A redução dos juros vai deixar os investimentos em renda fixa menos interessantes. Uma tendência que vemos hoje é a de o Banco Central reduzir os juros da taxa Selic devido aos problemas da crise no cenário externo, assim o governo atinge o seu objetivo que é aquecer a economia para o Brasil passar ileso durante essa turbulência. Isso pode trazer a seguinte pergunta: “Será que a redução de juros é uma situação passageira?”.
Acredito firmemente que não, pois acredito no potencial do Brasil e acho que algumas reformas importantes serão feitas no curto prazo para que tornemos de fato uma grande potência industrializada, pois o cenário hoje associa o Brasil ao País do Carnaval, Futebol e exportador de commodities. A exportação de commodities tem uma importância relevante para a economia brasileira, pois temos grandes indústrias de mineração como Vale, Usiminas que pagam uma quantidade de imposto muito grande ao governo, além de possuir um papel chave na economia brasileira. No entanto, é preciso ficar atento com a redução da taxa de juros, pois pode causar inflação no curto/médio prazo. Justamente por isso, o Banco Central deveria subir o compulsório dos bancos e dificultar os empréstimos, como forma de compensar a queda dos juros. Caso isso não seja feito, um cenário que estimula o crédito farto, uma taxa de juros relativamente pequena e o aumento do risco de inadimplência, pode representar uma configuração perfeita para a inflação.
Algumas reformas estão escancaradas em nossa frente e precisam ser realizadas, como as reformas tributária e previdenciária. Também são necessários incentivos para o desenvolvimento de empresas privadas, bem como a concessão de negócios públicos para a iniciativa privada.
Um exemplo pode ser o caso do leilão dos aeroportos, em que não houve de fato uma privatização, mas sim uma concessão estipulada com contrato. Caso o Brasil consiga quebrar algumas das barreiras que dificultam o seu crescimento, a perspectiva é de termos uma economia parecida com os grandes Países desenvolvidos, como os EUA, onde as taxas de juros são bem baixas e é comum um cidadão americano aplicar 80% da sua economia na Bolsa de Valores, pois caso esse cidadão aloque esse dinheiro na renda fixa, ele renderá apenas 0,5% por ano e perderá da inflação em um cenário de prosperidade econômica.
Devido a isso, acredito que no futuro será bem comum as pessoas aplicarem seu dinheiro no mercado de ações, por isso é importante começar a se informar agora sobre esse mercado e aproveitar as oportunidades de empresas que possuem um alto potencial de valorização, ou em outras palavras, possuem um P/L reduzido.
Antecipando essa tendência você pagará um preço descontado hoje, pois quando a Bolsa se popularizar, a tendência é esse desconto desaparecer.
Outro fato importante que comprova a minha tese é que uma hora ou outra, caso esse cenário de redução dos juros mantenha-se, o governo deve mexer nas regras da poupança, pois a poupança não poderá render em média 6% ao ano, enquanto um Título, em um cenário de juros reduzido, rende 5,5%, pois caso isso ocorra todo o dinheiro do mundo vai para a Poupança, o que não é uma situação agradável, porque o governo precisa financiar os seus projetos e ele faz isso através dos Títulos Públicos. Além do financiamento de projetos governamentais, a importância dos Títulos vai muito além, pois é através deles que o governo trabalha a política monetária que é responsável pelo aumento ou diminuição de moeda na economia de acordo com a política econômica.
Assim, os jovens de hoje e porque não os um pouco mais jovens, devem se informar sobre economia e o que está acontecendo no mundo, pois a partir disso novas oportunidades de investimento podem ser vislumbradas e mais sabiamente você saberá usar o dinheiro que guardou com tanto carinho.