A colheita de soja segue “a todo vapor” nas principais regiões do Brasil. Segundo análise do Cepea, a maior produtividade vem se confirmando em muitas praças, o que reforça a estimativa de produção recorde no País. Com a oferta do grão aumentando e compradores mais ativos, os negócios para entrega imediatas se aqueceram, ainda conforme o Centro de Pesquisas. A Conab estima a produção nacional de soja em 167,37 milhões de toneladas, 0,8% a mais que a apontada em fevereiro e 13,3% superior à da safra 2023/24 – deste total, 56,3% já haviam sido colhidos até 9 de março, de acordo com a Companhia
MILHO: Estoques baixos e demanda aquecida sustentam alta de preços
Os preços do milho seguem em alta na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, o impulso vem da combinação de estoques baixos com a demanda aquecida pelo cereal. No encerramento da semana passada, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) se aproximava dos R$ 90/saca de 60 kg, patamar nominal verificado pela última vez em abril de 2022. Dados da Conab indicam que os estoques iniciais da temporada 2024/25 são de apenas 2,04 milhões de toneladas, inferior às 2,1 milhões de toneladas apontadas em fevereiro/25 e bem abaixo das 7,2 milhões de toneladas da safra 2023/24. O atual estoque representa apenas 2,4% do consumo anual do milho pelo mercado interno, estimado pela Conab em 86,97 milhões de toneladas em 2024/25.
MANDIOCA: Sem sustentação, média volta a cair
O clima seco pouco afetou o ritmo de colheita de mandioca na última semana, e, ainda visando se capitalizar, produtores avançaram com a comercialização, elevando a oferta de matéria-prima. Com a demanda arrefecida principalmente pela fécula, os preços caíram na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Entre 10 e 14 de março, o valor médio nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 557,77 (R$ 0,9700/grama de amido), queda de 0,8% em relação ao da semana anterior. A média parcial deste mês está 3,3% menor que a de fevereiro.
FEIJÃO: Alta do feijão carioca é destaque; safra 24/25 deve crescer 1,5%
A valorização do feijão carioca de alta qualidade vem sendo destaque, conforme apontam levantamentos do Cepea. Além da necessidade das empacotadoras de repor os estoques, o Centro de Pesquisas indica que, produtores, conscientes da oferta restrita desses lotes, mantêm-se firmes nas negociações, buscando preços mais elevados. Segundo dados da Conab, a produção nacional de feijão da safra 2024/25 deve atingir 3,3 milhões de toneladas, crescimento de 1,5% em relação ao ciclo anterior. Quanto às exportações, números da Secex analisados pelo Cepea mostram que, em fevereiro, foram embarcadas 14,9 mil toneladas de feijão, o maior volume para o mês desde 1997, embora essa quantidade represente queda de 61% em relação a janeiro. Os envios no acumulado de 12 meses continuam sendo recordes, somando 388,21 mil toneladas.