- Apresenta resultados na quinta-feira, 17 de maio, antes da abertura de Wall Street
- Expectativa de receita: US$ 120,49 bilhões, LPA: US$ 1,12
Vale a pena apostar no Walmart (NYSE:WMT), o maior varejista do mundo? A empresa está reestruturando drasticamente suas operações enquanto luta para permanecer no topo. Os investidores terão alguma perspectiva quando a empresa apresentar seus resultados para o primeiro trimestre de 2018 antes da abertura do mercado americano amanhã, quinta-feira.
Desde que o Walmart apresentou seus resultados do quarto trimestre de 2017 em fevereiro passado, suas ações despencaram mais de 10% com sinais de que o crescimento das vendas online havia tocado o topo. O crescimento das vendas online, tão crucial para a sobrevivência desse gigante de distribuição, diminuiu em 24% após ter caído 50% no período anterior.
Tudo gira em torno das vendas online
Não percamos de vista os números de vendas online do Walmart, porque eles se tornaram o indicador importante para uma empresa que está no campo de batalha com a Amazon (NASDAQ: AMZN). Os últimos movimentos da empresa com sede em Bentonville, Arkansas, eles sugerem que eles vão dar tudo para vencer essa guerra.
No maior negócio de sua história, anunciado na semana passada, o Walmart adquiriu uma participação majoritária no Grupo Flipkart, o maior comércio online da Índia, por US$ 16 bilhões. Isso ocorre depois da aquisição da startup de comércio online Jet.com dois anos atrás.
Em outra medida anunciada no final de abril, o Walmart declarou que cede o controle dos supermercados britânicos Asda à segunda maior cadeia de supermercado no Reino Unido, J Sainsbury (OTC:JSAIY), em um negócio avaliado em cerca de 7,3 bilhões de libras (US$ 10 bilhões). Dessa forma, o Walmart manterá uma participação de 42% na companhia combinada e registrará perdas não monetárias de aproximadamente US$ 2 bilhões na transação, de acordo com um comunicado.
Impulso internacional; Foco na Geração Y
Esse impulso internacional ocorre em um momento em que os esforços e investimentos do Walmart, bem como os cortes de preços (destinados a impulsionar suas vendas online), começaram a afetar o lucro. No último trimestre, a margem operacional da empresa foi reduzida para 3,3%, baixa recorde para a empresa, levantando dúvidas sobre a rentabilidade futura e valorização de suas ações.
Em sua terra natal, os Estados Unidos, um dos maiores desafios para seu diretor-presidente, Doug McMillon, é tentar posicionar o Walmart como um destino comercial para a Geração Y – os millenials – e que pareça tão bom como a Amazon. Mas alcançar esse objetivo não parece que vai ser fácil. Os compradores mais jovens estão bastante acostumados com a plataforma da Amazon e simplesmente não se sentem identificados com a versão online dessa bem-sucedida loja física .
Em meio a essa incerteza, a ação do Walmart foi submetida a uma grande pressão. Caiu 14% este ano e parece que a mudança pode demorar mais do que alguns analistas acreditam, especialmente porque a empresa ainda está tentando definir sua estratégia online.
Em relação ao primeiro trimestre, a empresa deverá registrar uma lucro por ação de US$ 1,12, acima dos US$ 1,00 no ano passado e vendas de R$ 120,490 bilhões, um aumento de 2,5% em comparação com os US$ 117,54 bilhões registrados no mesmo período do ano passado, segundo a FactSet.
Conclusão
Não há dúvida de que o Walmart tem muito trabalho pela frente para expandir sua base de clientes de comércio eletrônico. No entanto, ainda acreditamos que as ações desse gigante do varejo, que ontem fecharam em US$ 84,52, são de grande valor para investidores de longo prazo que querem aumentar sua receita de dividendos e estão dispostos a manter esse papeldefensivo em sua carteira.
Apesar dos desafios em termos de comércio eletrônico, o varejista continua atraindo mais clientes para suas lojas do que qualquer outra franquia. Suas vendas em mesmas lojas, conhecidas como 'comps', registraram um crescimento de 2,6% nos Estados Unidos durante o quarto trimestre, superando as expectativas dos analistas, após um terceiro trimestre muito forte em que esse crescimento registrou o maior valor em oito anos.
Como escrevemos em em fevereiro, esse pessimismo sobre as ações da Walmart ainda não esgotou seu efeito. Na verdade, poderiam continuar caindo.
Assim sendo, é possível observar também uma forte recuperação se as vendas online da empresa retomar seu crescimento e atingir a marca de alta de 40%, como previam seus diretores. Acreditamos que os investidores não devam perder a paciência com o Walmart ainda.