Ainda sob a sombra do Federal Reserve, os mercados amargam um final de ano atipicamente bearish (negativo) e em partes causado por expectativas muitas vezes exageradas das posições de governos e autoridades monetárias.
Na sessão de ontem, após o mau humor com o FOMC, os temores de uma falta de acordo com o congresso e o fechamento do governo americano (shutdown) incrementaram a volatilidade, ainda que se tenha chegado a uma conclusão, inclusive com orçamento para o muro com o México.
O frágil humor do mercado financeiro na verdade tem se sobreposto muitas vezes à realidade dos fatos, pois as projeções do Fed apontam para um crescimento mais modesto da economia, assim como outras economias centrais.
Todavia, a tradução de curto prazo é recessão, algo que na verdade nenhum analista em nível global tem citado, daí a diferença de opinião da autoridade monetária americana sobre o ritmo de elevação de juros e os anseios de parte dos investidores, os quais desejariam o fim do aperto, assim como ocorreu a partir de 2005, antecedendo a crise de 2008.
Cita-se muito como uma correlação quase mecânica de recessão a inversão das curvas de 2 e 5 anos de juros nos EUA.
Pode se dizer isso em partes, se o contexto não fosse completamente diferente dos últimos em que se observou tal movimento.
Para completar a semana, a agenda pesada de hoje conta com o PIB americano e seus desagregados, divulgados juntos por conta das festas de fim de ano e no Brasil, o IPCA-15, a arrecadação de impostos e os dados de conta corrente, ambos para novembro.
CENÁRIO POLÍTICO
A vitória de Trump no orçamento foi uma das primeiras, ainda que ocorrida quase como chantagem, que cumpre as promessas de campanha do presidente.
O orçamento para evitar o shutdown incluiu recursos para a construção do muro com o México, assumindo e quebrando em partes uma promessa de campanha, pois segundo Trump, os EUA não pagariam pelo muro.
Mas ok, os eleitores de Trump “entendem”.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em queda, na ressaca da decisão do FOMC.
Na Ásia, o fechamento foi negativo, seguindo o fechamento em queda nas bolsas americanas.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, a queda é generalizada, com exceção do minério de ferro em portos chineses.
O petróleo abre em queda, com grandes elevações de estoque.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1%
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,8443 / -1,35 %
Euro / Dólar : US$ 1,14 / -0,192%
Dólar / Yen : ¥ 111,13 / -0,135%
Libra / Dólar : US$ 1,27 / 0,016%
Dólar Fut. (1 m) : 3851,40 / -0,64 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 19: 6,46 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 20: 6,58 % aa (-0,30%)
DI - Janeiro 21: 7,39 % aa (-0,94%)
DI - Janeiro 25: 9,25 % aa (-1,28%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,47% / 85.269 pontos
Dow Jones: -1,99% / 22.860 pontos
Nasdaq: -1,63% / 6.528 pontos
Nikkei: -1,11% / 20.166 pontos
Hang Seng: 0,51% / 25.753 pontos
ASX 200: -0,69% / 5.468 pontos
ABERTURA
DAX: -0,785% / 10527,80 pontos
CAC 40: -1,235% / 4634,50 pontos
FTSE: -0,288% / 6692,59 pontos
Ibov. Fut.: -0,19% / 86022,00 pontos
S&P Fut.: -0,732% / 2468,00 pontos
Nasdaq Fut.: -0,765% / 6260,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,12% / 78,69 ptos
Petróleo WTI: -0,44% / $45,68
Petróleo Brent:-1,03% / $53,79
Ouro: -0,16% / $1.257,90
Minério de Ferro: 0,63% / $69,12
Soja: -0,55% / $16,36
Milho: 0,53% / $377,00
Café: -0,20% / $102,20
Açúcar: 0,08% / $12,44