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Só Restou Saudades do Teto de Gastos

Publicado 07.08.2022, 14:17
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Após a criação do teto de gastos no governo Michel Temer em 2016, o Brasil pôde pela primeira vez experimentar taxas de juros decentes. A taxa Selic historicamente alta deixou sequelas e criou graves distorções na economia aumentando a desigualdade e fomentando a criação do rentista.

Além disso, os juros altos aumentam o custo do crédito para as famílias e o custo do capital para as empresas. Juros altos beneficiam uma pequena parcela da população às custas do sofrimento da maioria.

A história econômica nos mostra que nenhum país do mundo que alcançou a prosperidade fazendo a transição da pobreza para a riqueza o fez com taxas de juros historicamente elevadas. Do bar da esquina ao Banco Central é consenso que os juros altos são um problema para a economia. 

No entanto, a sua solução enfrenta fortes divergências, para alguns a raiz de todo o mal da economia brasileira reside na taxa de juros nas alturas que só serve para favorecer os grandes e malvados bancos e banqueiros. Para outros os juros são consequência de um problema maior, e não a sua causa, atribuindo à situação fiscal do país a origem de todos os problemas. 

As medidas recentes adotadas pelo governo federal, com o aval do Congresso Nacional, respondem a questão claramente e nos mostra que resolvê-lo exige grande habilidade política (coisa escassa hoje em Brasília). Porém, algo precisa ser feito para resolver a questão, pois, embora seja possível é pouco provável que um país que se acostumou a pagar juros de 2 dígitos para se financiar dê certo.

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Os juros elevados atuam na economia como um freio de mão enguiçado de um veículo. Mesmo que você pise no acelerador com toda a força você não irá alcançar a velocidade esperada.

Após o desastre do governo Dilma foi preciso recuperar a credibilidade e a confiança de um país devastado por um mal mais letal que a pandemia da Covid-19. Nesse contexto de terra arrasada era preciso limitar o crescimento dos gastos públicos que vinham crescendo acima da inflação, pois a situação do país estava ficando insustentável, se nada fosse feito à época poderíamos ter seguido um caminho de implosão similar à vivida pelos Hermanos Argentinos. 

Manter as contas do governo equilibradas é fundamental para a situação fiscal do país. Embora muitos brasileiros não se deem conta do problema um governo endividado precisa aumentar impostos e pagar juros mais altos que seus pares menos endividados para se financiar e toda a população sai perdendo. Com o surgimento do teto de gastos, pela 1ª vez o brasileiro pode desfrutar de juros “normais” e voltou a conviver com a estabilidade dos preços.

Após o teto, a credibilidade passou a ser recuperada e a partir daí foi possível controlar a inflação. Uma inflação controlada melhora imediatamente a qualidade de vida dos mais pobres e sinaliza clareza e estabilidade futura para todos os agentes econômicos, do rico ao pobre. O teto cumpriu o seu papel e trouxe benefícios a economia brasileira. No entanto, os gastos de combate a pandemia e o recente pacote fiscal expansionista do governo Bolsonaro praticamente destruíram a âncora fiscal criada por Temer. Segundo estimativas do ministério da economia os gastos estatais nos próximos meses se aproximaram de R$ 41 bilhões.

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Além disso os gordos dividendos da Petrobras (BVMF:PETR4) serão antecipados e distribuídos ao maior acionista, no caso o governo, no final de Agosto e Setembro. Há não ser que ocorra uma tragédia a economia brasileira no 2 º semestre deverá ser bem diferente do que foi visto no 1 º. As medidas fiscais adotadas pelo governo devem turbinar a economia até Dezembro, no entanto a consequência disso é que sacrificaremos o ano de 2023.

A política fiscal implementada soa como uma pessoa compulsiva que ignora as restrições orçamentárias e se rende as tentações de curto prazo usando o cartão de crédito sem responsabilidade sacrificando a sua qualidade de vida futura, afinal um dia a fatura irá chegar. 

A médio prazo a política poderá trazer mais malefícios do que benefícios, no entanto isso ainda não foi visto como algo ruim pelo brasileiro comum devido à grande dificuldade de se entender as consequências da política fiscal. O fato de se ter o benefício imediato e os custos rolados para o futuro não é de fácil percepção para a população. 

No entanto, é uma questão de tempo para essa conta chegar. Como alerta a filósofa Ayn Rand "Você pode ignorar a realidade, mas não pode ignorar as consequências de ignorar a realidade." 

O ano de 2023 ainda não chegou mas já coloca o próximo governo em um grande impasse. Segundo a regra do teto de gastos as despesas de 2023 devem crescer em torno de 7% a 8% (inflação esperada de 2022), com a crescente pressão para manter permanente o auxílio Brasil de R$ 600 o governo precisará escolher entre manter o benefício ou ceder ao crescente lobby e dar aumento salarial aos servidores. No orçamento não há recurso para bancar os dois. 

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No entanto, como essa conta será paga? A dívida bruta do governo consolidado (engloba as 3 esferas do poder público) já está em 91%, enquanto a média dos países emergentes é 67%. Além disso a alta dos juros aumenta o custo da dívida. Um aumento de impostos pode ser considerado, mas certamente enfrentará grande resistência.

Segundo o discurso dos principais candidatos a Presidência as políticas “temporárias” de transferência de renda tendem a se tornar cada vez mais permanentes. É questão de tempo para novos e velhos problemas sociais, agravados pela pandemia, pressionarem o governo central a aumentar o gasto e proteção estatal, mas as políticas assistencialistas não alcançarão o efeito esperado com uma política econômica que necessita de juros altos.

Atualmente os estados estão com os cofres cheios saindo de R$ 60 bilhões em 2019 para R$ 220 bilhões em 2022. No entanto, a redução do ICMS reduz o seu fluxo de caixa futuro de forma permanente. Sem corte de gastos e uma compensação do governo federal em algum momento essa conta não irá fechar e certamente haverá litígio entre os governos estaduais e federal. 

Sem uma reforma tributária que corrija distorções históricas o único meio de agradar gregos e troianos é furar novamente o já fragilizado teto de gastos. 

Em Brasília já se cogita a necessidade de se criar novo regime fiscal. No entanto isso é um grande equívoco, o problema do país não é a ausência de regras fiscais, mas sim o não cumprimento das regras em vigor.  

Mesmo diante de todos os problemas estruturais a economia brasileira vem demonstrando grande resiliência. O fato de o país estar no final do ciclo de alta dos juros o coloca em uma posição privilegiada. Os dados fiscais, turbinados pela alta das commodities, vieram acima do esperado e a situação do país é melhor do que se projetava. Os ativos de risco brasileiro estão com um valuation bastante atrativo. Mesmo diante de todos os riscos iminentes a bolsa está num ponto de entrada interessante. A solução do problema se passa por Brasília respeitar as “regras do jogo” em vigor e garantir estabilidade. O que faz o Ibovespa cair há 12 meses é toda a incerteza e o que o fará subir será a previsibilidade. 

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Últimos comentários

Mas..., saudade de jornalistas de verdade, que noticiam os fatos, matemáticos, estatísticos. Agora temos adolescentes militantes pregando narrativas.
O Colunista se "esqueceu" que o outro candidato diz que vai revogar totalmente o teto de gastos e isso seria ruim. Ao que consta, o teto não foi violado pelo atual governo. Ao falar em "pandemia" sem mencionar o "fecha tudo" promovido por estados e municípios, com a benção do STF, o colunista falta com a verdade aos leitores. Texto sem credibilidade e tendencioso. Va para a Venezuela colunista!
Tb esqueceu q vai sobrar dinheiro pela lucro da Petrobrás e o fim da roubalheira no BNDES, o fenômeno da inflação é global! O Mundo gastou mais do que produziu, em função do fique em casa.Cagou uma goma e só passou vergonha!
Infelizmente, Não existem almoços grátis ! Gastou mais do que arrecada, as consequências são terríveis.
si não faz nada...vcs reclama....si faz algo vcs reclama...o nossa maior despesa são os funcionários público....e TB principalmente os vagabundos de Brasília OS PILANTRAS DO STF....E POR AI VAI
Guedes já furou tanto o teto que deu até inveja no Mantega
Juros e inflação de 2 dígitos, mas com economia em superávit, redução de impostos, deflação, aumento de empregos, diminuição do desemprego, estatais que davam prejuízo dando lucro, e por aí vai. Muitos analistas e especialistas todo mês tendo que rever a projeção do PIB pra cima. A internet acabou com a falácia do textão, irmão. Contra FATOS não há argumentos. Chorem, anti Bolsonaristas
Então, ele só esqueceu o lado bom.
MUUUUUUUUUUUUU
 Não adianta chamar suamãe, ela está ocupada... que0tári0 kkkkk
Não confere com as informações passadas pelo ministro da economia
Opinião não baseada em fatos! Puro achismo.
muito bom texto
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