Os ADRs da Petrobras (NYSE:PBR) caem cerca de 1,5% nesta manhã em Nova York, em uma reação tímida ao inesperado prejuízo de R$ 2,6 bilhões no segundo trimestre deste ano anunciado ontem à noite. Trata-se do primeiro resultado negativo da estatal petrolífera desde o terceiro trimestre de 2020 e também do primeiro balanço sob a gestão de Magda Chambriard.
A empresa atribui as perdas a um acordo com o governo para encerrar uma disputa judicial envolvendo dívidas tributárias. O impacto foi de R$ 11,5 bilhões e trazia grande incerteza ao caixa da companhia. Sem ele, a Petrobras (BVMF:PETR4) teria registrado um lucro perto de R$ 30 bilhões no período, considerando-se a variação cambial.
Daí porque o uso de parte das reservas para pagamento de dividendos ordinários de 2023 deve ser o principal assunto do dia envolvendo a estatal. A companhia vai pagar R$ 13,57 bilhões em retorno aos acionistas, seguindo a política de remuneração vigente. Ainda restam R$ 15,5 bilhões na reserva de capital, de acordo com a Petrobras.
A ver, então, como o Ibovespa irá absorver esse noticiário envolvendo duas ações ((BVMF:PETR3) e PETR4) que, combinadas, representam o maior peso no índice. Por ora, o ETF negociado no exterior e que serve de referência à bolsa brasileira avança. Aliás, o mercado acionário doméstico tem mostrado resiliência, em meio à volatilidade lá fora.
Ontem, o Ibovespa cravou a terceira alta consecutiva, beneficiado pelo melhor desempenho diário do S&P 500 desde 2022. Vale lembrar que na segunda-feira (5), o mesmo índice norte-americano havia registrado a maior queda em um único dia também em dois anos. Já o dólar aqui segue o movimento das moedas emergentes e se reaproxima de R$ 5,60.
O que tem para hoje?
Com isso, é a inflação oficial ao consumidor brasileiro (9h) que deve definir o rumo dos negócios locais nesta sexta-feira. Após o Banco Central afirmar, na ata da reunião de julho do Copom, que não hesitará em elevar os juros se julgar apropriado, o IPCA pode calibrar a possibilidade disso ocorrer ainda neste ano - algo improvável até alguns meses atrás.
Na China, o índice de preços ao consumidor (CPI) atingiu o maior nível em cinco meses, ao subir 0,5% em julho, em base anual. É o sexto mês seguido de aceleração da inflação no varejo chinês, em meio aos estímulos do governo para impulsionar a demanda. Já os preços ao produtor seguiram em queda (-0,8%).
Mas os investidores estão à espera do CPI nos Estados Unidos, na próxima semana. Após os pedidos semanais de auxílio-desemprego ontem afastarem o temor de recessão no país, trazidos na sexta passada após o payroll, são os novos números de inflação que podem resgatar a confiança para “comprar na baixa” em Wall Street, animando de vez os mercados globais.