V de Vivara
A Vivara (SA:VIVA3) dispensa apresentações.
A joalheria verticalizada, conhecida por peças publicitárias com Gisele Bundchen, Marina Ruy Barbosa, Anitta, entre muitas outras.
Vivara é, desde 1962, um ícone do refinado varejo brasileiro.
E, após diversas tentativas frustradas no passado, o ícone vai abrir seu capital na bolsa brasileira.
Como não se apaixonar por Vivara?
A Vivara compra o ouro e a prata no exterior, desenha as peças, produz na Zona Franca de Manaus, e vende em suas 237 lojas próprias no Brasil.
O negócio de Vivara é o mais simples do mundo: compra ouro a 1x e vende ouro, trabalhado, a 5x.
Quase todas as lojas estão em shoppings – a Vivara não se importa em pagar um pouco mais por fluxo selecionado e segurança.
Pois, a Vivara tem margem de sobra para investir em ótimos pontos de venda.
Uma marca tradicional, produtos que despertam o desejo de suas consumidoras, marketing muito bem delineado, …
Tudo isso para criar margens excepcionais.
Margens altíssimas para entregar rentabilidade sobre o capital investido (ROIC) de 28 por cento em 2016, 79 por cento em 2017 e 42 por cento em 2018.
A Life e os novos Produtos
A nova Vivara Life, deu tão certo, que também dispensa apresentações.
A Life foi criada em 2011 e já representa mais de 30 por cento das vendas líquidas da Vivara.
A Life teve sua primeira loja em 2015 e, rapidamente, caiu no gosto da jovem brasileira.
Com ticket menor, mas margens ainda maiores, o sucesso da Life torna difícil questionar os novos projetos de Vivara.
A Life vende prata a preço de ouro.
O IPO e o crescimento
Vivara caminha, a passos largos, para seu IPO. Ao que tudo indica, a demanda é forte – como é para seus produtos.
A oferta de ações marca a saída do fundador, Nelson Kaufman, que venderá 1 bilhão de reais em ações – praticamente metade de sua participação em VIVA3.
A oferta marca o sucesso de seu filho, Marcio Kaufman, CEO desde 2010, e artífice da Vivara Life.
Os planos do Marcio são diferentes dos de seu pai.
Marcio levantará, aproximadamente, 400 milhões de reais para a companhia para abrir 200 novas lojas em 5 anos.
É quase o mesmo número de lojas que Vivara possui hoje.
Mais lojas, mais vendas, nova marca para "Classe C" e, possivelmente, nova fábrica em Manaus em 2021.
Marcio quer expansão.
Mas Vivara não precisa de capital
Vivara gera tanto caixa que poderia fazer a expansão com recursos próprios.
Vivara poderia recomprar as ações de seu fundador com a geração de caixa, em alguns anos.
Vivara poderia se alavancar um pouco, pois possui endividamento de apenas 1x Dívida líquida/Ebitda.
Mas o sócio majoritário preferiu vender suas ações no mercado. A pessoa que melhor conhece a companhia vende um belo negócio. Estaria ele errado?
Vivara produz na Zona Franca e recebe um enorme benefício fiscal.
Ao redor de 60 por cento dos custos de Vivara são dolarizados – entre ouro, prata e pedras preciosas.
Mas, o maior risco, o que definirá a probabilidade de sucesso do investimento, o ponto crucial, mais importante, é o preço (que os investidores pagarão pelas ações).
Compramos Prata a preço de Ouro?
O balanço de Vivara não vem, nem um pouco, "limpo".
Não recorrentes, nova regra contábil, divulgação de balanços apenas anuais, entre outros (vários) problemas.
Nem no mínimo da faixa indicativa VIVA3 terá sua estréia na bolsa a um preço baixo.
No preço médio da faixa, pagamos 21x Ebitda e 24x lucros em uma companhia que conhecemos, apenas, recentemente.
Pagando estes preços confiamos na capacidade de crescimento de Marcio Kaufman. Confiamos que Vivara tem planos viáveis de crescimento. Confiamos que Vivara escolheu não crescer nos últimos anos para acelerar, somente, agora.
Confiamos que a canibalização das vendas será pequena, que a força da marca alcançará novos shoppings em novas localidades.
Confiamos que VIVA3 tem capacidade de execução para o plano mais ambicioso em seus 57 anos de história.
Bom negócio enfrenta plano ambicioso
Vivara é um belo negócio.
Altíssimas margens, presença nacional (que traz sinergias em seu marketing), reconhecimento de marca, desobrigação de liquidar estoques (as coleções não saem de moda) e capacidade de elevar ou reduzir a quantidade de ouro nas jóias (quando o preço do ouro sobe).
Os shoppings adorariam ver uma Vivara em seus corredores – atualmente, a negociação favoreceria a joalheria. VIVA3 já tem seu plano bastante estruturado.
Estamos iniciando uma melhora da economia e Vivara se mostrou sólida na pior crise da história.
Frente a seu o plano ambicioso de crescimento, não sabemos, ainda, se há demanda reprimida.
Se haverá canibalização. Se a produtividade por loja será mantida. Se Vivara conseguirá contratar e treinar vendedores capacitados.
Vivara é barata se crescer. Vivara é cara se não crescer.
Compre VIVA3, com prudência
Não sabemos o final desta saga, mas podemos correr este risco.
Recomendaremos que participem, com cautela, do IPO de Vivara nos respaldando na qualidade do negócio.
Se vamos entrar, alguns centavos não fazem diferença. Reserve VIVA3 até o preço máximo de 27 reais por ação (acima do teto da faixa).
Os grandes investidores gringos já se apaixonaram pela companhia, nós também. A demanda para a oferta já é grande.
Mas, nossa visibilidade é curta e manteremos atenção redobrada aos acontecimentos.
O prazo máximo para fazer sua reserva (vá em "Ofertas Públicas" em sua corretora) e participar da oferta é 07 de outubro.
As ações começarão a negociar em Bolsa somente no dia 10 de outubro.
Acompanhe muito mais no Twitter: @BruceBarbosa88, no FB: BruceBarbosaOficial e LinkedIn: BruceBarbosaOficial