Quase em dois dígitos.
A decisão de juros do COPOM não surpreendeu ontem quanto ao conteúdo, forma e perspectivas, ainda que a curva de juros não precificasse um contrato de elevação de 150 bp na próxima reunião, ou seja, o BC se pôs “à frente da curva” neste caso.
O BC manteve a fórmula da questão fiscal se impondo e necessitando uma resposta dos juros, assim como desviou-se de qualquer menção à temporariedade da inflação como no passado, até de forma a evitar ser ‘atropelado’ por imposição da realidade, como ocorreu em diversos outros bancos centrais mundo afora.
O contrato de 150 bp adicionais não significa necessariamente que estamos virtualmente em 10,75% aa em fevereiro, dado que o cuidado do Banco Central evitar a menção de inflação temporária não significa que a mesma não esteja realmente próxima de seus picos, em meio à grande série de fatores que citamos aqui nos últimos dias.
De qualquer maneira, o nosso Banco Central se firma como o mais hawkish do mundo, dado o mais severo aperto promovido por uma autoridade monetária que segue corretamente os desígnios macroeconômicos, diferente de instituições como na Turquia.
O que se poderia esperar disso seria ao menos a valorização do Real frente ao dólar, algo que chegou a acontecer no início do aperto monetário e se estendeu até julho, quando o mercado começou a adicionar volatilidade ao câmbio, em meio às incertezas fiscais causadas pelo meio político.
Todavia, o prêmio de risco tem agora a adição do tapering nos EUA e de uma possível normalização de juros, o que levaria dólares de volta aos EUA e consequentemente, desvalorização de moedas de mercados emergentes.
O risco eleitoral deve também em breve entrar na conta e a volatilidade por ele criada pesa bastante e pode evitar de se receber o bônus de um Real valorizado na inflação, novamente.
Agenda fraca, com foco na inflação IPC-Fipe abaixo das expectativas e os pedidos de auxílio desemprego e estoques ao atacado nos EUA.
Abertura de mercados
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, estáveis após as principais médias postarem o terceiro dia consecutivo de ganhos.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, enquanto os investidores avaliam os riscos de Ômicron.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção ao minério de ferro e platina.
O petróleo abre queda em Londres e Nova York, apesar do alívio com a questão do novo vírus.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 3,22%.
Câmbio
Dólar : R$ 5,5301 / -1,43 %
Euro / Dólar : US$ 1,13 / -0,212%
Dólar / Iene : ¥ 113,51 / -0,097%
Libra / Dólar : US$ 1,32 / 0,000%
Dólar Fut. (1 m) : 5567,26 / -1,59 %
Juros futuros (DI)
DI - Julho 22: 10,92 % aa (-0,59%)
DI - Janeiro 23: 11,37 % aa (-1,00%)
DI - Janeiro 25: 10,67 % aa (-1,80%)
DI - Janeiro 27: 10,68 % aa (-1,57%)
Bolsas de valores
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,5000% / 108.096 pontos
Dow Jones: 0,0989% / 35.755 pontos
Nasdaq: 0,6379% / 15.787 pontos
Nikkei: -0,47% / 28.725 pontos
Hang Seng: 1,08% / 24.255 pontos
ASX 200: -0,28% / 7.384 pontos
ABERTURA
DAX: -0,272% / 15644,46 pontos
CAC 40: -0,039% / 7011,82 pontos
FTSE: -0,244% / 7319,15 pontos
Ibovespa Futuros.: 0,47% / 108345,00 pontos
S&P 500 Futurost.: -0,35% / 4682,75 pontos
Nasdaq 100 Futuros.: -0,215% / 16329,25 pontos
Commodities
Índice Bloomberg: -0,47% / 96,79 ptos
Petróleo WTI: -0,30% / $72,12
Petróleo Brent: -0,38% / $75,34
Ouro: -0,02% / $1.783,53
Minério de ferro: -2,31% / $106,77
Soja: -0,36% / $1.256,50
Milho: 0,60% / $588,25
Café: 0,35% / $244,75
Açúcar: -0,25% / $19,72