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Rali no Café Arábica Tem Forte Correção; Bom Momento para Comprar?

Publicado 03.08.2021, 10:24
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Publicado originalmente em inglês em 03/08/2021

Abracadabra: o rali no café arábica sumiu!

Os preços dos grãos do café premium caíram sem parar nos últimos cinco pregões, após uma valorização de 30% ao longo das duas últimas semanas.Café diário

Do ponto de vista técnico, o café arábica já está em bear market, ao derrapar 20% em relação à sua máxima de quase sete anos de US$2,152 por libra-peso em 26 de julho para US$1,716 no fechamento desta segunda na ICE Futures americana. 

Mas não nos parece certo afirmar que se trata de um bear market, já que ainda preserva cerca de 14% do seu rali original entre as semanas de 4 e 18 de julho.

A corrida de alta no arábica se desfez pela mesma razão com que surgiu: medo de geada sobre os cafezais.

Embora a preocupação, em meados de julho, fosse que o sul de Minas Gerais, maior região produtora de café no Brasil, estivesse sendo atingida por um forte frio capaz de prejudicar a próxima safra, nos últimos dias, a preocupação foi que houve um exagero no frio esperado e que o mercado estava sobrecomprado.

Jack Scoville, analista-chefe de agricultura do Price Futures Group, de Chicago, disse o seguinte em uma publicação na segunda-feira:

“A ameaça de geada no Brasil passou com alguns danos. As temperaturas agora devem subir um pouco. O mercado havia disparado por causa do tempo frio nas áreas de cultivo no Brasil no início da semana passada, com previsão de mais geada no fim de semana”.

Scoville disse que ainda era cedo demais para descartar por completo os danos causados pelo frio, sugerindo que o mercado poderia se recuperar nos próximos dias. “Ainda não se sabe a extensão dos anos, mas tudo leva a crer que partes significativas das plantações foram prejudicadas”, afirmou, dizendo ainda que a cooperativa de café Minasul havia estimado que um quarto dos cafezais poderia estar em perigo.

“Estamos em época de floração da próxima safra, e as flores foram congeladas e cairão dos cafeeiros”.

Os comentários de Scoville vão ao encontro do que disse Drew Lerner, presidente da World Weather, que declarou, em uma entrevista à Bloomberg, que o frio na madrugada atingiu cerca de 80% do sul de Minas Gerais, mas o impacto era menor do que se temia. A maior parte das áreas dedicadas à produção de açúcar e frutas cítricas ficou de fora das piores temperaturas, e qualquer impacto deveria ser localizado, afirmou Lerner.

Carlos Mera, diretor de pesquisa agrícola do Rabobank International, declarou o mesmo à Bloomberg:

“Quaisquer perdas por causa do evento de hoje serão muito limitadas. No entanto, ainda vemos algum potencial de geada nos próximos três dias".

Mesmo com a queda de sexta-feira, os consumidores ainda veem preços mais altos para o produto em cafeterias e supermercados, no momento em que os preços mundiais de alimentos em geral estão em alta, ressaltou a Bloomberg.

Mas o que essa queda significa para os investidores do arábica?

Comprar ou esperar mais um pouco?

Como dissemos no artigo de 27 de julho, os gráficos técnicos rastreados pelo Investing.com indicam que pode haver uma correção antes de o mercado fazer outra pernada de alta, ou seja, tudo indica que será uma boa oportunidade para aproveitar a queda e comprar.

Bem, o recuou certamente já aconteceu, então já é hora de acionar o gatilho de compras ou esperar mais um pouco?

O analista técnico Sunil Kumar Dixit projetou, na perspectiva de 27 de julho, que era possível haver um recuo do café arábica desde as máximas de US$2,152 até a média móvel exponencial de cinco anos de US$1,89 e o suporte horizontal estático de US$1,69.

“No curtíssimo prazo, o café está mais propenso a sofrer uma natural correção de preços antes de seguir para US$2,25, nível alcançado em 2014”, disse Dixit.

Na pré-abertura desta terça-feira, o arábica estava a US$1,7295 por libra-peso, ainda um pouco afastado do alvo de queda de US$1,89-1,69 estimado por Dixit.

Mas os gráficos de Dixit ainda indicam outro rompimento de alta, caso voltem as preocupações com os danos aos cafezais brasileiros, causando uma escassez de oferta mundial do produto.

Afinal, o Brasil responde por 40% da produção do café no mundo e é a principal fonte de grãos de arábica para redes conhecidas, como Starbucks (NASDAQ:SBUX) e Tim Hortons.

“No canal superior, o café sem dúvida pode fazer uma extensão até a máxima recorde de US$3,06 tocada em maio de 2011”, explicou Dixit.

Aviso de isenção: Barani Krishnan utiliza diversas visões além da sua para oferecer aos leitores uma variedade de análises sobre os mercados. A bem da neutralidade, ele apresenta visões e variáveis de mercado contrárias. O analista não possui posições nos ativos e commodities sobre os quais escreve.

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