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Mercado Descolado, Mas Até Quando?

Publicado 21.01.2022, 08:33
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Nos EUA, o debate “gravita” sobre saber se teremos o “estouro de bolha”, uma grande correção, ou não, em NY. 

De um lado, os que acreditam num ajuste de quatro elevações do Fed Funds neste ano, do outro, os que acham isso um exagero. Nesta toada, as bolsas em Wall Street fecharam mais um dia em queda (dia 20), de novo com a bolsa tech Nasdaq caindo mais de 1%. Na semana que vem, teremos a reunião do FOMC, quando saberemos o que o Fed pretende, através do seu comunicado.  

Nesta semana que termina, além deste tema, as tensões no conflito Ucrânia x Rússia seguem na ordem do dia, com maioria achando a invasão como algo inevitável. A Otan já se mobiliza para o apoio estratégico à Ucrânia, não faltando os que pretendam enviar tropas. Um conflito militar se configura, mas será uma guerra completa?  Joe Biden, por enquanto, prefere manter alguma cautela, só falando em medidas diplomáticas, como embargos econômicos e financeiros.  

Hoje, suspense com os Orçamentos dos EUA e Brasileiro, a serem aprovados pelos presidentes. Não sabemos se o presidente Bolsonaro dará, ou não, o reajuste aos policiais, ou se haverão cortes nas emendas dos parlamentares. 

Caso o presidente autorize este reajuste, Paulo Guedes, como sempre, deve se posicionar contra, a ficar, cada vez mais, numa posição desconfortável. Por que gerar mais uma crise desnecessária? Nos parece um processo de  autofagia e isolamento. Apenas os mais dogmáticos o apoiam nestas decisões. Será que há alguma estratégia ou é radicalização mesmo?  


Paulo Guedes condiciona o reajuste aos servidores, a zeragem dos tributos sobre combustíveis e energia elétrica. O impacto federal desta PEC deve ficar em torno de R$ 57 bilhões, com o preço final por litro do combustível reduzido em R$ 0,20. A ideia é zerar as alíquotas de PIS/Cofins sobre gasolina, diesel e etanol, mas muitos consideram esta medida exagerada, por um grande choque fiscal para um resultado tão pequeno. O mesmo deve se aplicar às tarifas de energia elétrica.  

Sobre a pandemia  

Conass disse que o País registrou 168.495 casos e 350 mortes em 24 horas, abaixo do registrando no dia anterior (204.854 novos  casos). Pico acontece por estas semanas e depois deve começar a ceder.  

Nos EUA  

Janet Yelllen, secretária do Tesouro nos EUA, acha que a inflação cede neste ano, caso o combate à pandemia seja bem sucedido. Acha que há espaço para o CPI ceder, de 7,0% para 2,0% ainda neste ano.  

Na China 

E o Banco Popular da China, Banco Central deles, segue afrouxando sua política monetária, evitando que o grande país ingresse numa recessão. No PIB de 2021, crescimento do quarto trimestre ficou em 4,0%, no ano crescendo 8,1%. Para este ano, as apostas gravitam em torno de 5%. Nas taxas de juros cobradas, todas as SLF (Standing Lending Facility), em diferentes prazos, foram  cortadas em 10 pontos percentuais, no overnight, 7 dias e 1 mês, para 2,95%, 3,10% e 3,45%, respectivamente. No dia anterior, o PBoC havia reduzido a taxa de referencia de 1 ano de 3,80% para 3,70% e a de 5 anos, de 4,65% para 4,60%.  

Mais tensões geopolíticas  

São intensas as movimentações de tropas russas nas fronteiras com a Ucrânia. Uma invasão pode ocorrer em fevereiro. Em resposta, a Otan já mobiliza tropas da Letônia, Estônia, e outros países bálticos.  

INDICADORES  

Zona do Euro  

CPI foi recorde, a 5,0% em dezembro, acelerando suavemente contra novembro (4,95). Isso deve pressionar o BCE a elevar o juro  ainda em 2022, embora negado pela autoridade monetária.  

Nos EUA  

Vendas de casas usadas aumentaram 8,5% no ano de 2021, a 6.12 milhões, maior alta em 15 anos. O preço médio disparou 16,9%,  para US$ 346.900 em 2021, num ambiente de baixo estoque. Em dezembro, as vendas recuaram 4,5%, diante da redução destes  estoques. Expectativas para 2022 é de que as vendas recuem um pouco, diante dos custos mais elevados e oferta apertada.  

Estoques de petróleo subiram 515 mil barris na semana, quando a previsão era de queda de 800 mil.  

Pedidos de seguro desemprego subiram 286 mil na semana (contra projeção de 225 mil), na maior alta em três meses, sinalizando  que os empregadores estão demitindo por causa da variante Ômicron. Na semana anterior cresceram 231 mil.  

Na Alemanha  

PPI registrou 24,2% em dezembro de 2021, um recorde histórico. Em novembro, índice havia registrado 19,2%, com crescimento  mensal de 5%. Ao longo do ano, o índice registrou alta média de 10,5%.  

MERCADOS  

Ampla aversão ao risco na Ásia, depois de mais um dia de queda em NY. Por lá, o que mais se houve é que o Fed SERÁ MAIS HAWKISH do que o esperado. Por lá, também, a empresa de streaming Netflix (NASDAQ:NFLX) chegou a cair mais de 20%, diante do erro nas projeções de aumento de clientes neste início de 2022. Japão caiu com o CPI acima do esperado, na China, o Hang Seng e a Xangai Composite apanharam com o clima geral de aversão ao risco, mas isso aconteceu de forma mais moderada, pelos anúncios de apoio do PBoC.  

No Brasil, o Ibovespa fechou o pregão do dia 19 em BOA alta de 1,26%, a 108.013 pontos, sustentado por empresas de commodities, com o dólar desvalorizando 1,68%, a R$ 5,467, maior queda em dois anos.  

As empresas, a realizarem IPOs e follow-ons neste ano, enfrentarão um cenário mais desfavorável do que nos anos  anteriores. Devem pesar contra três grandes fatores: inflação mais elevada, Selic acima de 11% e eleição “polarizada”. Tradicionalmente, anos eleitorais marcam o mercado de ações com alta da volatilidade e, diante de incertezas, queda no número de novas emissões. 

Na madrugada do dia 21/01, na Europa (05h12), os mercados futuros operavam em QUEDA: DAX (Alemanha) -1,32%, a  15.702 pontos; FTSE 100 (Reino Unido), -0,92%, a 7.515 pontos; CAC 40 -1,31%, a 7.099 pontos, e EuroStoxx50 -1,44%, a  4.237 pontos.  

Na madrugada do dia 21/01, na Ásia (05h11), os mercados operaram em QUEDA (maioria): S&P/ASX (Austrália), -2,27%, a  7.175 pontos; Nikkei (Japão) -0,90%, a 27.522 pontos; KOSPI (Coréia), -0,99%, a 2.834 pontos; Shanghai -0,91%, a 3.522, e  Hang Seng, -0,22%, a 24.897 pontos.  

No futuro nos EUA, as bolsas de NY, NO MERCADO FUTURO, operavam EM QUEDA neste dia 21/01 (05h10): Dow Jones,  +0,04%, 34.629 pontos; S&P500 -0,18%, 4.466 pontos, e Nasdaq -0,41%, a 14.785 pontos. No VIX S&P500, 25,28 pontos,  +1,26%. 

No mercado de Treasuries, US 2Y RECUANDO 2,77%, a 1,0219, US 10Y -2,88%, a 1,781, e US 30Y, -1,70%, a 2,105. No DXY,  o dólar -0,07%, a 95,655, e risco país, CDS 5 ANOS, a 218,9 pontos. Petróleo WTI, a US$ 84,09 (-1,72%) e Petróleo Brent  US$ 87,06 (-1,49%).  

Na agenda desta SEXTA-FEIRA, em destaque a Confiança do Consumidor da Zona do Euro de janeiro. A queda de 6,8  pontos no mês anterior foi maior do que esperava o mercado. Saem também os resultados oficiais do varejo no Reino Unido  em dezembro.

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