As desvalorizações do dólar e dos contratos futuros negociados na CME Group (Bolsa de Chicago) pressionaram os valores domésticos da soja e seus derivados nos últimos dias. Esse cenário afastou produtores das vendas, reduzindo, assim, a liquidez no mercado interno. Segundo pesquisadores do Cepea, a queda externa está relacionada às condições climáticas favoráveis ao cultivo da oleaginosa nos Estados Unidos, o que eleva expectativas de boa safra no país. Por outro lado, esse cenário somado aos estoques elevados e à baixa demanda externa resultam em pressão sobre os valores norte-americanos. Assim, entre 15 e 22 de maio, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) caiu 5,2%, fechando a R$ 109,84/saca de 60 kg na sexta-feira, 22. O Indicador CEPEA/ESALQ Paraná recuou 4,1% no mesmo período, a R$ 103,11/sc de 60 kg na sexta-feira, 22.
MILHO: COM DIFERENTES CONDIÇÕES DE MERCADO, PREÇOS SÃO DISTINTOS DENTRE AS REGIÕES
Os valores do milho têm registrado comportamentos opostos dentre as regiões acompanhadas pelo Cepea. Enquanto no interior do Paraná os preços sobem, em algumas praças paulistas e do Centro-Oeste as cotações registram leves quedas. Segundo colaboradores do Cepea, esse cenário se deve às diferentes condições de mercado dentre as praças pesquisadas, como oferta, demanda e, principalmente, clima. No Paraná, a disputa por milho está mais acirrada no interior do estado, o que tem mantido os valores acima dos observados no mercado disponível do porto de Paranaguá (PR). Em São Paulo e no norte do PR, agricultores temem que a falta de chuva prejudique o potencial produtivo das lavouras e, com isso, muitos estão retraídos das vendas. Apesar disso, a pressão compradora e a oferta de milho de outros estados têm resultado em leves desvalorizações. No Centro-Oeste, o clima tem sido mais favorável aos trabalhos de campo e ao desenvolvimento das lavouras. Com isso, as perspectivas são de produtividade elevada, o que tem resultado em queda nos preços em algumas regiões, como em Rondonópolis. No Nordeste, boas expectativas para a safra seguem pressionando as cotações. Na região de Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa caiu leve 0,16% entre 15 e 22 de maio, fechando a R$ 50,49/sc na sexta-feira, 22.
MANDIOCA: INDÚSTRIAS SINALIZAM INTERESSE EM AUMENTAR PROCESSAMENTO
A demanda industrial por mandioca passou a dar sinais de melhora nos últimos dias, após as expressivas reduções nos meses de março e abril. Na indústria de farinha, especificamente, o aumento da procura é resultado da melhora na comercialização, enquanto nas fecularias, esse movimento está atrelado à estratégia de formação de estoques, por conta de uma expectativa de retomada das vendas. Segundo colaboradores do Cepea, ainda não se observou nenhum tipo de disputa pela matéria-prima entre as firmas, mas o fato de algumas se abastecerem em áreas mais distantes é um sinal de interesse na retomada do processamento. De 18 a 22 de maio, o Cepea estima que a quantidade de raízes processadas pelas fecularias tenha sido de 37,9 mil toneladas, 4,7% abaixo do que se apurou na semana anterior. A ociosidade pouco se alterou na indústria de fécula, ficando com média semanal de 56,4% da capacidade instalada. Quanto aos preços da raiz, voltaram a subir na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea, visto que a oferta permaneceu abaixo das expectativas de agricultores – foram baixos os volumes de chuvas na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea ao longo da última semana, o que limitou o avanço dos trabalhos no campo. Assim, a média nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia, subiu 0,8% entre as duas últimas semanas, para R$ 313,23 (R$ 0,5447 por grama de amido) entre 18 e 22 de maio.