Por Enrico Dela Cruz
(Reuters) - Os contratos futuros do minério de ferro na China despencaram na quinta-feira para seu nível mais baixo em mais de um ano, arrastados por uma perspectiva sombria de demanda por produtos de aço e matérias-primas na maior produtora de aço do mundo.
O minério de ferro mais negociado para entrega em janeiro na Bolsa de Commodities de Dalian fechou em queda de 5,1%, a 511,50 iuanes (80,21 dólares) a tonelada, após atingir 510,50 iuanes no início da sessão, o menor valor desde 4 de novembro de 2020.
Na Bolsa de Cingapura, o contrato do minério de ferro para dezembro caía 2,5%, para 86,30 dólares a tonelada, no início da manhã (horário de Brasília).
"O preço do minério de ferro ainda não atingiu limite mínimo", escreveram analistas da Zhongzhou Futures Co Ltd em uma nota semanal, citando as contínuas restrições à produção de aço na China em linha com suas metas de descarbonização e turbulência no setor imobiliário do país.
A produção mensal de aço da China tem caído desde julho, depois de ver um crescimento de dois dígitos no primeiro semestre do ano, com controles rígidos de produção e restrições no uso de energia afetando tanto a oferta quanto a demanda.
A produção de aço bruto do país em janeiro-outubro totalizou 877,05 milhões de toneladas, queda de 0,7% em uma comparação anual.
O aumento da oferta de minério de ferro, com os materiais importados estocados nos portos chineses aumentando para uma máxima de 31 meses de 147,60 milhões de toneladas na semana passada, de acordo com os dados da consultoria SteelHome, também contribuiu para a pressão sobre os preços.
O preço de referência do minério de ferro com teor de 62% na China ficou em 90 dólares a tonelada na quinta-feira, mínima de 18 meses.
O vergalhão de aço para construção na Bolsa de Futuros de Xangai caiu 0,1%, e a bobina laminada a quente caiu 1,9%. O aço inoxidável recuou 2,6%.
O carvão metalúrgico de Dalian caiu 2,5%, enquanto o coque ganhou 0,9%.