Governo reduz contenção de gastos de ministérios em R$20,6 bi e vê cumprimento da meta fiscal este ano
Por Naveen Thukral
CINGAPURA (Reuters) - A China deve receber cerca de 3 milhões de toneladas de soja dos EUA em abril e maio, de acordo com fontes e dados de embarque, apesar das novas tarifas mais altas sobre os produtos norte-americanos que ameaçam sufocar os fluxos do principal item de importação agrícola da China.
A maioria das cargas foi comprada pelo armazenador estatal chinês Sinograin, disseram quatro fontes familiarizadas com o assunto. Segundo elas, a Sinograin provavelmente pagará as tarifas mais altas, mas poderá ter que vender com desconto localmente em meio à concorrência de grãos mais baratos do Brasil, o maior produtor mundial da oleaginosa.
"Não esperamos cancelamentos ou grandes problemas com essas cargas, uma vez que uma empresa do governo fez essas compras", disse uma das fontes, ligada a uma trading internacional com sede em Cingapura que administra fábricas de processamento de oleaginosas na China.
"Mas eles não podem, de forma alguma, vender grãos dos EUA com a tarifa. Eles terão que absorver a tarifa".
Com a China sendo a maior importadora de soja do mundo e os Estados Unidos o segundo maior produtor da oleaginosa, a escalada da guerra comercial entre os dois países ameaça interromper os fluxos globais de grãos, à medida que ambos os lados aumentam as tarifas comerciais.
A Sinograin normalmente compra soja dos EUA para armazenamento devido aos níveis mais baixos de umidade. A Sinograin não respondeu aos pedidos de comentários enviados por fax.
Os EUA exportaram US$12,84 bilhões em soja para a China em 2024, de acordo com dados do Departamento do Censo dos EUA.
No início de março, a China impôs uma tarifa de 10% sobre as importações de soja dos EUA depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou uma tarifa semelhante sobre os produtos chineses.
Mais de 30 cargas previstas para chegar nas próximas semanas, totalizando cerca de 2 milhões de toneladas, estarão sujeitas a essa tarifa, de acordo com cálculos da Reuters baseados em dados da Kpler.
Na sexta-feira, a China impôs uma taxa adicional de 34% sobre todos os produtos norte-americanos em resposta às tarifas impostas pelos EUA em 2 de abril. Os cálculos baseados nos dados da Kpler mostram que 15 navios, transportando cerca de 800.000 toneladas, devem chegar após 13 de maio e, portanto, estarão sujeitos a tarifas totais de 44%.
Quase 600.000 toneladas de soja dos EUA compradas durante o ano comercial que termina em agosto de 2025 ainda não haviam sido embarcadas em 27 de março, de acordo com relatórios e analistas do Departamento de Agricultura dos EUA, e ainda não está claro se essas cargas serão embarcadas ou canceladas.
A China importou um recorde de 105 milhões de toneladas de soja em 2024, e espera-se que o Brasil, principal fornecedor, entregue exportações recordes de soja para a China no segundo trimestre. Com a expectativa de uma safra recorde no Brasil este ano, é provável que a China atenda à maior parte de sua demanda a partir do país sul-americano nos próximos meses.
(Reportagem de Naveen Thukral; reportagem adicional de Mei Mei Chu e da redação de Pequim)