Após a falta de chuva no ano passado ter atrasado a semeadura de soja, agora é o excesso de precipitação que tem impedido a colheita e preocupado sojicultores brasileiros, os quais têm contratos para serem cumpridos a partir da próxima semana. O line up do porto de Paranaguá (PR), por exemplo, aponta que os navios devem começar a chegar no local na primeira dezena de fevereiro. Assim, tradings passaram a negociar um novo prazo de entrega com os compradores estrangeiros. Esse cenário deve manter a oferta de soja restrita no curto e médio prazos no Brasil. Quanto aos preços da oleaginosa, ficaram praticamente estáveis no encerramento de janeiro, e a liquidez esteve baixa.
MILHO: PREÇOS VOLTAM A SE ENFRAQUECER
Depois de terem atingido recorde real em algumas praças, os preços do milho voltaram a se enfraquecer no encerramento de janeiro na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Segundo pesquisadores do Centro de Pesquisas, muitos vendedores passaram a ficar mais ativos no mercado, no intuito de aproveitar os valores elevados de negociação e de liberar espaço nos armazéns para a entrada da safra de verão. Já compradores, atentos a esse movimento, se afastaram, à espera de novas quedas nos preços. Nem mesmo as altas externas e as exportações aquecidas foram suficientes para impedir as quedas internas.
MANDIOCA: BAIXA OFERTA IMPULSIONA EM QUASE 4% A MÉDIA SEMANAL
Apesar das chuvas frequentes na semana passada em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea, produtores retomaram a colheita em algumas localidades, especialmente os que visam liberar áreas e/ou se capitalizar. Mesmo assim, a quantidade ofertada esteve abaixo da necessidade industrial, e os preços subiram. Na semana passada, o valor médio nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 452,64 (R$ 0,7872 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), alta de 3,9% frente à média do período anterior.
OVOS: PREÇO MÉDIO DE JANEIRO É RECORDE REAL PARA O MÊS
Os preços dos ovos iniciaram o mês de janeiro em queda, o que fez com que avicultores de postura intensificassem os esforços para controlar a produção. Diante disso, na segunda quinzena do mês, a oferta do produto se reduziu. Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário, atrelado ao incremento nas vendas na segunda quinzena de janeiro, resultou em elevação nas cotações. Assim, o preço médio do ovo em janeiro – apesar de ser menor do que o observado em dezembro, quando atingiu recorde nominal – é o mais alto para um mês de janeiro, em termos reais. Os valores médios mensais de janeiro de anos anteriores foram deflacionados pelo IPCA de dezembro/20, e a série de preços de ovos do Cepea inicia-se em 2013.