SÃO PAULO (Reuters) - A comercialização de soja do Brasil alcançou 13,4% da produção estimada para a safra 2022/23, que começa em setembro, avanço de 1,7 ponto percentual na comparação com o mês anterior, disse nesta quarta-feira a consultoria Datagro, indicando lentidão nas negociações.
Isso porque o fluxo está abaixo dos 19,2% vistos em igual momento do ano passado, é inferior aos 36,2% do recorde de 2020 e também menor que os 18,7% da média histórica para o período.
"As vendas chegaram a 26,3% no Mato Grosso, 29,0% na Bahia, 16,6% no Mato Grosso do Sul e 9,0% em Goiás", disse a consultoria.
A soja do ciclo 2021/22 estava 76,7% comercializada até o dia 8 de julho, aquém dos 91,2% do fluxo recorde da safra 2019/20, dos 80,2% observados em igual momento do ano passado e também da média de 78,8% dos últimos cinco anos.
Na variação mensal, as vendas da oleaginosa 2021/22 avançaram 6,8 pontos.
"Os preços médios internos tiveram comportamento misto em junho, sem direção única. Os negócios acabaram acontecendo onde tivemos altas, devido à necessidade de fazer caixa para financiar a compra de insumos", disse em nota o coordenador de grãos da Datagro, Flávio Roberto de França Junior.
"De todo modo... a expectativa dominante é a de que as condições de mercado ainda são muito tensas, com espaço para novas elevações com a intensificação da entressafra, levando os produtores a dividir sua opção com a venda do milho", acrescentou.
Considerando a previsão da safra 2021/22, revisada para 126,18 milhões de toneladas, os sojicultores brasileiros negociaram, até a data analisada, 96,77 milhões de toneladas, segundo consultoria.
Para o milho segunda safra 2022, que está sendo colhido, 43,4% da produção estava negociada pelos produtores até 8 de julho, ante 38,6% no mês passado, 65,4% em 2021 e 58,7% na média plurianual.
Com a previsão de safra em 83,55 milhões de toneladas, a Datagro estima que 36,28 milhões estão comercializados.
(Reportagem de Nayara Figueiredo)