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Touros do Petróleo Dependem da Redução dos Estoques nos EUA, e Não da Geopolítica

Publicado 24.07.2019, 12:32
Atualizado 02.09.2020, 03:05

Estamos vivendo uma das épocas mais incríveis na política do petróleo. Pelo menos cinco nações têm a oportunidade de tomar atitudes temerárias para o mercado petrolífero. Mas apenas uma delas está chegando ao limite: o Irã.

Teerã tem mostrado toda a sua habilidade nesse jogo, ao sair na frente e emitir uma nota conciliatória endereçada ao novo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, esperando que ele não saia da linha, apesar da contínua saga de sequestros de navios petroleiros entre os dois países.

E os Estados Unidos, apesar da força das suas sanções ao Irã, ainda parece estar longe de conseguir o que quer da República Islâmica.

Raras vezes o Golfo Pérsico foi palco de tensões tão acirradas para o petróleo, e poucas vezes o prêmio de risco foi tão pequeno e inconsistente nos seus preços.

Já deve ter caído a ficha para a maioria dos traders de petróleo neste momento, independente do seu viés direcional, de que nenhum dos atores desse jogo geopolítico – a saber: EUA, Reino Unido, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e mesmo o Irã – quer uma guerra real em suas mãos.

Tudo isso, em conjunto com as preocupações com a demanda, tem feito o mercado trabalhar mais a favor dos ursos do que dos touros.

A geopolítica não está favorecendo os touros do petróleo

Desde que os EUA decidiram intensificar suas sanções ao Irã, os preços do petróleo praticamente não conseguiram satisfazer as expectativas dos comprados nesse jogo.

Gráfico 300 Min WTI - Powered by TradingView

O petróleo norte-americano West Texas Intermediate caiu mais de 16% em maio, depois subiu 9% em junho e registra novamente uma perda 2% este mês. O Brent, referência do petróleo fora dos EUA, se desvalorizou 11% em maio, teve um repique de 3% em junho e deve registrar um declínio de cerca de 4% em julho.

Mas essa demanda do petróleo é realmente tão preocupante?

Trata-se de outra questão que gera perplexidade.

Isso porque, se analisarmos as retiradas de petróleo dos estoques nos EUA nas últimas cinco semanas, o argumento de demanda cambaleante mal consegue se manter de pé.

Cerca de 30 milhões de barris foram retirados dos estoques petrolíferos dos EUA desde a semana encerrada em 14 de junho, quase o dobro das expectativas. Essa foi a maior sequência de retiradas desde o período de novembro de 2017 a janeiro de 2018, quando os estoques petrolíferos caíram sem parar por 10 semanas consecutivas.

Enquanto o mercado aguarda a divulgação dos últimos números de estoque da Agência de Informações Energéticas dos EUA (EIA, na sigla em inglês) para a semana finalizada em 19 de julho, que devem ser divulgados às 11:30 h (horário de Brasília), são grandes as expectativas de que ocorra mais uma retirada substancial. Embora os analistas prevejam um declínio de 4 milhões de barris desta vez, o Instituto Americano de Petróleo (API, na sigla em inglês), que fornece uma prévia do estoque da EIA, registrou uma impressionante queda de 11 milhões de barris.

Mas os números da API podem ter sido distorcidos pelas anomalias de produção provocadas pelo Furacão Barry, que forçou a interrupção de mais de metade da produção normal no Golfo do México, nos EUA, por pelo menos dois dias, antes de a tempestade chegar a Louisiana, no dia 13 de julho.

Cenário global parece pouco promissor para o petróleo

Da perspectiva global, o petróleo norte-americano se perdeu no quadro baixista pintado pela Agência Internacional de Energia, sediada em Paris. A agência revisou para baixo sua previsão de crescimento da demanda em 2019 para 1,1 milhão de barris por dia (mbpd) na semana passada – a segunda vez em um ano após o corte anterior de 1,5 mbpd para 1,2 mbpd. Fatih Birol, diretor executivo da agência, afirmou que outro corte pode ser necessário antes do fim do ano, principalmente se o crescimento mundial liderado pela China mostrar mais fraqueza.

O consumo mundial de petróleo está estagnado desde meados de 2018, tornando inevitável a queda dos preços, apesar dos melhores esforços da Arábia Saudita e seus aliados no sentido de reduzir a produção, afirmou John Kemp, colunista de petróleo da Reuters, na terça-feira.

Mas, evidentemente, a história da China pode acabar sendo melhor do que se pensava, pois ainda não se sabe se o estímulo planejado por Pequim ajudará a segunda maior economia do mundo a superar sua pior guerra comercial com os Estados Unidos.

Redução dos estoques nos EUA pode ser a última esperança dos comprados em petróleo

Isso nos leva ao melhor cenário para os touros do petróleo no momento: redução dos estoques nos EUA.

Em face das previsões globais persistentemente deprimidas, os números semanais da EIA têm sido um raio de esperança para quem está comprado no petróleo, pois os ganhos ocorridos na esteira das fortes retiradas ajudaram a compensar alguns dos piores impactos dos dados globais baixistas.

O consumo de petróleo nos EUA diminui com o declínio das viagens automotivas pós-verão, e ainda resta saber se o WTI – que já subiu 26% no ano – e Brent – com um ganho de 19% no acumulado do ano – continuarão se valorizando nos meses do outono e inverno.

Mas, para reiterar, a EIA pode continuar sendo a salvadora do mercado de petróleo e da Opep – e não a geopolítica.

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