Por Enrico Dela Cruz
(Reuters) - Os contratos futuros de aço negociados na China, maior produtor mundial do produto, subiram para uma máxima de mais de duas semanas na quarta-feira, devido a expectativas de que o conflito Rússia-Ucrânia aumentará a demanda por aço chinês no exterior.
A Rússia, que está enfrentando uma onda sem precedentes de sanções econômicas de aliados ocidentais por sua invasão na Ucrânia, responde por cerca de 10% do comércio global de aço, enquanto a Ucrânia tem uma participação de 4%, segundo analistas da Huatai Futures.
A interrupção do fornecimento forçará alguns grandes compradores a buscar fontes alternativas, e "atualmente apenas a China pode preencher essa enorme lacuna de mercado", disseram os analistas em nota.
O contrato mais ativo das bobinas laminadas a quente na Bolsa de Futuros de Xangai encerrou as negociações diurnas em alta de 2,1%, a 5.138 iuanes (814,06 dólares) a tonelada, depois de atingir 5.158 iuanes no início da sessão, o maior patamar desde 11 de fevereiro.
O vergalhão de aço para construção subiu 1,8%, para 4.860 iuanes por tonelada, após atingir o pico de 4.893 iuanes, o maior desde 14 de fevereiro.
As perspectivas de aumento da demanda doméstica de aço também apoiaram os preços, disseram analistas, antes da reunião anual do parlamento da China no sábado, quando o governo deve revelar mais estímulos para aliviar a desaceleração do crescimento.
Os preços mais altos do aço aumentaram o interesse em matérias-primas siderúrgicas, como minério de ferro e carvão metalúrgico.
O contrato de minério de ferro mais ativo de maio na bolsa de commodities de Dalian da China subiu 5,9%, para o maior nível desde 15 de fevereiro.
Interrupções nas exportações de minério de ferro da Rússia e da Ucrânia também levaram alguns compradores europeus a buscar fontes alternativas, potencialmente reduzindo a oferta global.