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Palavras Estimulam Otimismo, Mas a Realidade Enseja Preocupações

Publicado 14.01.2015, 10:57

O Ministro Joaquim Levy, mais uma vez, em reunião com jornalistas ontem pela manhã reiterou os propósitos do governo em reequilibrar as contas públicas e que estuda medidas para reduzir gastos, estabilizando o crescimento da dívida pública para gradualmente reduzi-la buscando mitigar os riscos ainda presentes de “downgrade” do rating soberano do Brasil.

Prepondera nas manifestações a sinalização esperada mais ortodoxa do Ministro que melhora o humor do mercado, sugerindo ser alcançável o superávit primário de 1,2% do PIB, que não é grandiosa considerando que o governo estará autorizado a gastar mais de R$ 1,0 Tri em 2015, algo superior a 20% do PIB. Há o risco dos gastos superarem as receitas, já que no padrão orçamentário brasileiro, em que a parte relevante do gasto é mandatória, a possibilidade de cortes é reduzida sem aprovação de projetos de lei e de emendas constitucionais.

Ademais, deixando à margem o otimismo para não contaminar a visão rigorosa sobre os fatos, fica a impressão de que toda a ênfase que vem sendo dada serve como “pano de fundo” para justificar aumentos de tributos para aumentar a receita e é absolutamente estarrecedor quando se houve falar em 30% ou 40% de aumento nas contas de energia, afora outros que estão no “forno” e que já ameaçam promover um movimento generalizado de reajustes dos preços da economia de forma absolutamente desordenada.

Há efetivamente o risco de recessão em 2015 e isto impactará na arrecadação do governo e os setores produtivos tendem a ser sufocados pelos ajustes dos preços relativos da economia e pela descoordenação exacerbada na implementação de ajustes decorrentes de fatores pontuais.

Na realidade, sendo crescente a tendência a recessão no ano de 2015 e acentuando-se o conceito de que o Brasil é “um país caro” no entender dos investidores, não se poderá esperar crescimento dos investimentos no país, nem de origem interna e muito menos de origem externa.

E com esta forte tendência de aumentos de tributos e serviços relevantes na economia, certamente haverá impactos inflacionários que não vem sendo considerados de forma mais rigorosa. O propagado aumento da energia provocará desestimulo imediato a importantes setores, da mesma forma PIS/COFINS que vem sendo comentado, etc. Naturalmente a cadeia produtiva de bens e serviços repercutirá nos seus preços.

No setor externo perdemos a competitividade e sem investimentos e taxa de dólar realista em relação ao “status quo” do país não se espera a redenção do parque industrial brasileiro fortemente afetado por políticas erráticas antecedentes que provocaram a desindustrialização e o grande incentivo à importação de produtos estrangeiros.

A atratividade de investimentos externos, seja na conta de capital, seja direcionado para renda fixa e/ou variável, tendem a sofrer retração, porque há oportunidades em economias atualmente melhores e os Estados Unidos em algum momento de 2015 deverão normalizar sua política monetária afetando o juro.

O mercado de commodities mantém a tendência de queda nos preços e a demanda quantitativa também poderá se revelar cadente face a ainda discreta desaceleração da economia chinesa, da qual o Brasil é dependente.

O Banco Mundial reduziu a projeção para o crescimento do PIB brasileiro em 2015 e 2016 para 1,0% e 2,5% respectivamente, enquanto o Boletim FOCUS com o qual o BC divulga as medianas das projeções do mercado financeiro brasileiro já projeta 0,4% e 1,8%. Matéria do jornal Valor Econômico destaca desde Washington que o Banco Mundial vê recuperação global frágil e só tem uma locomotiva, que é os Estados Unidos.

A economia americana continua “bombando” e o dólar se valorizando fortemente contra as demais moedas fortes, estando em torno de US$ 1,17 por Euro, mas já há estudos que sugerem que poderá ficar 1 por 1.

No Brasil, com cenário presente muito desfavorável para o setor externo em 2015 e tendo a credibilidade de sua moeda, o real, ancorada em geração de liquidez indireta do BC por intermédio dos bancos no mercado à vista, com posições vendidas da ordem de US$ 25,0 Bi, e mais US$ 110,0 Bi de posição “em ser” em instrumentos financeiros denominados “ swaps cambiais” que se prestam a “hedge” por parte das empresas com exposição em moeda estrangeira, o real sofre eventuais apreciações que são atribuídas à fala do novo Ministro da Fazenda.

Acreditamos que haverá necessidade destes números continuarem sendo expandidos, visto que não vislumbramos melhora de fluxo cambial para o Brasil ao longo de 2015.

Evidentemente, este comportamento da formação do preço da moeda americana não faz senso, denotando até que possa estar ocorrendo um discreto movimento especulativo pelo comportamento “gangorra” que se verifica no preço sempre excessivo tanto na queda como na correção subsequente, se utiliza como justificativa absolutamente insustentável que o preço cai repercutindo a fala do Ministro.

O Ministro merece confiança, mas há inúmeros obstáculos para que atinja seus propósitos e anseios, na própria economia e seu estado deteriorado atual, assim como politicamente com uma base de apoio bastante fragmentada, o que tira a convicção de apoio irrestrito a tudo que pretenda realizar.

Por enquanto, há a realidade presente fortemente negativa sobre a qual se projetam diretrizes corretivas que poderão ter repercussões em 2016, com o risco de ter que ser superada uma recessão neste ano de 2015.

Não é razoável repercutir a vista o que está sendo almejado a termo de forma bastante diferente.

A recuperação da credibilidade será consequente da obtenção de resultados efetivos, superados os entraves presentes. Por enquanto, há confiança.

Por isso, entendemos que a volatilidade no comportamento do preço da moeda americana no nosso mercado não encontra fundamentos na realidade, que sugere firme viés de alta. Melhoras poderão ser possíveis em 2016 desde que ocorra a recuperação da credibilidade.

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