Nem mesmo as perdas da sexta-feira, com os mercados globais pesados e o dólar em franca expansão conseguiram apagar os ganhos semanais do Real, no seu ritmo de recuperação de valor, após as decisões de política monetária.
Há espaço obviamente para se firmar como tendência, porém os sinais emitidos a curto prazo parecem promissores, em especial atenção aos efeitos deinflacionários a serem observados nos índices de preços ao atacado (IPAs).
A semana repleta de indicadores relevantes traz dados de toda a sorte no Brasil e no exterior, onde localmente se destacam o IPCA-15, nota para imprensa do setor externo, coleta de impostos, dados fiscais e por fim, a ata da última reunião do COPOM.
Neste caso, a tradicional ‘cartomancia’ vai buscar os sinais de novos movimentos de política monetária do BC, a visão sobre o curto prazo e a duração do atual e forte ciclo de aperto.
No exterior, destaque para a série de ISM e PMI, o índice IFO na Alemanha e nos EUA, pedidos de bens duráveis, dados do mercado imobiliário e principalmente, o PIB.
Neste cenário, trazemos alguns pontos que demandam atenção daqui em diante, podendo ser um importante ponto de inflexão da curva para o panorama global tanto de economia, quanto de mercado.
Primeiro o arrefecimento do que se preconizava como super ciclo de commodities, com a acomodação das compras chinesas e o derrame de alguns itens importantes dos estoques reguladores, em especial o minério de ferro nos mercados de forma a reduzir a especulação.
Este ainda é um processo em andamento, mas chama a atenção à possível repercussão ao mercado brasileiro, fortemente baseado em commodities.
Outro ponto é a retomada da cadeia de suprimentos, a qual lentamente tem entregado parte dos atrasos recentes e reduzindo o impacto ainda corrente da falta de matérias-primas, bens intermediários e de capital.
Todavia, tal processo tem sofrido tanto com o aumento desproporcional da demanda por fretamento, levando a filas em diversos portos chineses, como surtos pandêmicos em algumas regiões, atrapalhando a melhor retomada.
Mais um ponto relevante e não tão explícito ao mercado foi o aumento da taxa de Repo dos depósitos em reserva por parte do Fed de 5 bp.
Segundo analistas, o Fed pretendia mover as taxas overnight acima de zero para drenar o dinheiro do RRP (reverse repurchase agreement), porém, pode no fim ter retirado qualquer incentivo dos bancos moverem tais taxas e ali manterem, reduzindo assim a oferta de crédito na economia, com consequente elevação de custos.
Vale (SA:VALE3) ficar atento.
Por fim, a chegada do verão no hemisfério norte e as consequências macroeconômicas positivas do processo de imunização na atividade econômica, em especial no setor de serviços e principalmente, o impacto criação de postos de trabalho.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, após a pior semana para os mercados globais desde setembro.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos na maioria, seguindo a tendência do fechamento dos mercados no ocidente.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, sem rumo, com queda no minério de ferro.
O petróleo abre em leve alta em Londres e Nova York, dividido entre o dólar mais forte, Irã e chegada do verão no hemisfério norte.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -2,42%.
INDICADORES
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,0901 / 1,62 %
Euro / Dólar : US$ 1,19 / 0,236%
Dólar / Yen : ¥ 110,12 / -0,082%
Libra / Dólar : US$ 1,39 / 0,413%
Dólar Fut. (1 m) : 5069,18 / 0,70 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 6,63 % aa (3,19%)
DI - Janeiro 23: 7,23 % aa (1,12%)
DI - Janeiro 25: 8,35 % aa (2,58%)
DI - Janeiro 27: 8,82 % aa (3,04%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,2719% / 128.405 pontos
Dow Jones: -1,5769% / 33.290 pontos
Nasdaq: -0,9248% / 14.030 pontos
Nikkei: -3,29% / 28.011 pontos
Hang Seng: -1,08% / 28.489 pontos
ASX 200: -1,81% / 7.235 pontos
ABERTURA
DAX: 0,643% / 15547,31 pontos
CAC 40: 0,285% / 6587,87 pontos
FTSE: 0,207% / 7032,02 pontos
Ibov. Fut.: 0,11% / 128927,00 pontos
S&P 500 Futuros: -1,394% / 4153,50 pontos
Nasdaq 100 Futuros: 0,454% / 14096,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,52% / 90,46 ptos
Petróleo WTI: 0,20% / $71,77
Petróleo Brent: 0,05% / $73,55
Ouro: 1,02% / $1.782,10
Minério de ferro: -1,91% / $214,2
Soja: -1,31% / $1.377,75
Milho: -2,17% / $641,00
Café: -1,37% / $147,85
Açúcar: -0,73% / $16,31