O governo enviou ao congresso nessa terça-feira (11) uma proposta de mudança da LDO (lei de diretrizes orçamentarias). Pela proposta o governo teria carta branca para abater da meta fiscal os gastos com o PAC. Hoje limitado a R$67 bilhões de reais.
Com isso o governo tende a fazer uma mágica contábil e transformará déficit em superávit.
Essa atitude joga no chão qualquer expectativa de um jogo limpo, claro, objetivo em favor de um maior rigor fiscal. Reforçam-se as apostas do mais do mesmo.
E dobrar a aposta no mais do mesmo é dobrar uma aposta para pior.
A qualidade do resultado fiscal será cada vez mais questionável. Essas atitudes criam e reforçam o pessimismo e descrédito do governo.
Isso é péssimo para o mercado financeiro. O dólar já trabalha acima dos U$2,5 e os juros voltam a abrir.
A permanência da contabilidade criativa coloca em risco o grau de investimento, jogando mais lenha na fogueira rumo ao pior cenário.
Importante o investidor ficar atento a esses sinais que o governo dá. Com juros rondando a casa dos 12% ao ano - e deve vir mais altas à frente, fica muito difícil não manter parte significativa da poupança em renda fixa.
Poupança essa que é muito baixa no país. O que de certa medida também inviabiliza investimentos privados como tanto almejamos. Recentemente escrevi um ebook sobre o tema (poupar) e disponibilizo gratuitamente aqui.
O cenário exige muita cautela do investidor ao se aproximar da renda variável. O investidor estrangeiro continua entrando no país, principalmente com uma taxa de juros dessa magnitude.
Porém a convergência macroeconômica futura que esse governo vem buscando pode pegar muito gringo descalçado.