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Saindo do Atoleiro

Publicado 17.08.2021, 08:40
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Vivemos um momento crítico. No Brasil, o açodamento político do presidente, em confronto com o STF e o TSE, é um claro sinal de que o negócio é radicalizar, dada a crescente rejeição de parte da sociedade à sua conduta. No exterior, a variante Delta cobra o seu preço e derruba a economia chinesa, que vai perdendo tração. Para piorar, no Afeganistão, uma crise humanitária se configura, depois da saída dos EUA e da rápida tomada da capital, Kabul, pelos Talibãs.

No Afeganistão

Surpreendeu a tomada de poder pelos Talibãs e nenhuma resistência do Exército do País, treinado pelos americanos, pela OTAN, por 20 anos. Os chineses já trataram de se aproximar, assim como os russos, o que torna o tabuleiro geopolítico da região ainda mais imprevisível.

O discurso de Joe Biden, ontem, foi bem claro sobre o risco da América se manter em mais um “atoleiro”, num conflito que, embora cheio de ingredientes geopolíticos, não pode mais ser resolvido por eles. E isso ficou bem claro.

Os talibãs são afegãos, assim como a população de Kabul e outras regiões. São eles a resolverem seus problemas.

“Os americanos jamais tiveram o objetivo de construir um país”. “O colapso acabou mais rápido do que o esperado”. Deduziu que um ano a mais, cinco anos, ou 20 anos como foi, não teriam alterado em nada o quadro geral atual.

Biden afirmou que não pode oferecer aos afegãos “a vontade de lutar”. “É errado ordenar que as tropas americanas avancem, quando as próprias forças armadas do Afeganistão não o fizeram”.

“Isso se desenrolou mais rápido do que o previsto. E aí, o que os líderes afegãos fizeram? Fugiram covardemente do país”.

O ponto aqui é a visão religiosa ou ideológica, nestes casos, em diferentes gradações. A perseguição às mulheres, a repressão generalizada, o obscurantismo medieval são problemas. Assim como o foco de células terroristas que devem começar a se aprofundar a partir de agora. Ao contrário das guerras funcionais, de país contra país, tropas regulares, o conflito do século XXI se caracteriza pela surpresa, pelo imponderável, pelos ataques esporádicos, mas bem focados ou cirúrgicos, pelos atentados à civis, gerando comoção. Como evitar isso. Sempre haverá uma ponta desencapada, um pedaço negligenciado. As forças de segurança de qualquer país não são onipresentes e estes terroristas sempre encontram meios para se infiltrar e realizar seus objetivos.

Neste contexto, o Irã passa a ganhar ainda mais espaço, assim como a China e a Rússia, com os EUA e a Otan, aos poucos, se afastando deste tabuleiro específico.

Biden falou que bilhões de dólares foram “despejados” neste país por 20 anos, para fortalecer parte da sociedade organizada, mas, em poucos dias, todo este trabalho, todo este esforço, se esvaiu. O Afeganistão retorna à idade das trevas. Escolha de parte do seu povo. Quem não aceita, está fugindo, numa crise humanitária sem precedentes (são mais de 500 mil refugiados!). Quem trabalhou nos governos, quem deu apoio aos americanos, está fugindo!

Diante disso, Emmanuel Macron anunciou uma iniciativa europeia para lidar com este fluxo migratório do Afeganistão. Ainda em estudo, deve ser anunciada em breve. Já o Reino Unido deve permitir a entrada, sem passaporte, de afegãos em fuga.

Na China

Parece a variante Delta uma outra pandemia. Na China, várias regiões reingressaram em lockdown, diante deste novo risco. Isso derrubou a produção industrial e o varejo do País, também afetado pelas enchentes de verão. Decorrente disso, nossas exportações de commodities devem ser afetadas, derrubando as empresas correlatas na bolsa de valores. Petrobras (SA:PETR4), Vale (SA:VALE3) e as siderúrgicas recuaram forte nesta segunda-feira.

Pandemia

Nos EUA crescem os apelos pela terceira dose da vacina contra a Covid para todos os americanos, independente da idade, oito meses depois da segunda dose, com o avanço da Delta.

Importante salientar aos negacionistas de plantão que, muitos estudos, concluíram que a Delta é uma variante que surgiu na Índia, onde o caos no sistema de saúde, muitas internações e mortes diárias, além da perda de eficiência no ritmo de vacinações, acabaram por proporcionar seu surgimento. Isso nos faz concluir a premente necessidade de coordenação no enfrentamento da pandemia. Todos devem se vacinar, todos devem usar máscaras, todos devem se proteger. Se os negacionistas se negam, contaminando e afetando os demais. As vacinas não garantem 100%, diante desta variante Delta. Uma nova dose deve acabar por ser recomendável. Acabou o problema depois disso? Ninguém sabe, mas é o que se tem no momento.

O que não se pode é, arrogantemente, e de forma ignorante, negar a única alternativa existente, baseado em crendices e delírios conspiratórios.

No Congresso

A pauta é pesada, com a reforma do IR, o parcelamento do precatório e daí, a possibilidade de definir valor para o Auxilio Brasil.

Na tensa relação entre o presidente da República e o TSE/STF, o risco de uma crise institucional de desconhecidas proporções. A impressão é que o presidente está “esticando a corda”, já ciente de que dificilmente deve levar a eleição do ano que vem.

Uma das últimas cartadas do presidente foi pedir o impeachment dos ministros Alexandre de Moraes e Luiz Roberto Barroso. Alexandre de Moraes, por ter prendido Roberto Jefferson, decisão polêmica, muito mais calcada por “crime de opinião”; Luiz Roberto, atual presidente do TSE, desafeto por não aceitar intervir no sistema de votação eletrônica.

Na seara econômica, observamos também rumos distintos. Paulo Guedes, cego às demandas transloucadas do presidente, ameaça avançar o sinal; o presidente do BACEN, Roberto Campos Neto, demonstrando claramente desconforto da situação. Disse ele que é impossível para qualquer banco central do mundo controlar a inflação num ambiente de descontrole fiscal. Já o secretário do Tesouro, Bruno Funchal, reforça essa linha de argumentação, ao ter dito que o espaço para gastos está cada vez mais limitado, com a avanço da inflação.

É opinião entre os quadros da economia que a PEC dos precatórios, com o governo propondo o parcelamento das dívidas judiciais e a criação de um fundo que permite a antecipação das prestações fora do teto, tem muitos pontos nebulosos e é necessária a máxima responsabilidade do Congresso.

Se esta PEC não for aprovada corremos o risco de um shutdown na máquina pública, com órgãos deixando de funcionar. Há de considerar que o teto dos gastos segue sendo “testado”, podendo perder relevância, enquanto “âncora fiscal”.

Na agenda desta terça-feira (dia 17) avançam as negociações em torno da reforma do IR e a PEC dos precatórios.

Na primeira, muita resistência se vê entre Estados e municípios e parte dos empresários. Na PEC dos precatórios, o rito ainda não parece definido. Há, inclusive, espaço para que se estabeleça uma solução alternativa para isentar completamente os precatórios do “teto dos gastos”. A ideia é que o limite de despesas seria recalculado retroativamente a partir de 2026 para deduzir a parcela dedicada ao pagamento de dívidas judiciais, abrindo espaço abaixo do teto em 2022.

No mercado

O mercado doméstico fechou no dia 16 em movimento de sell off e aversão ao risco. O Ibovespa perdeu os 120 mil pontos, recuando a 119.180 pontos e um tombo de 1,66%. No mês a bolsa paulista recua 2,15% e no ano, os ganhos se limitam a 0,14%. A conjuntura política conturbada também refletiu na cotação do dólar, que fechou o dia em alta de 0,68% a R$ 5,2806, sendo que, em alguns momentos, chegou próximo de R$ 5,30.

Em NY, as bolsas chegaram a se descolar, mas ingressaram numa espiral sem rumo, para fechar o dia “renovando recordes”. O índice VIX, uma espécie de medidor de medo dos mercados, chegou a subir 14%.

Mesmo assim, ações de saúde e utilidade pública garantiram alta para o Dow Jones e o S&P500, ambos encerrando o dia em alta de 0,31% e 0,26%, respectivamente, nas máximas de 35.625 e 4.479 pontos. Já a Nasdaq recuou 0,2%, a 14793 pontos.

Nesta madrugada, os mercados, refletindo o caos no Afeganistão e a desaceleração na China, operavam, na maioria, em recuo. No mercado asiático (05h05), os índices operaram em forte queda. A bolsa Kospi, da Coréia do Sul, -0,89%, a Nikkei -0,36%, Shanghai -2,00% e Hang Seng -1,92%.

No Índice Dólar, o avanço do dólar era de 0,12%, a 92.730 pontos, e os barris de petróleo recuando, WTI a US$ 66,77 (-0,42%) e Brent a US$ 69,27 (-0,35%). No mercado de títulos norte-americano, os T Bonds de 2y recuando 0,83%, a 0,2033, os de 10Y, -1,75% a 1,235% e os de 30y, -1,04%, a 1,904%.

Na abertura da Europa (04h05), os mercados operavam em forte queda. DAX recuando 0,41%, FTSE 100 -0,27%, CAC 40 -0,47% e Eurostoxx50 -0,46%.

Na agenda desta terça-feira temos a votação da reforma do IR na Câmara e da PEC dos precatórios, temas muito longe de consensuais. É dia também de IGP-10 de agosto.

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