Bom dia a todos e bem-vindo aos novos leitores.
Aqui nessa tônica você não vai encontrar os fatos que vão mexer com a semana, ou a agenda econômica ou o noticiário da semana passada. Para isso, existem vários noticiosos por aí. Aqui você vai encontrar opinião sincera, exposição de ideais que eventualmente fazem sentido...rs
Então vamos lá!
Recapitulando…
Gosto de começar o mês dando uma olhada geral, semelhante a um panorama macro mesmo, pintar um quadro com a situação atual da economia, pois como sempre digo, não somos uma ilha!
Mês passado fiz isso na primeira tônica do mês, qual era o cenário?
Em suma: receio com crescimento mundial por conta da trade war tornava o mercado mais avesso a risco e buscando proteção em ativos de renda fixa, com isso víamos commodities sofrendo, ativos de risco sendo colocados em segundo plano e mais e mais bonds negociando com juros negativos – gráfico abaixo mostra que existem hoje um estoque de US$ 13 trilhões de bonds sendo negociados a juros negativos!
Não obstante, a continuidade da Trade War pesava sobre perspectivas de crescimento americano, jogando seus juros para baixo e, com isso, puxando o dólar para baixo.
Ou seja, queda recente do dólar não foi só no Brasil! Como digo, não somos uma ilha!
Passado um mês, o cenário de juros só foi reforçado, mas as commodities se recuperaram (gráfico abaixo) e os investidores passaram a procurar mais risco. A bolsa americana teve alta de 6,9% e o MSCI World teve alta de 4,9%!
O cenário externo de juros negativos teve repercussão internamente com todos os juros brasileiros caindo, gráfico abaixo mostra a evolução da chamada curva de juros brasileira. Se há 12 meses atrás os juros de 10 anos se situavam em 11,2%, hoje se encontram em 7,5%! Isso faz uma grande diferença para precificação de ativos como busquei explicar na semana passada.
Ou seja, tivemos um cenário bom lá fora com queda do dólar, elevação das commodities e juros continuamente baixos. Esse último fator trazido para realidade do nosso mercado ajudou a impulsionar a bolsa. Com isso, o dólar caiu cerca de 6% de meados de maio até agora e a bolsa fechou junho com 4% de alta.
O que esperar para julho?
Começamos a semana, o mês e o semestre com ventos positivos vindos de fora:
Do Investing.com:
Os Estados Unidos e a China concordaram no sábado em reiniciar as negociações comerciais após o presidente Donald Trump oferecer concessões, incluindo novas tarifas e uma flexibilização das restrições à empresa de tecnologia Huawei, a fim de reduzir as tensões com Pequim. Nenhum prazo foi estabelecido para o progresso de um acordo, e os dois lados permanecem sem definições sobre partes significativas das conversas.
Mercado já repercute muito bem, veja o S&P Futuro:
E as bolsas asiáticas aproveitaram para comemorar.
Minha opinião: a notícia do retorno à mesa de negociações por EUA e China é muito positiva para os mercados de renda variável sim! Penso que há motivo para celebrar, ainda que na prática não tenha se chegado a nenhum acordo que interrompa a guerra comercial. Então, penso que faz preço no curto prazo, em especial essa semana.
Vale lembrar que junto a isso temos: juros americanos em queda; dólar mais fraco, o que favorece commodities; e o acordo entre China e EUA tende a impulsionar commodities e a perspectivas de crescimento global.
Economia
Tal acordo vem em boa hora, uma vez que o último dado do PMI da China mostrou fraqueza e reforçou a ideia de que aquela economia foi realmente afetada pela Trade War, veio abaixo de 50,0, o que mostra contração da atividade manufatureira.
Assim como a economia americana vem dando sinais de arrefecimento forte! Os últimos PMI’s também decepcionaram bem:
Nisso tudo, a Europa foi que mais saiu prejudicada, pois, além de ter fundamentos macroeconômicos frágeis, viu as duas maiores economias do mundo reduzindo suas expectativas de crescimento e isso os afetou em cheio! Último dado PMI foi bem ruim, mostrando contração da atividade econômica do bloco.
Minha opinião: economia é cíclica e formada de longos ciclos e ciclos mais curtos. Penso ser normal esse arrefecimento após um 2018 forte. Então, a figura parece feia, mas se de fato houver uma interrupção na guerra comercial aliado a ação já coordenada dos Bancos Centrais injetando mais liquidez no sistemas, veremos esses indicadores melhorarem.
A propósito, se você quer saber o que é o PMI, clique aqui.
VAI Brasil…Pra cima deles!
Toda semana busco passar minha percepção a respeito da bolsa e dos ativos brasileiros. Há 2 semanas atrás disse que acreditava que tinha chegado a hora da bolsa andar. Precificar aquilo que estávamos esperando o ano inteiro.
Bolsa andou um pouco, mas acredito que vá continuar indo bem. Por quê?
Devolvo-lhe a pergunta, por quê não?
Qual o motivo para vermos o mercado brasileiro sofrendo?
No Brasil, vivíamos e seguimos vivendo a incertezas políticas, mas nesse sentido, vimos elas diminuindo ao longo do mês de junho e parece bem possível que nos próximos dias tenhamos a tão sonhada e comentada reforma da previdência! Acredito que saia até dia 18 (antes do recesso), então é questão de tempo. E aí eu reforço aqui o cenário que já comentei algumas vezes:
Minha Opinião: Sim, os dados macroeconômicos do Brasil não são bons! Não vamos crescer nem 1% esse ano, o que é ridículo! Então, de fato quem olha a realidade atual, não consegue ver motivo para otimismo. Mas, penso que a reforma da previdência é um divisor de águas importante, não resolve nossa situação, mas afasta riscos maiores e abre a porta para novas e positivas mudanças: reforma tributária, privatizações, choque de energia mais barata, etc. E esse conjunto de medidas é MUITO favorável para o país pensando em um horizonte 2,3,5 anos.
E até onde vai os juros?
Essa é uma boa pergunta que eu obviamente não tenho a resposta, apenas meus chutes! Muitos falam em mudança estrutural e adequação do Brasil ao contexto de juros internacionais. Pode ser, mas quando olhamos o juro Real (juros nominal – inflação) vejo pouco espaço para quedas tão bruscas. Se temos uma inflação esperada de 4% para os próximos 12 meses, esse ajuste a realidade externa seria de uma queda de 0,5 ponto percentual, com os juros parando nos 6%?! Ou seja, um juro real de 2%?! Veja a realidade de outros países comparáveis, sempre pensando em juro real (nominal – inflação). P.s: inflação brasileira abaixo não é a esperada.
Enfim, talvez na parte longa ainda tenha alguma gordura se acreditarmos que muitas coisas darão certo no Brasil, fora isso no curto prazo, talvez tenha espaço para alguma queda, mas não me parece que haja muito espaço não. Sei lá, talvez esteja errado, é só algo que tenho pensado bastante. Corrijam-me se eu estiver errado.
Vamos conferir Brasil!
De qualquer forma, importante é confiar! E nesse sentido, vi um dado muito bom semana passada. A Confiança do consumidor voltou a subir!
O Índice de Confiança do Consumidor, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) cresceu 1,9 ponto na passagem de maio para junho. A alta interrompeu uma sequência de 4 quedas consecutivas. O avanço foi provocado pela alta do Índice de Expectativas, que mede a confiança dos consumidores no futuro e que cresceu 3,2 pontos de maio para junho, para 99,7 pontos.
“A melhora de junho foi determinada pela calibragem das expectativas, que haviam piorado muito entre janeiro e maio, passando de um perfil otimista para pessimista em apenas quatro meses. Agora passam a retratar um perfil neutro. Com o mercado de trabalho avançando lentamente, os resultados ainda podem demorar a influenciar significativamente as percepções sobre a economia no momento.”, afirma Viviane Seda Bittencourt, Coordenadora das Sondagens.
Junto a isso, olha que interessante: já comentei aqui que a Trade War nos beneficia em alguma medida, em especial ao importante setor agrícola. Veja que as importações chinesas de produtos brasileiros tiveram um salto recentemente:
Terminando
Começamos o mês com juros baixos lá fora e com a perspectivas de alguma redução interna. Começamos o mês com China e EUA voltando a mesa de negociações e isso podendo gerar revisões positivas de crescimento no mundo. Começamos o mês com dólar baixo e um empuxo bom para as commodities. Começamos o mês com a perspectivas de aprovação de uma boa reforma da previdência.
O panorama está tão bonito quanto a foto da minha linda Vitorinha do meu coração!
Só falta agora ganhar da Argentina na terça! Pra cima deles Cebolinha!
Era isso.
Aquele Abs.