O Crash no modo fundamentalista e o Bovespa no meio

Publicado 28.08.2012, 20:55

Muitos já viram o lado do Crash no gráfico.......

Vamos tentar fazer algo diferente....

Vamos abordar o Crash no lado fundamentalista, embora com a percepção dos gráficos.....

Abaixo, comecarei a listar uma série deles, focados essencialmente em 3 regiões, EuroÁrea, Estados Unidos e Reino Unido, 3 regiões com peso gigantesco no mundo.

Eventualmente agregarei alguns outros.

Comecemos por apresentar a relação Dívida/PIB.

Em comparação com o final dos anos 90 e início dos "anos 2000", a situação é bastante diferente.

Hoje, a dívida contraída por essas regiões em relação com seu PIB vem crescendo fortemente nos últimos 4-5 anos. Aqui, agreguei o gráfico do Japão por se encontrar em patamar tão ou mais delicado.


debito euro

debito eua

debito reino unido

debito japao


Passemos a olhar o PIB em si de cada região para identificarmos alguma tendência.
Aqui, também não me parece um quadro distinto do início dos "anos 2000".

Enquanto lá tínhamos uma certa estabilidade ou mesmo tendência ascendente das economias das respectivas regiões, hoje, a tendência é de declínio.



pib euro

pib eua

pib reino unido


Vamos aos gráficos de taxa de desemprego:

Ora......aqui, nada de mudança.

Final dos anos 90 e início dos "anos 2000" , tínhamos uma tendência declinante na taxa de desemprego para as 3 regiões.
Nos últimos 4-5 anos, nenhuma perspectiva otimista. É verdade que nos Estados Unidos, a taxa vem caindo, no entanto, ainda acima de patamares dos "anos 2000"


desemprego euro

desemprego eua

desemprego reino unido


Continuemos com alguns dados interessantes.

Uma relação "Dívida/PIB", PIB em declínio e taxas de desemprego altas poderiam sugerir uma queda forte na inflação, não é ?

Vejam os gráficos abaixo:

Podemos dizer que os Estados Unidos ainda mantém uma taxa "dentro dos padrões". Por outro lado, não é isso que vemos nas outras 2 regiões.

As taxas de inflação continuam em patamares elevados , olhados em retrospectiva e, principalmente, destoando da fraca condição econômica de ambas as regiões.

inflacao euro

Historical Data Chart


inflacao reino unido


É natural que precisemos buscar uma série de outras correlações para cravarmos uma direção; também é fato que toda análise carrega uma parcela de subjetividade.

Porém, não há como negar que a inércia que se tira dos gráficos acima é , no mínimo, uma inércia preocupante.

Temos regiões com alto grau de endividamento, além disso, um endividamento crescente.

Uma taxa de desemprego estável ou em declínio poderia sugerir um crescente consumo e, por conseguinte, um empurrão no PIB.

Entretanto, as taxas de desemprego ainda estão altas ou crescendo.

Isso afeta negativamente o PIB que, por consequência pressiona a taxa de desemprego, que por consequência pressiona negativamente o PIB.

Os governos, com relações altas "Dívida/PIB", precisam de impostos para abater a "dívida", precisam do PIB em alta, que é pressionado por uma taxa de desemprego alta.

Enfim, o "looping" "DÍVIDA/PIB - "PIB" - TAXA DE DESEMPREGO" está contaminado no curto, médio e no longo prazo.

Isso sem ainda agregarmos a variável "inflação" que, segundo os gráficos acima, também não ajuda em nada o "looping" acima.

E o Brasil ?

Ora, o Brasil foi fortemente beneficiado com o boom das commodities nos últimos 10 anos.

Desdenhou de sua matriz industrial, já que as commodities empurravam a sua economia para cima.

E agora, com o "looping" acima, concentrado em 3 das principais regiões do mundo, o Brasil sairá machucado ?

Vejam os gráficos abaixo, com dados de Exportação, Balança Comercial, PIB, Indústria, Inflação e Taxa Cambial paridade "Dólar x Real"

Exportação:
Fortemente afetada nos últimos 12-18 meses

Balança Comercial:
Fortemente afetada nos últimos 12-18 meses

PIB:
Fortemente afetado nos últimos 12-18 meses

Indústria:
Fortemente afetada nos últimos 12-18 meses

Inflação:
Persistentemente alta nos últimos 12-18 meses. Em nada contribui para a reversão do PIB, entre outras variáveis

Dólar:
Viés de alta nos últimos 12 meses que também em nada contribui para a Economia como um todo, exceto para as exportações no médio-longo prazo

exportacao brasil

balanca comercial brasil




pib brasil

industria brasil

inflacao brasil

dolar x real


Enfim, dificilmente o Brasil voltará a uma posição confortável em termos de PIB, Indústria e Exportações no curto-médio prazo, pois as variáveis se "afetam reflexivamente" e por sofrerem com os dados de 3 das regiões mais ricas do mundo elencados mais acima.

E como tudo isso pode afetar as bolsas de valores ?

Vamos nos ater a apenas 3 gráficos.

2 do SP500 americano e 1 do nosso BOVESPA

Abaixo, no TEMPO SEMANAL, um canal de longo prazo BULL praticamente cumprido no SP500 quando bateu 1.426, com forte divergência baixista de IFR14 (inclusive com uma LTB "quase perfeita").

Mais abaixo, já no TEMPO MENSAL, o SP500 com uma configuração de inclinação muito próxima a de 2000 e 2007.
LTB de IFR14 praticamente perfeita também


SP500 , SEMANAL, ESCALA LINEAR

sp500 tempo semanal

SP500, MENSAL, ESCALA LINEAR

SP500 MENSAL


O nosso BOVESPA, depois de um topo triplo na faixa de 74.000 pontos, bateu 48 k, repicou até 69 k e voltou para 52 k.

Gráfico BEAR MARKET.....BEAR MARKET, diferente do SP500.

Assim como 1997-1998 e 2000-2001, me parece ser impossível fugir ao BEAR MARKET no curto-médio prazo.

Os repiques, fortes ou não, são meras correções de alta, dentro dessa tendência principal de baixa.

Caso observemos os períodos de 97 e 2000, o BOVESPA ainda tem muito espaço de queda pela frente.

Revejam os gráficos lá acima referentes ao final dos anos 90 e início dos "anos 2000".

Dívida , PIB e taxa de desemprego de regiões mais ricas favoráveis a uma inércia positiva.

E, agora ? Agora, temos uma inércia desfavorável, fortemente negativa.

Bovespa, MENSAL, ESCALA LINEAR

bovespa mensal




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