Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Os parques eólicos offshore (marítimos) que serão construídos no Brasil deverão ser dedicados principalmente à produção de hidrogênio verde, afirmou nesta quarta-feira o presidente da Petrobras (BVMF:PETR4), Jean Paul Prates, pontuando que atualmente o Brasil produz mais energia do que consome.
A declaração vem em momento em que a petroleira está estudando o desenvolvimento de projetos de energia eólica offshore e hidrogênio verde, como alternativas rumo à transição energética.
O CEO pontuou que há um superávit de energia no Brasil e que isso significa que os projetos de eólica offshore "muito provavelmente não serão para produção de energia para rede, para o nosso consumo do dia a dia".
"Esses parques eólicos vão estar dedicados principalmente a hidrogênio verde", disse Prates, ao participar de audiência nas Comissões de Infraestrutura e Desenvolvimento do Senado Federal.
"O hidrogênio é o 'downstream' dessa energia renovável de grande escala.. Para ser verde, ele tem que ser de energia renovável... E para ser de energia renovável, ele tem que ser de grande escala e custo barato", pontuou.
O executivo disse ainda que provavelmente o hidrogênio que será produzido no Brasil será para atender mercados externos, antes de o próprio país consumir. "Porque nós estaremos fazendo a nossa transição própria, consumindo ainda diesel, misturando gasolina e etanol cada vez em proporção maior", previu.
Prates disse ainda acreditar que "o melhor lugar do mundo" para geração eólica offshore é o Nordeste brasileiro e destacou ainda perspectivas de baixo custo, em locais onde as torres poderão ser instaladas em águas rasas.
O Brasil possui grande potencial para explorar eólicas offshore, fonte que vem atraindo interesse de petroleiras e companhias de energia elétrica, com projetos iniciais em licenciamento no Ibama somando 189 gigawatts (GW) de capacidade. O governo pretende aprovar um marco regulatório para energia eólica offshore e hidrogênio verde até o final deste ano, segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
(Por Marta Nogueira; edição de Roberto Samora e Letícia Fucuchima)