O Ibovespa“subiu no vácuo” ontem (15), no embalo das apostas de queda da taxa Selic para abaixo de 9% neste ano. Hoje (16), porém, a bolsa brasileira volta a ser influenciada por Nova York, onde os futuros dos índices amanheceram em baixa, à espera dos balanços de grandes bancos. Aqui, tem o desempenho do setor de serviços (9h) em novembro.
O noticiário político, em Brasília e no Iowa (EUA), chama atenção. Já o indicador econômico mais importante do dia será conhecido apenas à noite, quando a China divulga dados de atividade ao final de 2023, entre eles o Produto Interno Bruto (PIB) do período. À espera dos números, as bolsas da Ásia e o minério de ferro fecharam no vermelho.
As praças europeias também operam no terreno negativo, ajustando as expectativas em relação aos juros da zona do euro. Declarações de integrantes do Banco Central Europeu (BCE), em Davos, de que ainda é prematuro discutir cortes diante dos níveis elevados da inflação e apesar da desaceleração econômica, frustram a previsão de redução já em abril.
Nesse movimento de ajuste, destaque para a desvalorização das moedas europeias, como o euro e a libra, com o dólar ganhando força de modo generalizado. O rendimento (yield) dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos (Treasuries) também avança. Já o petróleo monitora a escalada da tensão no Oriente Médio.
Até quando?
A dúvida é quando os investidores do outro lado do Atlântico Norte irão começar a fazer o mesmo. Por enquanto, a previsão de que o Federal Reserve irá começar a reduzir a taxa de juros nos EUA em março se mantém, com cerca de 65% de chance. Porém, essa perspectiva se torna cada vez menos viável, à medida que o calendário se aproxima.
Com isso, o movimento de aversão ao risco ganha força. Trata-se do primeiro passo em direção a uma correção mais forte nos preços dos ativos, até surgir alguma novidade no cenário, confirmando (ou não) a previsão. Até lá, os mercados tendem a oscilar em um intervalo estreito e sem tendência definida, com a volatilidade reinando.