Geadas podem trazer problemas para milho do Paraná e Mato Grosso do Sul

Publicado 23.06.2025, 14:35
Atualizado 23.06.2025, 14:41
© Reuters. Grãos de milho são carregados em um caminhão após serem colhidos em uma fazenda perto de Brasília, Brasiln22/08/2023nREUTERS/Adriano Machado

SÃO PAULO (Reuters) - Dependendo da intensidade, as geadas previstas para os próximos dias poderão trazer problemas para lavouras de milho do Paraná e Mato Grosso do Sul, segundo e terceiro Estados produtores do cereal do Brasil na segunda safra, alertaram especialistas nesta segunda-feira.

Na terça-feira, boa parte da região Sul terá alta probabilidade de ocorrência de geadas, segundo projeção apresentada nesta segunda-feira pela Rural Clima. O Paraná deve ter geadas fortes ao sul do Estado e entre moderadas e fracas em outras áreas, de acordo com o órgão estadual Simepar.

Na quarta-feira, a massa polar avança e traz frio para o Mato Grosso do Sul, Paraguai, São Paulo e sul de Minas Gerais, importante região produtora de café, segundo a Rural Clima.

"Vai pegar áreas de milho safrinha, de café, cana, vai pegar, não tem como não pegar, mas está longe de ser a geada de 2021", disse o agrometeorologista da Rural Clima Marco Antonio dos Santos, em boletim nesta segunda-feira.

Em 2021, as geadas foram tão intensas que chegaram a atingir áreas de café em São Paulo e do Cerrado Mineiro, além do Sul de Minas. Também prejudicaram o milho e áreas de cana-de-açúcar.

Mas Santos reforçou que não deve ser uma geada "severa".

De qualquer forma, muitas áreas de milho do Paraná, segundo produtor brasileiro, com expectativa de colheita recorde, podem sofrer os efeitos do frio intenso.

"De fato, se a intensidade de geadas for confirmada, poderemos ter algum impacto. Porém ainda deve ser bastante pontual, pois a concentração de geadas fortes está na região Sul do Estado e o volume de milho plantando é muito pequeno (nessa área)", disse o especialista do Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná, Edmar Gervásio.

A segunda safra de milho 2024/25 do Paraná foi estimada ao final de maio recorde de 16,15 milhões de toneladas, de acordo com avaliação do Deral.

Já o Mato Grosso do Sul deve produzir 11,5 milhões de toneladas na segunda safra, de acordo com projeção da estatal Conab.

O impacto para a segunda safra do centro-sul vai depender da intensidade da geada em áreas que ainda têm milho em fase final de enchimento de grãos, como norte do Paraná e sul do Mato Grosso do Sul, segundo o analista da AgRural Adriano Gomes

"Mas, de qualquer forma, tanto no Paraná quanto sul do MS, tem bastante áreas prontas, apenas esperando baixar umidade para serem colhidas. E a ocorrência de geada nessas lavouras podem trazer mais efeitos na qualidade. Isso vai depender da intensidade também, logicamente", disse ele.

Os problemas produtivos gerados pelo frio intenso em áreas de milho mais adiantadas, próximas da colheita, costumam ser menos graves.

Pelos números atuais da Conab, a segunda safra brasileira, que responde por mais de 75% da colheita de milho do Brasil, está estimada em 101 milhões de toneladas.

 

(Por Roberto Samora)

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