A semana anterior foi marcada por indicadores de atividade econômica e decisões de juros que frustraram as expectativas de parte dos investidores globais.
Na Europa, a expectativa era de um Mario Draghi mais dovish, principalmente com as declarações proferidas após a reunião retrasada da autoridade monetária, porém o presidente do BCE foi mais duro e demonstrou preocupação com os rumos da inflação, sem sinalizar avanços de alívio quantitativo.
A outra frustração veio de algo positivo.
O PIB americano e mais uma série de indicadores econômicos e corporativos rechaçam um cenário recessivo, ao menos no curto prazo e podem frustrar a sinalização de juros por parte do Federal Reserve, principalmente após a fala de somente um corte de 25bp de Bullard.
Localmente, a ausência de avanços mais concretos nas reformas por conta do recesso parlamentar foi forte o suficiente para tirar o ânimo com a liberação do FGTS de R$ 500 e consecutivas retiradas periódicas.
Algumas varejistas ganharam força, porém a derrocada dos bancos e da Petrobras (SA:PETR4) pesaram no fechamento semanal do índice Bovespa.
A semana agora conta com a super-quarta, quando o COPOM e o FOMC decidem juros e decisões de política monetária no Japão (hoje) e no Reino Unido (01/08), além de dados do mercado de trabalho nos EUA e desagregados do PIB americano (PCE), divulgado na semana anterior.
Como citamos, o Fed pode reiterar um corte de juros na reunião de setembro, porém isso não garante a sua ocorrência, principalmente com a série mais recente de indicadores econômicos.
Para o Brasil, ainda que a corrente majoritária peça por um corte de juros, o COPOM tem pela frente o desafio de transpassar a questão política, a qual vai definir o tempo, dimensão e força fiscal da reforma da previdência, o que deve ocorrer também em setembro, junto ao possível corte do FOMC. Seria a oportunidade de efetuar corretamente o corte.
Na agenda corporativa, localmente Multiplan (SA:MULT3) e ItaúUnibanco. No exterior, Sanofi (PA:SASY), Heineken, Hitachi, Beyond Meat, Ryanair e Booz Allen Hamilton.
CENÁRIO POLÍTICO
Trump falou novamente e abertamente em intervenção artificial no dólar, de forma a desvaloriza-lo, reclamando que outros países o fazem e isso não é bom para os EUA.
O conselheiro econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, já descarta a possibilidade, demonstrando mais uma vez que Trump tem dificuldade em entender conceitos básicos de economia.
Aqui ao menos o presidente admite e deixa na mão de Paulo Guedes, algo muito positivo.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem sem rumo, na expectativa pela semana de decisões de juros.
Na Ásia, o fechamento foi negativo, na expectativa de retomada das conversas comerciais.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao paládio.
O petróleo abre sem rumo, com alívio nas tensões no Golfo Pérsico.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 5%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,7778 / -0,04 %
Euro / Dólar : US$ 1,11 / -0,027%
Dólar / Yen : ¥ 108,65 / -0,028%
Libra / Dólar : US$ 1,23 / -0,436%
Dólar Fut. (1 m) : 3770,25 / -0,33 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 20: 5,42 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 5,46 % aa (0,00%)
DI - Janeiro 23: 6,31 % aa (-0,63%)
DI - Janeiro 25: 6,87 % aa (-0,43%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,16% / 102.819 pontos
Dow Jones: 0,19% / 27.192 pontos
Nasdaq: 1,11% / 8.330 pontos
Nikkei: -0,19% / 21.617 pontos
Hang Seng: -1,03% / 28.106 pontos
ASX 200: 0,48% / 6.826 pontos
ABERTURA
DAX: -0,066% / 12411,70 pontos
CAC 40: -0,168% / 5600,65 pontos
FTSE: 1,133% / 7634,59 pontos
Ibov. Fut.: 0,41% / 103314,00 pontos
S&P Fut.: -0,079% / 3022,10 pontos
Nasdaq Fut.: -0,044% / 8016,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,15% / 78,86 ptos
Petróleo WTI: 0,07% / $56,24
Petróleo Brent:-0,20% / $63,32
Ouro: 0,03% / $1.419,34
Minério de Ferro: 0,02% / $120,11
Soja: 0,00% / $15,39
Milho: 0,84% / $417,75
Café: 0,15% / $99,70
Açúcar: 0,83% / $12,15