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Perspectiva: O que Esperar do Mercado Financeiro para Junho?

Publicado 06.06.2021, 12:53
Atualizado 09.07.2023, 07:32

No mundo, todas as atenções se voltam para os próximos passos das autoridades monetárias, na conjunção entre retomada da economia global, seu ritmo de crescimento, trajetória da inflação e impacto sobre o mercado de trabalho. Em outras palavras, como fazer esta “sintonia fina” correta, visando compatibilizar retomada da economia pós-pandemia, pressões inflacionárias relevantes e aumento da oferta de empregos?  

No Federal Reserve, em “duplo mandato”, tal como o Brasil, o desafio é compatibilizar a velha “curva de Philips”, no tradeoff entre inflação e desemprego. A pressão, no entanto, segue, no mercado por “ajustes” na política monetária (“aperto gradual” ou tapering) contra a “leitura parcimoniosa” do presidente Jerome Powell “de manter a política monetária acomodatícia”, considerando os repiques inflacionários como transitórios, reflexo de desajustes nos gargalos produtivos das diferentes cadeias de empresas e setores. 

No mundo, instituições como OCDE, FMI, Banco Mundial e outras, sinalizam uma aceleração do crescimento global, dependendo do ritmo de vacinação em cada país ou região.  

Segundo a revista inglesa The Economist, já são 2 bilhões de pessoas vacinadas ao redor do mundo, um quarto do total de adultos com a primeira dose. Ainda faltam 13 bilhões de doses.  

Em paralelo, observa-se uma tremenda distorção na distribuição das vacinas. Das 2 bilhões de doses dadas, 37% foram concentradas em países norte-americanos e europeus, apenas 18% das 7,6 bilhões de pessoas do mundo. A África Subsaariana fica com 1% do total. Ou seja, quanto mais rico e influente o país, maior o número de vacinas recebidas. Como resposta a isso, a Covax, consórcio dirigido para os países mais pobres, já prometeu disponibilizar US$ 1,8 bilhão para 92 destes países. 

Segundo a OCDE, o crescimento previsto para os EUA é de 6,9%, dado o nível mais forte de produção industrial registrado, o maior em 15 anos. Já na China, o crescimento deve passar de 8% ao fim do ano e no mundo, chegar a mais de 4%, pontuado por estes dois países. Daí, a preocupação com a inflação global e o movimento de capitais, administrado pelos bancos centrais  (ancoragem das expectativas) sobre o binômio crescimento e inflação.  

Nos EUA, sobre o IPC de abril, esperava-se 0,2%, mas veio 0,8%, em 12 meses, 4,6%. Já o PCE registrou 0,6%, com o núcleo a 0,7%, na taxa anualizada a 3,1%, contra 1,9% em março. Na Zona do Euro, os índices aceleraram em linha com o mercado,  registrando 1,6% em abril em 12 meses, contra 1,2% em março. Recordemos que todas estas instituições trabalham com a meta central de 2,0%, seguindo a conhecida “regra de Taylor”.  

Observando os dados, acreditamos haver uma aceleração da inflação no mundo, em diferentes ritmos, dada a retomada, nem sempre homogênea, com diferentes setores respondendo de forma desigual. E isso se explica pelos diferentes ritmos de  vacinação e “reabertura”, também diferenciada, uns setores “respondendo” melhor do que outros. Nos inúmeros casos, uma “assincronia” no fornecimento de insumos, como semicondutores nas indústrias automobilísticas, o que vem gerando gargalos de oferta e preços elevados.  

No gráfico a seguir, olhando para os países emergentes, vemos que o Chile, a Índia, Filipinas, Rússia e outros, estão em processo de aceleração inflacionária, enquanto quer outros, como Brasil, pela ação dos BACEN, nas políticas monetárias, estão “dobrando” a curva, com a inflação perdendo força. 

Já o gráfico abaixo bem reflete este cenário de “reabertura”, com a inflação aparecendo no cenário através do “Índice de Surpresa Inflacionária” do Citibank. Este mostra como o índice cresce neste ano.  

Por aqui, continuamos de olho no IPCA, cada vez mais destoante da meta. O centro da meta, neste ano, é de 3,75% com limite superior de 5,25%. A inflação oficial, medida pelo IPCA, registrou 0,31% em abril contra março, em desaceleração, mas ainda acima do teto da meta em 12 meses (6,76%). Já a prévia de maio, pelo IPCA-15, ficou em 0,44%, abaixo dos 0,60% de abril, mas acumulando 3,27% no ano e 7,27% em 12 meses.

No mercado de trabalho, os dados de emprego nos EUA também vieram diferenciados, surpreendendo os mercados. Foram criados  266 mil em abril, 456 mil agora em maio, segundo informou o relatório payroll, ambos abaixo de março (916 mil vagas). Esses  números mostram uma economia ainda abaixo do “pleno emprego” (taxa neutra de desemprego, em torno de 5% da PEA), o que  permite ao Fed continuar a manter a política atual, mas haverá o momento em que ele “terá que atuar”. Este é o debate de fundo das  economias globais pós-pandêmicas. Quando esta virada irá acontecer? Este processo de transição terá que ser realizado com muito  cuidado, muita cautela, evitando o estouro de bolhas e um deslocamento forte de capitais.  

Série Especial – Inflação nos EUA: a Batalha entre Fed e Mercado

No Brasil, saíram os dados do Caged, registrando abertura de 120,9 mil vagas “formais” em abril. O saldo foi o menor do ano de 2021,  depois de números mais fortes aparecerem em janeiro (261 mil), fevereiro (398 mil) e março (177 mil). Mesmo com a queda da criação  de vagas os resultados foram considerados bons, pois o mês foi marcado pelo avanço da pandemia e por medidas de restrição mais  duras em diversas localidades. Com relação ao mesmo mês de 2020, o resultado foi significativamente melhor, quando quase 964 mil  vagas foram fechadas em apenas um mês.  

Na Política Monetária do presidente Roberto Campos Neto, em maio, na reunião do Copom, tivemos o reajuste da Selic em 0,75, a  4,25% anuais, repetindo a dose da sessão anterior. A próxima reunião, agora em junho, será de um novo ajuste de 0,75 ponto  percentual, e depois, em agosto, a dúvida é saber se será de 0,5 ponto percentual, a 5,5% ou a 5,75%, em resposta a inflação que deve  ficar neste patamar. Neste caso, temos o conceito do ajuste parcial ou completo, já pensando em “tentar trazer a inflação” para o  centro da meta em 2022 (3,75%).  

Também há uma preocupação no BACEN de que a taxa de juros Selic não deve subir a ponto de frear a economia, mas também não  há garantias de que esta visão não seja alterada. Tudo irá depender do andamento dos indicadores e possíveis descontroles das contas  públicas. É o chamado “data dependent”.  

Nos mercados, no Brasil seguem os ativos se apreciando, a bolsa de valores superando recordes, o real em valorização, frente ao  dólar, e as commodities em bom ritmo. Em maio, o Ibovespa encerrou renovando as máximas históricas, atingindo 126.215 na  segunda-feira (31), ignorando a “maldição de maio”, lembrada no relatório anterior. O índice terminou o mês em alta de 6,16%,  terceiro mês seguido no azul, depois da alta de 1,94% em abril e de 6,0% em março. No ano, o avanço é de 6,05%. O Ibovespa já  acumula 15% desde fevereiro de 2020, pouco antes do último “circuit breaker” da B3 (SA:B3SA3).  

Já a moeda norte-americana vem se desvalorizando continuamente nos últimos dias, dada a trajetória errática da retomada, a  inflação americana ainda elevada, o que vem reforçando, em parte, o discurso do Fed de manter a situação atual "acomodada". No  fechamento de maio, o dólar fechou a R$ 5,2249, mesmo com a disputa pelo PTAX (R$ 5,2322). Em maio, a moeda norte-americana  acumulou queda de 3,8%, a maior baixa mensal desde novembro do ano passado e o segundo mês seguido de queda.  

No mercado de juro, a ponta mais curta segue esticada, pela perspectiva do BACEN de elevar o juro de forma mais intensa até  setembro, para depois ancorar as expectativas de uma taxa em torno de 5,5% a 6,5%, derrubando então a inflação à 3,5% a 3,7% no  ano que vem.  

Sobre a agenda de reformas, duas importantes reformas ganharam destaque em maio. Uma foi a Tributária, outra a  Administrativa. Ambas se mostram essenciais para o enfrentamento das consequências econômicas da pandemia. O foco da reforma  tributária é a unificação e simplificação dos diversos tributos que atualmente incidem sobre o consumo. O sistema tributário brasileiro  é muito complexo e a reforma tem o objetivo de desburocratizar este modelo. A MP da Reforma Tributária foi apresentada e os  primeiros passos foram dados, sendo ela fatiada ou não. Já a reforma administrativa também deu seus primeiros passos, mas o  presidente Bolsonaro não parece muito convencido da sua urgência, pela proximidade do "ano eleitoral em 2022".  

PARA JUNHO 

As expectativas são de novos “recordes” nos mercados de ativos, mas importante ainda estar atento ao ambiente de volatilidade  existente. As commodities devem continuar no seu ciclo de alta, dada a demanda mais forte da China e a retomada da economia  global.  

Isso se torna um pouco mais nebuloso no Brasil, dados os riscos políticos e fiscais no horizonte. Com a CPI da Covid-19, protestos  contra o governo país afora e aproximação das eleições (mesmo que ainda muito longe), a economia brasileira deve "operar em tênue  linha" e os investidores mais cautelosos.  

Isso acontece depois do PIB do primeiro trimestre, em bom crescimento de 1,2% contra o trimestre anterior e 1% contra o mesmo do  ano passado. 

Lembremos que o PIB norte-americano cresceu 6,4% no primeiro trimestre de 2021 contra o quarto trimestre e a economia da zona  do euro recuou 0,6% no primeiro trimestre de 2021, confirmando a recessão técnica, uma vez que, com exceção da França, o PIB caiu  em todos os maiores países. 

Já o PIB brasileiro possui "forte correlação" com o ciclo de commodities, setor que representa mais da metade das exportações. Este  setor tendo bom desempenho, tende a empurrar o setor externo e ajudar também o PIB.  

Nos EUA, junho ainda deve ser marcado por este tradeoff inflação e desemprego, com o mercado atento ao comportamento dos  preços, vis-a-vis o crescimento da economia.  

Sendo assim, achamos que o Brasil deve continuar refém do cenário externo, uma vez, que somos uma economia alavancada e sem  sinais consistentes de ajuste.  

Por sermos exportadores de commodities, a alta de preços ajuda também nosso balanço de pagamentos e, consequentemente, nossa  moeda. Na contramão, convivemos com uma inflação mais elevada, o que tem obrigado o Bacen a continuar um processo de  “normalização parcial” no ciclo da nossa taxa de juros.  

Se olharmos a economia como um todo, há melhoras na atividade, nas contas fiscais e externas, o que é sinalizado pela apreciação do  dólar nas últimas semanas.  

Para junho, esperamos um cenário de maior volatilidade pela frente, havendo realizações pontuais.  

Cada vez mais, estamos convictos que o momento demanda parcimônia, paciência e maior diligência na seleção das classes de ativos  para os portfólios, assim como para os gestores e fundos que irão compor nossas carteiras de investimentos.  

Acreditamos que o cenário ainda é frágil e delicado, propenso a alguma volatilidade e perdas em alguns tipos de ativos.  

Seguimos apostando no mercado de ações, embora em suave migração, nos próximos meses, para alguns ativos lastreados em ativos  em renda fixa.  

A situação geral está melhorando, mas ainda há um longo caminho a percorrer  

O governo já parece ter fechado acordos para comprar vacinas suficientes para inocular totalmente a população até o final do ano.  Mas as vacinas adquiridas não significam necessariamente vacinas administradas. Os produtores de vacinas estão atrasados em todo  o mundo e as vacinas costumam ser entregues com semanas ou meses de atraso.

Últimos comentários

Quem te criticou o fez pelo histórico, já vieram com  o pé atrás.
José Artur, eu não posso me eximir de ter opinião.
Irretocável, perfeito
Perfeita e completa a analise!
Excelente! Sucesso nos investimentos em mais uma semana!
Gostei bastante da analise! Uma boa reflexão dos fatos
Artigo para chinês ver.
ótima analise meu caro!
Num fale mal do ditador...os bolsomínions ficam magoados!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
bolsa batendo recorde? culpa do Bolsonaro.
É cada uma . Como deixam isso escrever em um local que é voltado para o mercado? Esse tipo de artigo seria bom em um pasquim de esquina.
Pasquim é literatura
Parabéns, muito centrada sua explicação. E quando se fala em dinheiro e economia, tem que se falar de política. E estamos vivendo, um caos no país, por atrasos nas vacinas, e isso é que atrasa a economia. A cabeça miúda de um presente demente.
Cabeça miúda de um Presidente demente!!!
 mimimimimimi
Recorde na vacinação ! Aceita que dói menos. Mas como progressista, que tal enviar sua vacina para a Àfrica ?
mimimimimimimimimimi
mínimo é a dor que não dói em você. Seu tapado
mínimo é a dor que não dói em você. Seu maldoso
ramon Belo argumento! clap clap clap!
Crie narrativa somente na economia. Sua colocação política, além de falsa, foi no mínimo infeliz.
texto muito grande,nem vou ler
se lesse não ia entender mesmo.
Tá acostumado só com as correntinhas fake news do Carluxo pelo zap zap, né?
Sr. Júlio em que país vive para escrever tanta besteira, ou quanto o Sr. recebe da esquerda para escrever que existe protesto contra este governo. Este tipo de desserviço é que causa caos na economia. Realmente o Sr. precisa de algum psicotrópico para reconecta-lo a realidade.
Sr Ney com certeza não vivemos no mesmo país que o Sr. Independente de qualquer preferencia politica, numeros não mentem
vc vive no mundo da lua então
vc tá respirando muito fungo de ar condicionado sujo. cuidado.
O "protesto contra o governo Brasil a fora" estragou o relatório e sua credibilidade.
governo mau caráter
 , melhor governo da história do Brasil. 1) Quarto lugar na vacinação 2) Já produzimos os insumos 3) Recorde na criação de empregos 4) redução da criminaliade 5) Melhora da nota do Pisa (educação) 6) Privatizações 7) distribuição de renda 8) Inflação sob controle 8) Reindustrialização 9) Redução da Taxa Selic 10) Recordes do Ibov, agora o estrangeiro vem para financiar o país não para saquear os mais pobres (Selic de 14%)bolsa banqueiro 11) Construção Civil explodindo
 , quando não se tem argumentos é só mimimimimimimimimimimimi
protestos contra o governo país afora!? enquanto o autor estava no economes ia bem. no final resolveu dar uma pedalada política e levou o maior tombo. você é daltônico? está confundindo as várias manifestações a FAVOR do governo como sendo contra. Rivotril ajuda nessas horas
se somar todas as manifestações pro governa, não dá um quarto dá única manifestação contra. O povo não aguenta mais esse verme na presidência!
se somar todas as manifestações pro governa, não dá um quarto dá única manifestação contra. O povo não aguenta mais esse verme na presidência!
 , você acredita nisso ? Mesmo ?
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