EUA e Rússia planejam acordo de trégua que consolidaria ganhos de Putin na Ucrânia, diz Bloomberg

Publicado 08.08.2025, 12:00
Atualizado 08.08.2025, 13:50
© Reuters. Presidente russo Vladimir Putin em Moscoun 8/8/2025    Sputnik/Mikhail Metzel/Pool via REUTERS

(Reuters) - Washington e Moscou estão tentando chegar a um acordo para interromper a guerra na Ucrânia que garantiria a ocupação russa do território tomado durante sua invasão militar, informou a Bloomberg News nesta sexta-feira.

Autoridades norte-americanas e russas estão trabalhando para chegar a um acordo sobre os territórios para uma reunião de cúpula planejada entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu colega russo, Vladimir Putin, já na próxima semana, segundo a reportagem, que cita pessoas familiarizadas com o assunto.

A Casa Branca descartou a reportagem da Bloomberg como especulação. Um porta-voz do Kremlin não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. As autoridades ucranianas não fizeram nenhum comentário imediato.

A Reuters não pôde verificar imediatamente os detalhes incluídos na reportagem.

Putin reivindica quatro regiões ucranianas -- Luhansk, Donetsk, Zaporizhzhia e Kherson -- bem como a península da Crimeia, no Mar Negro, que ele anexou em 2014. Neste momento, suas forças não controlam totalmente todo o território das quatro regiões.

A Ucrânia já havia sinalizado anteriormente que estava disposta a ser flexível na busca pelo fim de uma guerra que devastou suas cidades e vilas e matou um grande número de seus soldados e cidadãos.

Entretanto, aceitar a perda de cerca de um quinto do território ucraniano seria muito doloroso e politicamente desafiador para o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, e seu governo.

De acordo com o suposto acordo, segundo a Bloomberg, a Rússia interromperia sua ofensiva nas regiões de Kherson e Zaporizhzhia ao longo das linhas de batalha atuais.

Desde seu retorno à Casa Branca, em janeiro, Trump tem se esforçado para reconstruir as relações com a Rússia e buscado acabar com a guerra, embora em seus comentários públicos ele tenha oscilado entre a admiração e a crítica contundente a Putin.

Em um sinal de sua crescente frustração com a recusa de Putin em interromper a ofensiva militar russa, Trump ameaçou impor novas sanções a partir desta sexta-feira contra Moscou e países que compram suas exportações, a menos que o líder russo concorde em encerrar o conflito de três anos e meio, o mais mortal na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

Mas com a cúpula Putin-Trump prevista para os próximos dias, possivelmente nos Emirados Árabes Unidos, não está claro se essas sanções entrarão em vigor, serão adiadas ou canceladas.

O enviado especial de Trump, Steve Witkoff, manteve três horas de conversas com Putin em Moscou na quarta-feira, que ambos os lados descreveram como construtivas.

"CERTOS SINAIS"

O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, um aliado próximo da Ucrânia, disse mais cedo nesta sexta-feira que uma pausa no conflito poderia estar próxima. Ele estava falando após conversas com Zelenskiy.

"Há certos sinais, e também temos uma intuição, de que talvez um congelamento do conflito -- não quero dizer o fim, mas um congelamento do conflito -- esteja mais próximo do que mais distante", disse Tusk em uma coletiva de imprensa. "Há esperanças quanto a isso."

Tusk também disse que Zelenskiy estava "muito cauteloso, mas otimista" e que a Ucrânia estava interessada em que a Polônia e outros países europeus desempenhassem um papel no planejamento de um cessar-fogo e de um eventual acordo de paz.

(Reportagem de Dheeraj Kumar em Bengaluru; reportagem adicional da Redação de Moscou)

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