Nesta semana provavelmente operaremos na expectativa da semana que vem, quando sairão as taxas de juros no Brasil e nos EUA. Obviamente acompanharemos as críticas do governo à atual taxa de juros e a falas políticas a respeito do arcabouço. O dólar à vista fechou a semana passada cotado a R$ 5,0584. Houve entrada de fluxo de exportadores, que aproveitaram a escalada recente da moeda para internalizar recursos.
Para explicar o comportamento do dólar na semana que passou, e provavelmente como será esta semana, temos que a recuperação da moeda americana no exterior veio com altas das taxas dos Treasuries devido à diminuição de apostas de redução de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) no segundo semestre, ou seja, ainda teremos provavelmente uma alta de 0,25pp na super quarta que será dia 3 de maio.
Já a alta do dólar no mercado doméstico é atribuída, sobretudo, à recomposição de prêmios de risco em razão do desconforto com o novo arcabouço fiscal. Quando lançaram a ideia, o mercado estava otimista, mas agora com mais detalhes, o mercado fica com a pergunta que não quer calar: de onde sairá a grana para bancar os gastos que o governo quer? E continuam insistindo que não haverá alta de impostos. Cá entre nós, tenho dúvidas. O texto oficial do arcabouço desagradou pela série de exceções ao limite de gastos e pela ausência de sanções legais caso as metas estabelecidas não sejam alcançadas.
A agenda da semana está cheia de indicadores de inflação e atividade econômica, mas nada para hoje. Sexta-feira é dia de PTAX e fechamento de mês. Amanhã teremos a audiência de Campos Neto no Senado. Hoje, antes do mercado abrir, temos na Europa discurso de Panetta, do BCE. Aqui no Brasil, o tradicional boletim Focus e dados de Investimento Estrangeiro Direto. E agenda fraca nos EUA. Vamos ficar de olho na política mesmo…
Bons negócios e muito lucro, turma!