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Resultados do 3T dos EUA: Vencedores, Perdedores e Lições para 4T e 2016

Publicado 14.12.2015, 23:32
Atualizado 02.09.2020, 03:05

Por Jesse Cohen

Com o fim dos resultados do terceiro trimestre e a atenção dos investidores voltada para outros assuntos, como a preocupação com o crescimento global e a perspectiva de o Fed elevar as taxas de juros, a temporada de resultados parece ter saído do radar.

Para aqueles que prestam atenção, contudo, houve algumas surpresas e decepções, assim como alguns poucos sinais de crescimento de setores – e da economia – e mudanças de paradigma.

Então, quem são os maiores ganhadores e perdedores dessa temporada de resultados dos EUA? E quais foram os principais fatores que influenciaram os dados trimestrais das empresas?

Cenário desolador

Ao todo, 1.522 das companhias listadas em Wall Street bateram as expectativas de resultado no terceiro trimestre, 59,3% do total. Isso parece ser impressionante, até que você considere que 785 empresas ficaram abaixo das previsões. Ainda, 260 companhias publicaram resultados que apenas atingiram a meta.

Para comparação, durante igual período do ano passado, 74% das companhias listadas em Wall Street bateram as metas.

Distribuição da reação do preço aos resultados do 3T15

Fonte: Bespoke Investment Group

Dito isso, esse foi o pior terceiro trimestre desde 2009.

De acordo com Leigh Drogan of Estimize, plataforma de previsões financeiras que agrega as expectativas de performance fundamentalistas de analistas independentes, no início desta temporada de resultados, a comunidade do Estimize previu que “os ganhos por ação iriam cair 2,2% no trimestre e as receitas diminuiriam 1,7%”.

Com a maior parte dos resultados já anunciados, o crescimento ano a ano nos ganhos por ação das empresas do S&P 500 foi negativo em 2,5%, com queda de 3,1% nas receitas. É a segunda queda trimestral seguida, o que é conhecido como “recessão dos resultados”.

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Resultado dos EUA perdendo gás

Outro motivo para preocupações é o número de companhias que reduziram as previsões dos resultados futuros durante o terceiro trimestre, que cresceu impressionantes 30% frente a igual período do ano passado, o que aponta que os ganhos no próximo ano serão ainda menos expressivos.

Já as empresas listadas em Wall Street que elevaram suas previsões foram apenas 6% maior.

Previsões das empresas listadas em Wall Street

A fraca performance é fruto de as companhias norte-americanas estarem sofrendo com um dólar mais valorizado, queda do preço do petróleo e incertezas sobre o crescimento global, especialmente da China e Europa

Quanto o dólar ainda pode ser valorizar?

Principais Decepções: Energia e Materiais Primários

A maior parte das perdas veio dos setores de energia e de materiais primários, com a queda da cotação do petróleo e de metais para o menor valor em anos. Os principais perdedores na área de energia foram a Chevron (N:CVX), Chesapeake Energy (N:CHK), NRG Energy (N:NRG), Consol Energy (N:CNX), enquanto Freeport-McMoran (N:FCX) e Joy Global (N:JOY) foram os piores no setor primário.

As principais decepções nos resultados trimestrais vieram da NRG e da Consol, que caíram bem abaixo das expectativas dos analistas, refletindo a redução do preço das commodities. Freeport caiu na sequência dos preços baixos do cobre e da prata, que perderam, respectivamente, 29% e 17% no ano.

Energia e materiais talvez apresentem um cenário melhor no próximo trimestre, já que as expectativas não são tão baixas, mas o fraco desempenho das commodities ainda vai pressionar as ações nesses setores.

Mudança de Paradigma no Varejo

O varejo também registrou resultados bem desanimadores, assim como a importância cada vez menor das lojas físicas frente aos gigantes do comércio online. Os varejistas presentes em shoppings registraram queda nas vendas, especialmente com a valorização do dólar, que limita a capacidade de compra dos consumidores internacionais.

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Macy's (N:M), Nordstrom (N:JWN), Gap (N:GPS) e Urban Outfitters (O:URBN) foram alguns dos nomes fortes do setor que decepcionaram neste trimestre. Wal-Mart (N:WMT), que tem lutado fortemente neste ano contra a competição crescente com a Amazon.com (O:AMZN), surpreendeu com resultados acima das expectativas.

Contudo, isso ocorreu após Wall Street ter reduzido as expectativas sobre os resultados dos varejistas. O guidance mais recente da empresa não prevê aumento de vendas e queda de 12% no lucro por loja no próximo ano, refletindo aumento de custos.

Um dos principais temas da temporada de resultados do terceiro trimestre foi a performance divergente entre os vendedores com lojas físicas e os varejistas online, como Amazon e Alibaba (N:BABA), estas que apresentaram robusto crescimento.

Essa tendência deverá continuar no quarto trimestre com a importante temporada de compras, já que os compradores online superaram as compras off-line durante a Black Friday. De acordo com confederação norte-americana de varejo, National Retail Federation, mais de 103 milhões de pessoas compraram online durante o final de semana prolongado de Ação de Graças, comparado aos pouco menos de 102 milhões de pessoas que entraram em uma loja para comprar.

Para aumentar a agonia dos tradicionais vendedores com lojas, é esperado um nível alto de estoque e descontos excessivos que colocaram mais pressão sobre as margens do quatro trimestre.

Triunfo Tecnológico

Os gigantes da tecnologia reportaram resultados impressionantes do período de junho a setembro. Apple (O:AAPL), Alphabet (O:GOOGL), Microsoft (O:MSFT) e Facebook (O:FB) são apenas alguns que divulgaram excelentes números.

O resultado da Apple foi impulsionado pela forte demanda de iPhones na China. As ações da Alphabet bateram recorde graças aos fortes resultados nas buscas móveis, Microsoft subiu com bons resultados do segmento de negócios na nuvem, enquanto o Facebook cresceu amparado pelas robustas receitas de propagandas em vídeos.

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Esses dados seguem a tendência de alta de um ano do setor de tecnologia, especialmente das ações FANG (Facebook-Amazon-Netflix(O:NFLX)-Google). A Apple é uma outra possibilidade nesse acrônimo, substituindo o “A” de Amazon.

Possivelmente, uma das principais surpresas na área tecnológica foi o eBay (O:EBAY), que viu suas ações darem o maior salto em 10 anos, após divulgar resultados do terceiro trimestre que superaram as expectativas. A loja online, que recentemente se separou do PayPal (O:PYPL), também elevou sua previsão anual e recomprou US$ 599 milhões em ações.

Previsões para o 4T: Ventos Contrários, Mas Nada Alarmante

Olhando para frente, as expectativas para os resultados do quatro trimestre são pouco animadoras. Analistas do mercado esperam outro trimestre de crescimento negativo, que poderá ser o terceiro período consecutivo.

Ainda assim, de acordo com Brian Gilmartin, nem tudo é tão desanimador quanto parece: “investidores podem esperar 5%-7% de ganhos no núcleo, sem ações de energia e da Apple no último trimestre. O setor financeiro provavelmente vai ter um trimestre decente, com Thomson Reuters projetando 12% de crescimento e Factset, 10%.

Resultados corporativos vão continuar a enfrentar ventos contrários de um dólar valorizado. A moeda pode se fortalecer ainda mais no próximo ano se o Fed efetivamente elevar as taxas de juros em dezembro, como esperado. Goldman Sachs prevê estabilidade entre dólar e o euro no futuro próximo, caindo de US$ 1,09/EUR hoje.

Adicionalmente, perspectivas mais fracas de crescimento global poderão pesar nos ganhos, especialmente, das multinacionais que possuem a maior parte dos seus negócios fora dos Estados Unidos. Companhia com menor exposição a ativos fora dos EUA tendem a ter um resultado melhor em 2016.

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Percentual das vendas internacionais por setor

Quatro Trimestre e Depois: Potenciais Vencedores e Perdedores

Para o quarto trimestre de 2015, espero ganhos acima da média nas ações de consumo, como Amazon, Home Depot (N:HD), Nike (N:NKE) e Starbucks (O:SBUX), e queda nos resultados de ações de industrias sensíveis ao crescimento global como Caterpillar (N:CAT) e Deere (N:DE).

Olhando para 2016, as projeções atuais apontam para novo trimestre com ganhos negativos, antes de estabilizar para retornar o crescimento a partir do segundo trimestre.

Projeções de ganhos trimestrais

Índices dos EUA: SPX - Touro Esgotado; NDX - Implacável Subida

Análise gráfica dos índices S&P 500 contra a Nasdaq 100 apontam que o setor de tecnologia poderá perfomar melhor no quatro trimestre na comparação com o restante do mercado.

S&P 500

No gráfico mensal do S&P 500 acima, um doji se formou logo abaixo de um suporte de uma grande queda que vimos em agosto, o que indica que ainda há diversos vendedores por volta do nível 2100.

O candle anual para 2015 parece um doji de cruz, marcada de roxo no gráfico abaixo.

S&P 500

Essa formação – após longa subida – pode sinalizar o fim de sete bons anos do mercado desde a crise de 2008.

Se os resultados do quarto trimestre forem as decepções que muitos analistas esperam, ou simplesmente apontar que chegou o momento de se retirar do mercado e aguardar tempos melhores, poderemos ver o índice S&P novamente testando uma resistência (após testar mais cedo neste ano, entre agosto e setembro). Uma queda abaixo dos 1820 (base da zona), poderá abrir caminho para novas perdas – com o primeiro alvo em 1560, quando a resistência vira suporte.

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S&P 500

Se os resultados do quarto trimestre surpreenderem e oferecerem esperança de melhores resultados em 2016, e as taxas de juros forem mantidas em nível baixo, o S&P 500 poderá atingir 2135, quando, novamente, abre espaço para novas altas.

Contudo, o movimento lateral, presente no mercado durante o outono, aliado aos baixos volumes e a tendência de alta dos últimos sete anos podem aumentar as chances de se iniciar uma correção.

Nasdaq 100

A história é um pouco diferente para o Nasdaq 100. O índice já ultrapassou a área vendedora entre 4700 e 4200 e segue em sua tendência de alta para os máximos de março de 2000 (4780-4800). No momento, a possibilidade de romper esse teto é alta, mas, a não ser que novas zonas compradoras se formem, os recordes podem ser um falso-rompimento.

Nesses níveis históricos, investidores são orientados a manter um olho nos gráficos semanais e mensais para identificar sinais de aviso de formação de candles de reversão.

Nasdaq 100

Neste momento, parece que o candle anual irá terminar com um martelo de alta (desde que não caia até o final do mês), o que, dentro de uma tendência de alta, não significa nada além de continuação.

A queda do volume pode sinalizar fraqueza, mas não impediu o Nasdaq 100 de subir durante o ano. Por isso, ainda aguardamos o setor de tecnologia apresentar fortes resultados no quarto trimestre e, possivelmente, no primeiro trimestre de 2016.

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