Em março, o mercado de ovinos foi marcado por baixos volumes de negociação tanto para os animais vivos quanto para a carne ovina. Esse cenário se deu diante da perda de poder de compra do consumidor, tendo em vista o atual cenário econômico negativo no Brasil, os altos níveis de desemprego e a consequente redução de renda, tudo isso em consequência da pandemia de covid-19. No geral, a oferta de animais vivos prontos para comercialização esteve restrita no mês, devido aos baixos investimentos em suplementação e dieta, em decorrência dos preços recordes dos grãos, que tem elevado os custos do produtor. Do lado da demanda, muitos frigoríficos diminuíram as escaldas de abate, mantendo baixa a procura por novos lotes de animais.
Quanto aos preços, de fevereiro para março, os valores médios do quilograma do cordeiro vivo recuaram 19% em São Paulo, 12% no Paraná e 6% no Rio Grande do Sul. Para a carcaça ovina, os preços do quilograma se mantiveram estáveis na maioria das regiões, apresentando leve desvalorização de 3% no Paraná. Para os próximos meses, agentes consultados pelo Cepea têm expectativa de baixa liquidez, fundamentos nas atuais incertezas em relação ao consumo nacional. No campo, produtores se atentam aos elevados custos de produção, que ameaçam a sustentabilidade econômica de seus negócios, em um cenário de baixa liquidez de seus produtos.