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Shopee Preocupa as Gigantes Brasileiras? Vale a Pena Investir em suas BDRs?

Publicado 07.03.2022, 14:41
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Olá, pessoal.

Uma pergunta rápida: quais as principais ameaças às varejistas brasileiras?

Se você respondeu que as preocupações limitam-se à entrada de estrangeiras, como Amazon (NASDAQ:AMZN) (SA:AMZO34) e Mercado Livre (NASDAQ:MELI) (SA:MELI34), talvez possa estar equivocado. Uma nova onda de entrantes pode estar tirando o sono de companhias como Magalu e outras do setor, e ela está vindo do outro lado do globo.

Estou falando do avanço de empresas asiáticas de comércio eletrônico, como o Alibaba (NYSE:BABA) (SA:BABA34) e principalmente a Shopee.

A Shopee, braço de e-commerce da Sea Ltd (SA:S2EA34), que iniciou suas operações no Brasil somente em 2019, vem atraindo muitos clientes no país com uma proposta diferente e agressiva: oferecer produtos com um ticket médio baixo em um cenário de alta inflacionária – que tende a afastar o interesse e a necessidade da população por bens supérfluos. Mesmo em pouco tempo, os frutos já estão sendo colhidos e o aplicativo de compras da empresa já é o mais baixado no país.

A estratégia da empresa é clara: ela se beneficia de uma mão de obra mais barata na Ásia para aumentar a sua penetração no mercado brasileiro e ganhar cada vez mais market share em cima das varejistas nacionais, como também das internacionais que já estavam aqui há mais tempo.

Com isso, estima-se que a posição atual no varejo brasileiro da Shopee já esteja em um dígito alto e, segundo o Goldman Sachs (NYSE:GS), a expectativa é que atinja um market share de 20 por cento em 2025.

Crescimento de vendas da Shopee. Fonte: Sea Ltd.
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No último trimestre de 2021, a Shopee reportou um forte crescimento de suas receitas, com os pedidos aumentando +90 por cento ao compararmos com o mesmo período do ano anterior, e o seu GMV (volume bruto de mercadorias — métrica própria dos e-commerces para medir o desempenho das vendas de produtos e serviços) deu um salto de +53 por cento quando realizamos a mesma comparação. Mais um fruto de sua estratégia global de penetração.

E como anda a performance da asiática no Brasil?

Os números reportados da operação da empresa no nosso país foram ainda melhores — Shoppe e Jackie Chan invadiram a praia. No quarto trimestre (4TRI21), a Shopee Brasil reportou um crescimento de +400 por cento (vs. 4T20) em seus pedidos e uma receita que alcançou 70 milhões de dólares ou algo em torno de 380 milhões de reais (+326 por cento).

Com isso, estima-se que o GMV das operações brasileiras chegue próximo a 3 bilhões de reais. Apesar do crescimento, ainda não é suficiente para ultrapassar as líderes Magazine Luiza (SA:MGLU3), Americanas (SA:AMER3) e Mercado Livre.

Além disso, a empresa também divulgou o lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) negativo no período, com uma perda de cerca de 2 dólares por pedido. Com os pedidos brasileiros atingindo a marca de 140 mil no trimestre, o Ebitda ajustado alcançou, aproximadamente, uma perda de 280 milhões de dólares ou 1,5 bilhão de reais.

Mas como a companhia pretende continuar crescendo e melhorando os seus resultados?

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Para a Shopee buscar um crescimento sustentável no longo prazo, será preciso estabelecer uma estrutura logística no país e também focar suas atenções para outros tipos de produtos, de preferência com um ticket médio maior do que o apresentado atualmente. Dessa forma, a empresa poderá expandir ainda mais os seus negócios no Brasil, diluir custos e despesas para aumentar as suas margens e, finalmente, dar lucro.

Além da Shopee, é importante mencionarmos que os resultados apresentados pela sua empresa-mãe também não foram favoráveis.

A Sea Ltd, que ainda conta com a Garena (desenvolvedora de jogos online) e a SeaMoney (provedora de serviços financeiros digitais) em seu portfólio de empresas, reportou um crescimento em suas receitas de +106 por cento vs. o 4T20, porém houve um aumento de +17 por cento em seu prejuízo líquido na comparação com o mesmo período de 2020, atravessando a marca de 600 milhões de dólares.

Prejuízo reportado no 4T21. Fonte: Sea Ltd.


Como ficam as ações da Sea Ltd (S2EA34) nessa história?

Bom, não há ninguém melhor para nos mostrar isso do que o próprio mercado por meio do gráfico com as cotações das ações da empresa (no caso, falaremos dos BDRs da Sea Ltd).

Desde a máxima do ano passado, que ocorreu em outubro e atingiu um preço superior a 82 reais, os BDRs da companhia vêm enfrentando severas quedas e já registram uma depreciação de mais de -74 por cento até o momento.

Cotação das ações da Sea Ltd. Fonte: Bloomberg.

Mesmo que a Shopee venha aumentando a sua penetração em solo brasileiro e apresentando crescimento significativo em suas vendas, no nosso entendimento, existe ainda uma dificuldade e uma série de desafios para que a companhia passe a ser lucrativa. Não somente ela, mas como pudemos ver, a Sea Ltd também não está apresentando bons retornos no momento.

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Olhando para o gráfico, os investidores podem ser levados a acreditar que as quedas são exclusivas à Sea Ltd. Porém, esse mesmo gráfico nos remete a outro semelhante e que já está mais “popular” ultimamente: o das ações do Magalu.

As semelhanças entre o Magalu e a gigante asiática

O Magalu também é um gigante do varejo brasileiro, sendo considerado por muitos como o pioneiro do e-commerce do setor no nosso país.

Hoje a companhia conta com um completo ecossistema de serviços e uma robusta capacidade logística, diferenciando-se (e muito) de seus principais concorrentes domésticos e estrangeiros.

Ecossistema Magalu.

Mesmo ainda sofrendo com os impactos da pandemia e com o cenário macro desfavorável, o Magalu continua entregando crescimento de forma orgânica e também inorgânica, com muitas aquisições no passado recente.

Entretanto, ainda que seus fundamentos estejam evoluindo, nada disso foi suficiente para evitar a derrocada de suas ações, que apresentaram uma queda de mais de -74 por cento do topo histórico de 2021, registrado em julho, para cá.

Tudo bem que o preço de MGLU3 na época poderia ser considerado distorcido e que muitos acreditavam estar longe do real valor da companhia. Mas o que vemos, além do que pode parecer uma “volta” a patamares mais adequados no preço das ações da empresa, é um comportamento que acaba afetando praticamente todas as varejistas do nosso país.

É a hora de apostar nas grandes empresas de mercado?

As incertezas em relação ao cenário macro tendem a continuar presentes, ainda mais se tratando de ano eleitoral.

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Além disso, as expectativas de recuperação da nossa economia não são das mais favoráveis e a competição entre as empresas do setor deve continuar presente no momento, principalmente com a entrada e a expansão das empresas de comércio eletrônico vindas de fora do país.

Nesse sentido, o melhor a ser feito agora é aguardar por sinalizações mais concretas de uma possível mudança desse cenário que estamos vivenciando antes de buscar montar uma posição nessas empresas. Como disse o analista Rafael Ragazi em seu comentário recente sobre o Magalu (que serve também para a Shopee e outras desse segmento): “não é o momento de pegar a faca caindo”.

Não é porque uma ação caiu -50 por cento, -60 por cento ou -75 por cento, que necessariamente ela está barata ou que representa uma oportunidade imperdível na Bolsa.

Lembre-se: tudo que pode parecer barato pode ficar ainda mais barato e trazer uma preocupação desnecessária para o nosso psicológico no curto prazo.

Gráfico apresenta cotação das ações do Magalu.
Cotação das ações do Magalu. Fonte: Bloomberg.

Últimos comentários

investir em varejo no meio da guerra? boa sorte.
A matéria diz justamente para aguardar. Você chegou a ler?
deixa pra comprar quando tudo estiver perfeito e ouvir os sons dos violinos, tá certo vc
Comprei 2 camisas de basquete da NBA na Shopee custando 100 reais cada uma. As camisas chegaram perfeitas! Dia seguinte vendi o pouco que sobrou de varejo brasileiro na minha carteira e agora só compro pela Shopee.
fiz algumas compras na shoppe produtos de baixíssima qualidade com preços que no ML tem com alguns vendedores que inclusive depois encontrei no ML. Produtos com qualidade melhor não compensa fica elas por elas. De dezembro para ca estou voltando ao mercado de rua ja que observamos que a comodidade das compras on-line nao supera em preços a compra presencial saindo muitas vezes mais caro. (estou em vitoria-es) pode ser que em outras partes do brasil a realidade não sem nem proxima a minha
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