofereceu valiosas e incômodas distrações, e de repente acordamos à beira do fim do 1S25.