O componente político do caos gerado pela greve dos caminhoneiros, consequentemente gerando desabastecimento pode ser utilizado positivamente tanto para a situação, quanto a oposição durante as eleições deste ano.
O problema são as consequências econômicas. A Petrobras, após anos de desmando e corrupção, finalmente retornava ao lucro, principalmente com a política de preços flutuantes, seguindo a tendência internacional.
O problema é que, por conta dos problemas passados, o preço de largada desta política foi consideravelmente alto.
Daí os efeitos mais graves com a alta recente do dólar e do petróleo no mercado internacional.
Para o atual movimento, o congelamento emergencial de preços por 15 dias e a redução em 10% no valor leva em consideração não somente o problema da paralisação.
Há o custo envolvido com a redução da demanda durante este período e o quanto isso impactaria no resultado da empresa.
Portanto, mesmo preocupante, o movimento da Petrobras (SA:PETR4) possui algum respaldo técnico e financeiro.
Afinal, sem vendas, sem ganhos.
Entretanto, congelamento de preços é um movimento de consequências desastrosas que já vimos num passado recente.
CENÁRIO POLÍTICO
O uso estratégico da paralisação tem trazido mais bônus do que ônus ao governo.
Ao mesmo tempo em que aparenta buscar uma solução para a população, o governo avança em pautas importantes como a reoneração da folha, um contraponto fiscal à queda de receita com a possível zeragem de tributos.
A oposição até tenta capitalizar, porém parte significativa dos caminhoneiros não possui um viés favorável à esquerda, inclusive tendo gerado diversas paralisações durante o governo Dilma.
Ainda assim, o governo subestimou o potencial da greve e pode ter dificuldade em capitalizar um resultado positivo.
Por fim, o que deve crescer é a aversão à classe política.
CENÁRIO DE MERCADO
A abertura na Europa é sem rumo e os futuros NY caem, ainda com a falta de avanços China-EUA.
Na Ásia, o fechamento foi negativo, com quedas nas exportações em geral.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos até os 3 anos.
Entre as commodities metálicas, queda é generalizada, com exceção do ouro.
O petróleo abre em queda em NY e em Londres, com um possível aumento de produção pela OPEP.
O índice VIX de volatilidade abre em alta acima de 1,6%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,6288 / -0,53 %
Euro / Dólar : US$ 1,17 / 0,162%
Dólar / Yen : ¥ 109,64 / -0,400%
Libra / Dólar : US$ 1,34 / 0,397%
Dólar Fut. (1 m) : 3626,02 / -0,23 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 19: 6,60 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 20: 7,44 % aa (-1,06%)
DI - Janeiro 21: 8,58 % aa (-0,92%)
DI - Janeiro 25: 10,53 % aa (-0,09%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -2,26% / 80.867 pontos
Dow Jones: 0,21% / 24.887 pontos
Nasdaq: 0,64% / 7.426 pontos
Nikkei: -1,11% / 22.437 pontos
Hang Seng: 0,31% / 30.760 pontos
ASX 200: 0,08% / 6.037 pontos
ABERTURA
DAX: -0,177% / 12953,81 pontos
CAC 40: 0,306% / 5582,86 pontos
FTSE: -0,114% / 7779,54 pontos
Ibov. Fut.: -0,19% / 81090,00 pontos
S&P Fut.: -0,062% / 2729,00 pontos
Nasdaq Fut.: 0,025% / 6958,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,23% / 91,73 ptos
Petróleo WTI: -1,21% / $70,97
Petróleo Brent:-1,20% / $78,84
Ouro: 0,23% / $1.296,36
Minério de Ferro: -0,24% / $66,35
Soja: 1,07% / $18,86
Milho: 0,80% / $411,75
Café: 0,67% / $120,40
Açúcar: 0,81% / $12,44