TÔNICA DO DIA
Bom dia a todos,
Dia morno e sem grande euforia. Seria um dia café com leite?
FED manteve os juros inalterados mas trouxe uma frase nova: “near-term risks to the economic outlook have diminished.”. Insuficiente para mudar a leitura acerca dos juros. na verdade o dólar se enfraqueceu e a probabilidade de aumento de juros esse ano caiu para 45%. Ou seja, #nãovaiterhike.
Junto a isso petróleo caiu para baixo de US$ 42. Alguns dizem que é reflexo dos resultados corporativos fracos. Tivemos a Shell reportando o menor resultado trimestral em 11 anos. 30% de queda de lucro. Comentei recentemente que o petróleo andava relativamente estável entre os US$ 44 a US$ 50. Pois bem. Parece que estava. Mas cuidado porque se baixar desses US$ 40 começa a gerar preocupação quanto a solvência de muita empresa do setor. E aí poderíamos ter um cenário defaults que afetassem bancos. Só para ficar esperto mesmo.
No mais tivemos o Lloyd’s Banking demitindo “só” 3000 pessoas na Inglaterra e alertando para os riscos futuros com o Brexit. Tenso.
Futuros americanos praticamente estáveis. Ouro e prata sobem bem 1,2% e 2,6% respectivamente. Ásia em tons mistos na espera de anúncios que possam mexer com o mercado por lá na sexta. Europa em queda com resultados corporativos.
Internamente a cena corporativa toma conta. Temos uma porrada de empresa divulgando seus números: VALE, BBDC, USIM antes da abertura e BRFS, HGTX, GRND, FLRY, MULT, RADL, SULA, TBLE, TRPL. tudo depois do fechamento. Destaque para o minério de ferro com alta de 3,4% na China e negociando a US$ 60,70. Lembro que ontem postei sobre VALE. Com minério a US$ 60 e câmbio nos R$ 3,20 papel estaria barato. Problema é esse minério se sustentar nesses níveis. All in all papel segue pra cima. Vamos ver o que dizem na conference.
Ontem varejo performou bem com a melhora na confiança e relatório do Credit falando de Renner (SA:SA:LREN3). comento mais abaixo
NO BRASIL
ROMI3 (SA:ROMI3) – EM ROMI ESPERO ENCONTRAR INCOME 5
Alguns highlights do conference call ontem.
Dólar. Business de máquinas Romi é pressionado. Ganha no custo, mas perde competitividade. no fundo o que a empresa realmente precisa é de demanda. Ainda está competitivo a R$ 3,20. a R$ 2,80 começa a ficar preocupante.
Margens de fundição. Por ora tem sido difícil falar em margem normalizada porque a demanda anda muito baixa. Mas vale lembrar que no passado as margens chegaram a ser 15% (ebitda).
Crescimento. Ressaltaram que não necessitam investimentos para produzir mais
Mercado. Após comprar 9% do free float a R$ 1,85 eles não tem intenção de adquirir mais.
Aqui o calcanhar de Aquiles.
Entrada de pedidos Máquinas Romi. Entrada de pedidos muito baixo. Ainda difícil ver o timing de melhora. Romi é uma “late industry”, o que significa dizer que confiança tem que ser retomada, para daí o empresário voltar a produzir e, mais a frente, querer investir numa máquina. Por ora não há nenhum indicativo de melhora.
Isso é importante. Veja que ainda que timidamente houve uma melhora de margens na BW e em Fundidos e Usinados. Como mostra figura abaixo. tal melhora foi a responsável pela margem Ebitda deixar de ser negativa, como mostro no segundo gráfico abaixo.
Mas de fato, o que falta é a retomada interna para que a Romi tenha uma recuperação efetiva no seu importante segmento Maquinas Romi. É o que falta pra vermos o papel deslanchar (na minha opinião).
A MULHER TRAÍDA READQUIRE A CONFIANÇA
Seguindo a série de posts sobre a retomada de confiança dos agentes econômicos, tivemos um dado importante ontem da Confiança do Comércio ontem. Esse inclusive foi um dos motivos da alta do varejo.
O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) da Fundação Getúlio Vargas avançou 1,2 ponto em julho de 2016, ao passar de 73,7 para 74,9 pontos. Com a alta, o índice já se distancia 10 pontos do mínimo histórico de dezembro passado.
Para que a retomada da confiança se consolide, faltam sinais mais consistentes de recuperação da demanda. Neste sentido, a Sondagem de julho traz uma boa notícia: há um primeiro sinal de otimismo nos segmentos revendedores de bens duráveis, algo que vai ao encontro da melhora observada no ímpeto de compras de duráveis pelos consumidores também neste mês.”, afirma Aloisio Campelo Jr., Superintendente Adjunto para Ciclos Econômicos da FGV/IBRE.
Junto a isso tivemos o Credit falando que o melhor está por vir em LREN. CS elevou o target para o papel jogando para R$ 31. Diria que o principal responsável foi o Ke (cost of equity). Marretaram o Ke pra baixo. Aí não tem como não achar valor. Daí minha crítica a FCF. Mas enfim. Taxa de desconto faz MTA diferença. dá uma olhada na sensibilidade do modelo deles:
Sigo achando que 8% de crescimento e 14.7% sejam mais factíveis e os R$ 26 um bom preço. Mas quem sou eu. .
Mas é inegável a qualidade e capacidade da empresa em entregar resultado. Veja o crescimento de margem desde 2005. O call deles é que com retomada de crescimento e expansão de margem o papel deveria valer mais. Não é absurdo, mas é pagar na frente para ver. em suma: empresa boa, em grande parte no preço. LREN é a ABEV ou a UGPA do varejo. mais ou menos isso.