Dados de inflação ao consumidor no Brasil (IPCA) e nos Estados Unidos (CPI) entram em cena nesta terça-feira (12) e preparam o palco para a Super Quarta de decisão de juros do Federal Reserve e do Copom. Os índices de preços não só servirão para guiar os eventos de amanhã, como também podem indicar os próximos passos dos dois bancos centrais.
Afinal, os indicadores devem acrescentar sinais de que a inflação está perdendo força, o que reforça a visão de que o ritmo de queda da taxa Selic deve acelerar no ano que vem, ao passo que o ciclo de cortes nos EUA pode começar em breve. A dúvida ainda é o momento exato em que tais movimentos têm início.
Enquanto tentam acertar o timing, os investidores também acompanham a movimentação em Brasília. O Senado vota hoje o projeto de tributação das apostas esportivas e a Câmara pode apreciar a subvenção do ICMS. Qualquer ruído político deve acirrar os nervos do mercado, diante dos riscos que as pautas de interesse do governo correm nesta reta final.
IPCA e CPI em destaque
Mas os investidores vão mesmo tentar decifrar o que dizem os números. O IPCA deve repetir a alta de 0,2% em outubro, em meio à pressão vinda dos alimentos, compensada pelo cenário benigno no setor de serviços e nos preços de combustíveis. Com isso, a taxa acumulada em 12 meses deve voltar a ficar dentro do intervalo da meta, em +4,7%.
O resultado efetivo será conhecido às 9h e deve impactar a abertura dos negócios locais com dólar e juros futuros, respingando no início do pregão do Ibovespa. Na sequência, as atenções se voltam para Nova York. Embora o CPI não seja o indicador de preços preferido do Fed, trata-se da última divulgação importante antes da Super Quarta e após o payroll.
A inflação anual nos EUA deve desacelerar, passando de 3,2% para 3,1%, enquanto a do núcleo do CPI deve seguir em 4%. Ainda que se desconsiderando itens voláteis, a estabilidade nos preços ao consumidor americano em novembro sugere que não há a necessidade de aperto adicional pelo Fed. Ou seja, a taxa de juros atingiu o seu pico.
Teste de fogo
Assim, a solução para o enigma sobre quando começa o alívio na política monetária deve mesmo ficar para o dia seguinte à esta Terça Nobre, com os investidores olhando com lupa a mensagem do Fed e do Copom, em buscas de pistas sobre a marca do ponto de partida da queda dos juros (mais acentuada) aqui e (inicial) lá fora.
Mas a confiança de que essa largada está próxima sustenta um sinal positivo nos ativos de risco nesta manhã, com os investidores deixando a cautela de lado. Os futuros dos índices acionários americanos exibem leves ganhos, assim como as principais bolsas europeias, após uma sessão positiva na Ásia. O petróleo e o minério de ferro também avançam.