RIO DE JANEIRO (Reuters) - A média diária de exportações de minério de ferro do Brasil em fevereiro cresceu 9,5 por cento ante igual mês do ano passado, apesar de paradas em operações da Vale (SA:VALE3) após o rompimento de uma de suas barragens em Brumadinho (MG), em janeiro, mostraram dados oficiais do governo nesta sexta-feira.
No segundo mês do ano, que compreendeu 20 dias úteis, o país exportou 1,4 milhão de toneladas de minério de ferro por dia, totalizando 28,9 milhões de toneladas, informou a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Há um ano, a média diária de embarques foi de 1,3 milhão de toneladas, e o total somou 23,8 milhões de toneladas.
No início da semana, após a Reuters reportar que os embarques estavam subindo em uma prévia do mês, apesar dos cortes de produção, os contratos futuros do minério de ferro na China atingiram o menor nível em mais de três semanas.
Em janeiro, contudo, o Brasil exportou mais minério, com aproximadamente 1,5 milhão de toneladas por dia, mostrou a Secex.
Os dados do governo apontaram o preço médio de exportação a 52,9 dólares por tonelada, ligeiramente maior que o mês anterior, de 51,4 dólares em janeiro.
As paradas de produção da Vale estão associadas a medidas da companhia para descomissionamento de barragens ou decisões de autoridades suspendendo operações, como no caso de Brucutu, maior mina produtora da companhia em Minas Gerais, com capacidade de 30 milhões de toneladas por ano.
O colapso da Barragem 1 da mineradora, que atendia a mina Córrego do Feijão, liberou uma onda gigante de lama, que inundou área administrativa da própria empresa, além de atingir mata, rios e comunidades da região de Brumadinho.
A estrutura continha mais de 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos de beneficiamento de minério de ferro. O desastre socioambiental deixou centenas de mortos e desaparecidos.
SOJA
A exportação brasileira de soja, produto que lidera a pauta de produtos exportados pelo país, atingiu cerca de 6 milhões de toneladas, quase o triplo do volume registrado em janeiro e um crescimento de mais de 100 por cento ante o mesmo período do ano passado.
Os embarques estiveram mais fortes em fevereiro após uma colheita mais antecipada neste ano, depois de a atividade de plantio ter começado antes no ano passado, beneficiada por chuvas.
Para março, contudo, alguns integrantes do mercado apontam a possibilidade de uma queda na exportação de soja do Brasil, na comparação com o mesmo mês do ano passado, em meio a notícias de vendas da oleaginosa dos Estados Unidos à China, pouco interesse de brasilerios em negociar e pela própria produção menor no país, segundo especialistas e dados da programação de navios.
(Por Marta Nogueira)