Por Barani Krishnan
Investing.com - As oscilações do ouro continuam com a nova abordagem do Federal Reserve para a inflação, com o metal amarelo recuperando na sexta-feira (28) todas as perdas da sessão anterior e muito mais.
Foi também um sinal de que a lógica estava voltando aos mercados financeiros, que haviam passado as últimas duas semanas obcecados por um dólar que quase certamente iria perder com a mudança de política do banco central.
Os futuros de ouro de dezembro na Comex ganhavam US$ 40,30, ou 2,1%, a US$ 1.972,90 por onça às 16h20 (horário de Brasília), após queda de quinta-feira de US$ 19,90, ou 1%.
Ainda assim, a máxima da sessão - US$ 1.982,85 - veio abaixo dos US$ 1.986,70 de quinta-feira. O pico mais recente também foi cerca de US$ 30 abaixo da máxima de 19 de agosto de US$ 2.015,60 e mais de US$ 100 longe do recorde de 7 de agosto, de US$ 2.089,20. A partir de agora, não há certeza se as oscilações das últimas duas semanas se repetirão ou se o ouro continuará subindo de forma mais estável.
O preço à vista do ouro, que reflete as negociações em lingotes, subia US$ 35,24, ou 1,8%, a US$ 1.964,92. O ativo atingiu um pico de US$ 1.973,88 anteriormente. Os dados técnicos mostram que uma retenção acima de US$ 1.970 será crucial para o ouro à vista continuar sua ascensão.
O Índice Dólar, que compara o dólar a uma cesta de seis moedas e serve como uma alternativa ao ouro, perdeu seu suporte crucial de 93 na sexta-feira, abrindo caminho para o retorno do metal amarelo.
A força inexplicável do dólar nas últimas duas semanas pesou sobre o ouro. O dólar decolou novamente na quinta-feira, quando o presidente do Fed, Jay Powell, definiu uma nova política de metas de inflação média, mas mais alta, para melhor administrar a recuperação econômica e de emprego dos EUA no futuro.
Nas horas que se seguiram ao discurso de Powell, a comunidade financeira teve dificuldade em encontrar uma razão lógica para o aumento dos rendimentos do Tesouro e do dólar, às custas de ativos reais como ouro, que seriam os principais beneficiários da inflação.
A TD Securities reiterou que o caminho para o retorno do ouro ficou mais claro após a loucura do mercado de quinta-feira.
“Olhando para além desses ventos contrários de curto prazo, no entanto, esperamos que os ventos de cauda macro prevalecentes continuem a suprimir as taxas reais por meio da supressão financeira, sugerindo que o capital buscará abrigo em metais preciosos”, disse a corretora canadense.