SÃO PAULO (Reuters) - O consumo de café no Brasil deve crescer 3,6 por cento em 2018, para cerca de 22,8 milhões de sacas, disse nesta terça-feira o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), Nathan Herszkowicz, que vê a oferta para o setor neste ano como "normal" graças à safra recorde.
"Passamos por uma crise de ansiedade porque os estoques do governo zeraram, e os físicos também... Mas nas últimas semanas o suprimento para a indústria está normal", destacou o executivo no intervalo do Global Agribusiness Forum (GAF), em São Paulo.
Nos últimos anos, problemas climáticos afetaram a oferta de café no maior produtor e exportador mundial da commodity. Na virada de 2016 para 2017, na esteira de uma quebra de safra de conilon (robusta) no Espírito Santo, a Abic chegou a relatar suprimento "crítico" para a indústria.
Em 2018, contudo, a perspectiva é de recuperação, e o Brasil deve colher um recorde de cerca de 58 milhões de sacas, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
"A qualidade do café está boa, surpreendente. Vamos recuperar vendas no exterior e aumentar no mercado interno", frisou Herszkowicz. A previsão de alta de 3,6 por cento no consumo doméstico faz parte de um estudo da consultoria Euromonitor, disse ele.
Conforme o diretor-executivo da Abic, as incertezas envolvendo os fretes não têm atrapalhado a logística de suprimento de café às indústrias, mas têm havido reprogramações e aumento dos custos.
(Por José Roberto Gomes)