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O que a Intervenção Governamental Realmente Significa para as Ações de Tecnologia

Publicado 07.06.2019, 08:57
Atualizado 02.09.2020, 03:05
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O apetite cada vez maior do governo federal dos EUA para regular mais de perto as grandes empresas de tecnologia, também chamadas de Big Tech, impactou as ações do setor na segunda-feira, após o anúncio de que estaria considerando abrir investigações antitrustes e a possibilidade de criar uma legislação sobre a privacidade dos usuários. Os investidores, justificadamente, notaram os sinais de alerta.

O Facebook (NASDAQ:FB), que tem estado no centro de diversas controvérsias nos últimos anos, caiu 7,5% no primeiro pregão da semana. A Alphabet (NASDAQ:GOOGL) e a Amazon (NASDAQ:AMZN), que foram individualizadas pelas agências federais e pelo Congresso, despencaram 6,1% e 4,6% respectivamente.

Gráfico Comparativo GOOGL:FB:AMZN - Powered by TradingView

As ações se recuperaram um pouco diante das maiores expectativas de um corte na taxa de juros pelo Fed, mas os ventos contrários para as Big Tech não desapareceram.

Nos últimos anos, particularmente depois que saiu a notícia, no início de 2018, de que a privacidade dos usuários havia sido gravemente violada no Facebook pela coleta de dados por terceiros, tanto órgãos reguladores do governo quanto ativistas se tornaram mais críticos ao aparente poder ilimitado das grandes empresas de tecnologia, bem como a suas táticas de negócio geralmente agressivas.

O congresso norte-americano realizou diversas sessões com altos executivos dessas companhias, como Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, e Sundar Pichai, CEO da Alphabet. Com base na opinião pública e nos contínuos problemas em todo o setor, o escrutínio não deve terminar tão cedo. As ações das Big Tech estão correndo um sério perigo?

Fim do Laissez-Faire

Primeiramente, é preciso reconhecer que o enorme crescimento do que agora chamamos de Big Tech se deve em parte ao fato de que o governo dos EUA adotou uma atitude de laissez-faire em relação a essas companhias. A Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês), juntamente com o Departamento de Justiça, são duas agências que representam o governo em questões antitrustes. Ambas permaneceram à margem dos acontecimentos até agora.

No passado, a FTC decidiu permitir a aquisição do Whatsapp e do Instagram pelo Facebook, responsáveis em grande parte pelo sucesso e pela capacidade do Facebook de dominar a concorrência atualmente. A FTC também aprovou a aquisição da Whole Foods pela Amazon em 2017, o que permitiu que a gigante do varejo eletrônico se expandisse além do domínio digital.

Qualquer mudança na disposição das agências governamentais em permitir que as Big Tech adquiram empresas menores ou se expandam em novas áreas inevitavelmente prejudicará suas perspectivas de crescimento daqui para frente.

Até que ponto pode piorar?

Para as Big Tech (e os investidores do setor), o pior cenário seria uma rígida regulação juntamente com desmembramentos antitrustes compulsórios, como propõe a senadora de Massachusetts e ex-candidata democrata à presidência, Elizabeth Warren. Ela quer que a tecnologia seja regulada como um serviço público, evitando, assim, que as empresas detenham e operem negócios em suas plataformas. Warren também deseja fazer o desmembramento de fusões aprovadas no passado, como as aquisições anteriormente citadas do Whatsapp, Instagram e Whole Foods.

Para as Big Tech, no entanto, o todo é mais importante do que a soma das suas partes. Muito do seu potencial crescimento vem da perfeita integração entre seus diferentes serviços. A criação de entidades separadas geraria exatamente o conflito que as Big Tech querem eliminar, prejudicando sua atratividade aos clientes.

Entretanto, com todas as vênias à senadora Warren, tais movimentos drásticos são improváveis. Sua proposta pode ser vista como extremada, provavelmente com o intuito de chamar a atenção para sua campanha presidencial em 2020. É muito pouco provável que uma legislação tão drástica passe no congresso. Alguns estimam que a probabilidade disso seria de menos de 1%.

Precedentes podem fornecer respostas

Para realmente compreender o que está em jogo aqui, podemos nos orientar por um precedente. As leis antitrustes se tornaram uma especialidade europeia nos últimos anos.

Já faz mais de uma década que as cortes da Europa vêm investigando o Google e aplicando multas que já somam US$ 9,25 bilhões nesse período. Embora o Google tenha alterado seu comportamento para cumprir as decisões regulatórias na EU, os resultados envolveram, em sua maior parte, produtos específicos. Por exemplo, o “Google Shopping”, serviço proprietário de anúncios em pesquisas que anteriormente só exibia material do Google Ads, desde junho de 2017 foi forçado a incluir anúncios de terceiros no mecanismo de busca de compras.

Da mesma forma, no final dos anos 1990, a Microsoft (NASDAQ:MSFT) entrou na linha de fogo nos EUA por práticas monopolistas envolvendo seus sistemas operacionais e outros componentes de software, como o navegador Internet Explorer. Em junho 2000, uma corte ordenou que a Microsoft se dividisse em dois componentes: um produziria sistemas operacionais e o outro, softwares. No entanto, ao julgar o recurso da companhia, o circuito de D.C. decidiu revogar a decisão por temor de que um desmembramento poderia prejudicar a inovação. O processo terminou com um acordo que não impactou substancialmente a Microsoft, permitindo que ela se tornasse a potência que é hoje.

Influência cada vez maior na política?

Da mesma forma, seria um erro subestimar a influência das Big Tech na política. Primeiramente, muitas empresas, inclusive o Facebook, afirmam estar dispostas a cooperar com os órgãos reguladores, ao mesmo tempo em que exploram sua autorregulação. Por exemplo, o Facebook adicionou milhares de revisores de conteúdo em sua plataforma, em uma tentativa de apaziguar os críticos.

Essas empresas também aumentaram de forma bastante ativa os esforços para defender seus interesses nos últimos anos, investindo ao todo US$ 77,9 milhões nesse front em 2018, de acordo com o Centro para Política Responsável, que é apartidário. Seria extraordinariamente ingênuo acreditar que Google, Facebook, Amazon e outros nomes das Big Tech se conformariam com os esforços para desbancá-los.

Conclusão

Os investidores devem avaliar de forma mais crítica os rumores com base na atividade corporativa. É mais fácil falar do que fazer quando o assunto é criar problemas para as Big Tech.

Embora haja um consenso cada vez maior de que haverá intervenção governamental no setor – gerando pressão negativa sobre as ações de tecnologia – aqui se aplica a famosa frase: o passado é um prólogo. Tanto os órgãos reguladores quanto as cortes já demonstraram que agem com cautela quando se trata de regular a tecnologia, pois estão cientes de que uma única decisão pode inviabilizar a inovação e prejudicar a economia.

Portanto, o resultado mais provável seria: anos de avaliação, seguidos de uma decisão que será palatável tanto para o governo quanto para as Big Tech. Nosso conselho seria comprar no boato e vender no fato.

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