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Quatro Questões Importantes Levantadas na Reunião Anual de Acionistas da Tesla

Publicado 14.06.2019, 11:52
TSLA
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Na terça-feira, a Tesla (NASDAQ:TSLA) realizou sua reunião anual de acionistas na Califórnia. Os participantes puderam fazer perguntas ao CEO da companhia, Elon Musk, sobre os problemas enfrentados pela empresa e ouvir quais seriam as soluções propostas. Além disso, foi uma oportunidade para que o novo presidente da Tesla, Robyn Denholm, se pronunciasse pela primeira vez. Houve também uma votação sobre questões de governança.

Saiba quais são as quatro questões que destacamos na reunião:

1. Qual problema de demanda?

Uma das questões mais prementes para a Tesla nos últimos meses tem a ver com a demanda dos seus carros. Atualmente, os registros da Tesla na Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês) revelam que a companhia fabricou cerca de 23.000 carros a mais do que vendeu, sugerindo que poderia haver um problema de demanda.

Depois de anos de esforços e bilhões investidos em infraestrutura, qualquer dúvida em relação ao desejo do mercado pelos automóveis da Tesla deve exercer pressão sobre suas ações. Na terça-feira, Musk tratou inequivocamente dessas preocupações:

“Quero ser claro, não existe um problema de demanda. De jeito nenhum.”

Evidentemente, os investidores já aprenderam que não podem interpretar as palavras de Musk de forma dogmática.

Gráfico Tesla

Embora a ação tenha disparado 3% depois da reunião após o horário regular do pregão na terça-feira, os papéis caíram 3,6% durante a sessão de quarta-feira, pois as preocupações com a Tesla ainda persistiam.

Se de fato existe um problema de demanda, isso inevitavelmente aparecerá nos dados de vendas trimestrais da companhia; portanto, independente das garantias de Musk, mais detalhes serão revelados quando o balanço da companhia for divulgado no fim de julho.

Como as ações da Tesla tendem a apresentar volatilidade, a expectativa é que haja muita variação de preços assim que os dados vierem a público.

2. O próximo passo será no setor de mineração?

De acordo com Musk, a obtenção de componentes como níquel, cobre e lítio, necessários para produzir as células de bateria de íon-lítio – itens fundamentais para fornecer energia aos veículos elétricos da Tesla –, é agora uma dos grandes desafios que dificultam a capacidade da empresa de aumentar ainda mais a produção. De fato, a Tesla começou a fabricar as baterias em sua planta de Nevada para ajudar a atingir parcialmente suas metas de produção.

Mas as baterias de veículos elétricos precisam de minérios, portanto o próximo passo lógico, pelo menos na cabeça de Musk, é se expandir para a extração de minerais. Na terça-feira, Musk afirmou que, quando a produção de baterias estiver em pleno funcionamento, “[a Tesla] poderá ingressar no setor de mineração. Não sei, talvez um pouco, pelo menos”.

A Tesla já tem uma tradição de integração vertical: ela produz, atende e conserta todos os seus carros por conta própria. Os benefícios financeiros desse grande esforço ainda não estão claros, mas não correspondem à mentalidade corporativa de controlar toda a logística associada a seus produtos. Por isso, a sensação é que Musk insiste em seguir nessa direção, ao planejar controlar mais um elo da cadeia de fornecimento da Tesla.

3. Prazos confiáveis para as funções de direção autônoma?

No final de abril, a Tesla realizou seu “Dia da Autonomia do Investidor”. No evento, a empresa revelou algumas das suas ambições em relação aos veículos de direção autônoma da Tesla, como os robotáxis.

De acordo com Musk, os proprietários da Tesla poderão aproveitar a autonomia com supervisão até o fim de 2019. Isso significa que os carros terão direção autônoma, mas ainda será necessário que o motorista humano fique atento e supervisione a função. A autonomia sem supervisão entrará em vigor “em algum momento do ano que vem”, a depender da aprovação regulatória, evidentemente.

Durante a sessão de perguntas e respostas na terça-feira, Musk foi perguntado sobre uma função avançada que permite que o carro seja “chamado" para determinado local, ou seja, que ele saia, por exemplo, de uma vaga de estacionamento e vá para o local onde o motorista está esperando. Em novembro de 2018, Musk afirmava que essa função estaria disponível em seis semanas. O interlocutor, então, perguntou se Musk não havia desrespeitado o prazo. Ao que Musk respondeu: “Às vezes sou um pouco otimista com prazos. Vocês já deveriam saber disso.”

Musk também esclareceu seus comentários anteriores sobre a possibilidade de uma frota de um milhão de robotáxis da Tesla até 2020. Agora, ele afirma que o que quis dizer era que se todos os proprietários da Tesla atualizassem seus computadores de bordo, a empresa teria produzido um milhão de carros com capacidades de direção autônoma até essa data.

4. Menos poder para o principal acionista da Tesla?

Entre as propostas votadas na terça-feira, havia uma sugestão de encurtar o mandato dos membros do Conselho para dois anos, em vez de três, e permitir que medidas corporativas fossem aprovadas por maioria simples, em vez da atual necessidade de maioria absoluta (dois terços de todas as ações em circulação).

Ambas as alterações foram propostas depois do último atrito de Musk com a SEC. Neste momento, Musk detém cerca de 20% das ações em circulação da Tesla, dando-lhe praticamente poder de veto sobre qualquer decisão.

Ambas as propostas foram aprovadas por 99% dos acionistas votantes, mas a maioria absoluta necessária não foi alcançada, portanto as duas propostas foram oficialmente rejeitadas. Não está claro se Musk participou da votação, mas o resultado significa que os acionistas ainda não têm uma forma de diminuir o poder de voto de Musk, caso achem necessário.

Conclusão

Musk fez uma boa apresentação de maneira geral, e suas palavras foram recebidas por uma multidão entusiasmada, muito embora a ação tenha perdido 37% do seu valor no acumulado do ano. Isso é típico da Tesla – e de Musk. As palavras são geralmente muito encorajadoras, mas os números e os prazos não justificam a histeria. Os investidores terão que esperar pelo balanço do 2T da companhia para poder avaliar para onde as empresa está indo.

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