O ouro fechou em queda nesta quinta-feira, após dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos ampliarem expectativa por mais aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed). A perspectiva de juros elevados por mais tempo tende a diminuir a atratividade do metal precioso como ativo seguro, favorecendo o dólar e os juros dos Treasuries.
Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro fechou em queda de 0,09%, a US$ 1.942,50 por onça-troy.
Apesar dos juros dos Treasuries reverterem ganhos no início da tarde, os preços do ouro ainda tiveram a atratividade minada pela força do dólar no exterior, nota a CMC Markets. O movimento ocorre em meio ao avanço nas expectativas por nova alta de juros do Fed, após o Departamento do Trabalho dos EUA informar queda inesperada nos pedidos de auxílio-desemprego e revisar para cima o custo unitário de mão de obra.
Segundo a Oanda, os dados reforçam a resiliência da economia americana e mantém a confiança de Wall Street em um "pouso suave" da inflação. "O ouro continuará a enfrentar dificuldades, já que a perspectiva de juros elevados por mais tempo sugere que os investidores aproveitarão os rendimentos atrativos dos títulos do governo dos EUA", projeta a consultoria. "Os dados americanos deverão enfraquecer de forma sustentada e convencer os mercados de que o Fed não concretizará a sua posição de política monetária restritiva para apoiar os preços do ouro", acrescenta.
Em relatório, o Julius Baer destaca que os preços do ouro estão batendo máximas recorde no Japão, cotados acima de 10 mil ienes por grama pela primeira vez na história, em razão do enfraquecimento da moeda japonesa contra o dólar. O banco lembra que o país não é um grande consumidor de ouro, mas o enfraquecimento do iene "pode ser suficiente para alterar este quadro". "Para além do Japão, observamos uma fraqueza generalizada no mercado físico do ouro, que vai desde o investimento até às joias, o que, na nossa opinião, está em desacordo com os preços atuais. Salvo uma eventual recessão global total, vemos mais riscos de baixa do que de alta para o metal", prevê o Julius.