Adoráveis ministros
"Quero trazer o Serra, mas quero também trazer o PSDB por inteiro", afirmou Temer.
Uma mão lava a outra.
E quem dá atenção recebe atenção.
Assim como Meirelles está quase confirmado para a Fazenda, já vislumbro José Serra na Educação.
Fico a imaginar qual seria o impacto do ministro Serra sobre as educacionais…
… lembrando que Estácio (ESTC3 (SA:ESTC3)) acumula queda de -12% no ano.
Devir
Outro ministro probabilíssimo: o economista e peemedebista Romero Jucá, no Planejamento.
Foi entrevistado por O Financista e disse:
"Começar qualquer governo discutindo o aumento de impostos não é um bom caminho. Até porque aumentar impostos não é garantia de ampliar arrecadação. Esse é um assunto que não está em pauta agora”.
CPMF não está por vir.
O que está por vir então?
Tentarei responder à questão em nosso Periscope, marcado para 15h30.
Duas piadas
Juro que não queria perder tempo com essas duas piadas, mas as dúvidas recebidas me obrigaram a opinar.
Piada #1: plebiscito junto às eleições municipais de outubro para o povo responder se quer ou não um novo presidente.
LULA está animado com essa possibilidade - que é, naturalmente, inconstitucional.
Piada #2: está na pauta do STF a ação que muda o cálculo das dívidas estaduais, de juros compostos para juros simples.
A questão deve ser julgada após impeachment. Meu palpite é que nem será julgada, pois Temer já arrumou uma solução para isso, que não viola as regras do bom senso.
Melhor para o Bacen
Copom não mexe nos juros hoje, mas nem por isso é irrelevante.
A rigor, considero essa reunião histórica; tudo indica que é a última de Tombini como presidente.
Meirelles já procura nomes para o cargo. Nada seria mais óbvio do que Tony Volpon, que já é diretor do Bacen e só precisa trocar de sala.
Tudo indica também que Temer buscará aprovar a independência formal do Banco Central - um legado importantíssimo para nosso arcabouço institucional.
Política fiscal será melhor (não teria como piorar), mas não vamos ignorar as contribuições da política monetária.
Foi Meirelles quem, à frente do BC, acumulou as reservas internacionais que hoje evitam o pior.
Antes que seja tarde
O que seria o pior para nosso câmbio?
Aumento de juros nos EUA, é claro. Pior para o nosso câmbio, e para o câmbio de todos os emergentes.
No melhor dos mundos, teríamos um ou dois ajustes do Fed até o fim do ano.
Meirelles já deve estar pensando nisso.
Precisamos ter tempo de dar um choque de confiança doméstica antes que o Banco Central dos EUA acelere a contração monetária por lá.
Se tudo der certo, dólar irá para abaixo de R$ 3,50 - sem me convencer.